Capítulo 3

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Quando a General Siv Magni foi chamada por seu rei, nunca imaginou que ouviria aquelas coisas. Descobrir quais foram os termos do tratado de paz entre Hórus e Tot foi chocante e enojante. Ela, assim como muitos, sabia das perversões do rei, mas aquela história era algo inimaginável. Se perguntou o quão desesperados estavam os governantes de Tot para concordarem com aquilo. Definitivamente não gostava de como os seres eram.

- Você entendeu tudo general?

- Sim majestade.

- Eu não quero que o garoto seja ferido. Quanto aos rebeldes, mate-os.

- Será feito senhor.

- Não me decepcione. Você sabe o que acontece com quem me desaponta. Vá!

- Com sua licença milorde.

Siv saiu mais irritada ainda. Odiava aquele tipo de ameaça, mas era leal a seu povo e sempre lutou por eles desde que era uma recruta, com a falecido rei Rupert. Ele sim era um bom governante, mas o que poderia fazer? Aleifr Gullveig era seu rei, mesmo que não gostasse disso. E gostava cada vez menos disso.

Selecionou dois guardas, de sua confiança e foi encontrar o embaixador Eridani, a geneticista e o comandante Totianos. Precisava de informações e só eles poderiam fornecer o que precisava.

- Sou a general Magni, preciso de todas as informações que vocês tenham, embaixador. – Ela estava irritada e nem se importou com a diplomacia.

- Bem general, nossa nave foi interceptada e o vidente foi sequestrado. Eu não vi nada, eu estava em meus aposentos. Quem pode falar o que a senhora quer são eles. – Ele apontou para os outros dois.

- Muito bem então. O senhor é o comandante, certo? O que o senhor pode me dizer? O senhor lutou com eles?

- Sim. Tentei impedir que o levassem, mas eles conheciam bem a nave... o rapaz, ele foi por que quis....

- Isso é mentira! – Gerda o interrompeu.

- E como a senhora pode afirmar isso doutora?

- Eu o criei. Ele foi criado para obedecer. Ele foi levado a força. Eu tentei impedir, mas eles usaram alguma arma em mim... eu fiquei confusa e senti muita dor... eu não sei o que era...

- Arma? Que tipo de arma era?

- Eu não sei.

- Eles usaram essa arma no senhor também, comandante?

- Não. Eles me atingiram com um disparo...

- Provavelmente ele os estava ajudando. – Gerda completou.

- Isso não é verdade. O rapaz foi com eles por vontade própria, ele mesmo me disse. Eu não sou um traidor!

- Eles não te mataram, amarraram ou usaram a arma em você comandante. Eu não posso detê-lo, mas informarei seus superiores em Tot. Vocês ouviram alguma coisa que possa ser útil?

- Sabe general... a senhora só irá encontra-lo se ele quiser...

- Eu sempre consigo o que eu quero comandante.

- Não com esse rapaz, eu estava cético a princípio, mas agora? Ele vê o futuro general, cada mísero detalhe dele... Por favor me entregue a meus superiores ou sou um prisioneiro aqui?

- Não o senhor não é.

- Ótimo. Estou indo para Tot então.

Como as declarações da Dra. Fenris criavam dúvidas sobre a veracidade das declarações do comandante, seus superiores o detiveram para que fizessem as investigações. Finn já sabia disso, afinal, Seis o havia alertado. Com a ajuda das imagens da nave ele foi inocentado, foram apenas três dias de detenção.

Quando saiu do prédio onde esteve nos três últimos dias, uma leve chuva caia. Finn olhou para o céu e sorriu.

- Espero que você esteja bem garoto. Sabe, eu não vou segurar gota nenhuma, espero que isso mude alguma coisa no futuro terrível que você me descreveu e te ajude de alguma forma.

...

A general Magni estava frustrada. Cinco dias e nada, parecia que estava perseguindo um fantasma, que havia desaparecido no ar. As únicas informações que conseguiu, verdadeiramente úteis, foram que eram dois, um homem e uma mulher e as descrições deles. Tinha certeza que o homem era Tyr Raknar e isso era um problema sério. Ela o conhecia, ele serviu com ela e ele era, mesmo não querendo admitir, o melhor soldado que Hórus já teve.

- Merda! – Gritou com raiva.

- Alguma coisa senhora? – Um de seus guardas perguntou.

- Nada! Eles não podem ter desaparecido no ar. Vamos fazer uma nova varredura. Vamos, agora, tentar identificar a assinatura quântica dos combustíveis das naves que passaram nessa área.

- Mas essa é uma rota movimentada. Devem ser milhares de naves....

- Pois vamos identificar cada uma delas.

...

- Olhe aqui Seis. Esse é o mapa com todas as bases que os rebeldes possuem. Para onde devemos ir? – Yngve estava ansiosa para pousar em algum lugar.

- Acho que já é hora de acharmos um nome pra você. Eu não gosto de te chamar de Seis. – Tyr falou sorrindo para ele e deixando Yngve irritada por interrompe-la.

- Não preciso de um nome.

- Claro que precisa. Vamos ver, você tem cara de que?

- De Seis, Tyr.

- Ah, por favor, me ajuda. Yngve você também, vamos escolher um nome juntos.

- Ele tem cara de Angel. – Ela decretou.

- Não. – Seis retrucou.

- Tá, ele é um anjo mesmo, mas não precisa ter esse nome. Você não gosta de nenhum nome?

- Não. Sou o Seis.

- Que tal Loui? – Tyr falou sorrindo.

- Não!

- Ah, qual é? É bonitinho.

- Me dá esse mapa Yngve.

- Mas eu não quero te chamar de Seis.

- Mas assim é melhor Tyr.

- Tudo bem, você não gostou de Loui. Vou pensar em outro.

- Aqui Yngve, nesse momento devemos ir para Gorias. – Seis falou, ignorando os protestos de Tyr.

- Mas Goria? A nossa base lá está vazia. Você tem certeza Seis?

- Sim. Absoluta. Lá nós vamos nos encontrar com a General Siv Magni de Hórus.

- O que? – Tyr e Yngve gritaram juntos.

- Ela vai precisar ser convencida, mas eu sei como fazer isso.

- Eu a conheço... ela é leal ao rei, isso é um erro. – Tyr falou nervoso.

- Eu sei que vocês serviram juntos. Acredite em mim. Ela só vai precisar de uma prova para ajudar. Ela vai ser importante Tyr. Ela evitará milhares de mortes. Precisamos dela.

- Tudo bem. Acho que você já deu provas que sabe o que está por vir. – Yngve aceitou sem questionar.

- Muito bem então. Vamos voltar ao seu nome. Que tal Lugh?

- O que? Não! Você não me chamará assim! – Seis respondeu nervoso.

- Ei, calma! É bonito, significa Luz, você está trazendo a luz para essa escuridão dos mundos. Está lutando pela paz.

- Não Tyr! Não! Eu sou Seis é assim que você deve me chamar. Nunca mais me chame assim. – Ele se levantou e deixou os dois sozinhos.

- O que foi isso? – Yngve ficou atônita.

- Não faço ideia.

...

- Como ele pode ter me chamado assim? Como eu não vi isso? Isso não pode estar acontecendo, não pode... – Seis começou a chorar em seus aposentos.

Seis - O Empata - Ficção LGBTOnde histórias criam vida. Descubra agora