Os filhos de Caim

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- Ok classe. Quero que estudem sobre os vampiros do mundo. Quero saber opiniões cientificas e históricas sobre esses lembrando que vale nota.

- Sim professor Anakim.

Responderam os alunos.

Professor Amatheus Anakim, era incrivelmente conceituado na universidade de Boston. Respeitado por vários alunos e professores, já havia sido cotado para vários prêmios na área de criptozoologia, onde são estudadas as existências de possíveis seres mitológicos.

Como todo estudioso, Amatheus tinha um interesse exclusivo por uma raça em especial. Essa raça eram os vampiros. Mergulhado em teorias, ele sempre acreditou que os vampiros fossem uma espécie evolutiva proveniente dos homens. Chamado cientificamente por ele de Filii Cain, sua teoria diz que eles eram filhos de Caim, o bíblico irmão de Abel. Em tese ele teria adquirido alguma espécie de doença ou parasita que inibia o cérebro de se alimentar. Dessa forma seu corpo não produziria nutrientes para as células, outra teoria é que seus corações não bombeariam o sangue rapidamente, sendo assim seria grosso e não levaria oxigênio para as células, uma adaptação evolucionaria faria com que se alimentassem de sangue e produziriam oxigênio e nutrientes através da osmose sanguínea, ou seja, seu corpo absorveria o sangue que tem nas veias e seria reposto por sangue fresco. No qual o único compatível seria o sangue humano.

As várias teorias englobavam a sua mente. Tentar achar o que seria plausível era difícil e como não havia ossadas não tinha como determinar se era possível ou não a existência de tais criaturas. Era uma verdadeira agulha no palheiro. Chegou até mesmo a fazer testes em alguns animais e alimenta-los apenas com o sangue de sua própria espécie. Mas faltava algo na equação. Algum determinante que fosse indispensável para a criação. Talvez o parasita ou vírus. Alguma coisa que não tinha encontrado ainda.

Outra coisa que o preocupava era a variação da espécie. Em cada parte do mundo os vampiros se comportavam de forma diferente e também eram diferentes. Como o lobo guará brasileiro e o lobo americano. Alguns exemplos eram os vampiros orientais. Alguns deles alimentavam da energia denominada pelos orientais como chi, alguns diante da luz do sol ficavam mais fracos, outros apodreciam, alguns voltavam ao estado quase humano ou se tornavam monstros horrendos. Muito diferente dos vampiros ocidentais que queimavam diante do sol. Havia ainda algumas características que todos compartilhavam, uma delas é a empalação com estaca e madeira que imobiliza a criatura, sendo que a única espécie que na verdade seria morta por esse ataque seria o vampiro europeu.

Era difícil determinar a existência de tal ser devida a todas essas variedades.

Mas hoje ele tinha um encontro com um historiador que poderia acabar com todas essas duvidas e que garantia que havia encontrado o elo perdido de toda essa historia. E ainda garantiu que traria uma amostra do sangue infectado.

O professor Anakim não poderia estar mais ansioso. Já podia ouvir os aplausos do publico quando recebesse seu premio. Conseguia até imaginar a manchetes. Professor de Criptozoologia da Universidade de Boston prova a existência de vampiros.

Já estava quase no horário combinado e por isso o professor ia rápido para sua casa. Era o lugar mais seguro para discutir essas questões. Afinal não queria suas pesquisas nas mãos de qualquer trapaceiro.

Chegou em casa cedo. Preparou um café e esperou seu convidado. Na hora marcada ele apareceu. Sua pontualidade era excepcional.

Ao abrir a porta o Anakim se viu de frente a um homem belo e jovial, não tendo talvez mais que 35 anos, o cabelo castanho era mantido curto combinando com um cavanhaque bem aparado. A pele morena era lisa e bem cuidada. Ele usava uma calça social preta e uma camisa social branca aberta até o peito onde ele exibia um cordão de ouro com uma cruz e uma espécie de tatuagem, o qual era difícil de distinguir realmente.

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