Naquela noite, Zoro sonhou com Sanji. Sonhou que transava com ele naquele barraco, os dois se roçavam num chão coberto por peças de roupas. Talvez sonhara com esse cenário porque antes da limpeza do loiro, as roupas do marimo ficavam empilhadas pelo seu quarto como montanhas.
E era nesse cenário que os dois se envolviam. Zoro trocava ofensas com Sanji e vice-versa, mas ficavam mais excitados e se roçavam cada vez mais. Além das roupas, a televisão velha estava lá e estava ligada. Era ela que iluminava o quarto fúnebre.
Zoro mordia e lambia o loiro, apertava seus mamilos num movimento gostoso e às vezes roçava a palma da mão em seu falo só para provocá-lo. Ficava sobre o corpo pálido e levantava suas pernas para tocá-lo por inteiro. No entanto, começara a broxar e não conseguia sentir mais o quadril do sobrancelha enrolada.
Seu coração passou a ficar acelerado por outro motivo. Sentia medo e suava frio no seu corpo quente pela fornicação, enquanto fitava os olhos azuis brilhantes de Sanji. O loiro parecia estar bem, mas Zoro não conseguia se mover, estava travado. Suas mãos ficaram pousadas sobre o peito pálido e se perguntava se Sanji não estava o achando pesado. De repente um flash correu pelo quarto e a televisão desligou.
E ligou de novo.
Com várias palavras riscadas e que diziam uma coisa só "Ordinário". Eram grafadas em azul num fundo vermelho de doer as vistas e emitia um barulho de dar gastura em qualquer um. Zoro a observava com muito medo, mas desceu seus olhos preocupado se acontecera algo com Sanji e aconteceu. O loiro estava morto e suas mãos atravessavam o torso dele, como se estivessem mergulhando em seu corpo.
Zoro acordou exatamente em que o peito de Sanji alcançava seus cotovelos. Molhara a cama toda de suor, e pensou se aquilo não fora algum aviso lhe dizendo para parar de se encontrar com aquele idiota.
Ao se levantar, bolou um plano para impedir Sanji de ir até sua casa, planejava afundar a cara do loiro na lama do terreno a ponto de magoá-lo. Não chovia mais, mas a terra continuava pastosa. O plano não era muito brilhante, até porque Zoro não era de pensar muito, e se pudesse resolver com o punho, assim seria.
No entanto, Sanji chegou à sua casa por volta das 10 horas da manhã, um pouco depois que acordara. Tinha um braço enfaixado e usava roupas sociais em vez do seu usual uniforme. No braço bom carregava uma mala.
— O que houve? - Perguntou atônito e andou até o limite da varanda, a fim de ficar próximo. O loiro não estava na parte com cimento, ainda estava na terra.
— Quase quebrei meu braço ontem e resolvi fugir de casa essa manhã. Posso ficar aqui? - Sanji emanava uma aura pesada, uma muito farta. Zoro notou seus olhos inchados e pensava no sonho que tivera. Não podia deixá-lo morar consigo, não enquanto fosse perigoso. Mesmo que precisasse de ajuda.
— Sua família vai ficar preocupada.
Sanji deu um meio sorriso. - Meu pai foi quem quase quebrou meu braço.
— Seu pai?! - Exclamou surpreso. - Por quê?!
— Disse a ele que estava apaixonado por ti.
— Como?!
— Não disse seu nome, mas disse que era um garoto.
Sanji começou a chorar. Zoro pensou que não conseguia dizer "não" como aquele tarado.
— Não tinha problema em dizer meu nome, idiota. - Trouxe o loiro para o degrau da varanda e o abraçou debaixo da marquise e depois o puxou para dentro do barraco.
Não era essa a questão.
Estava apenas preocupado.
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For tomorrow
Teen FictionUm aluno desaparece da escola, mas ele não contava que um colega sentiria sua falta.