O inicio

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No inicio não havia nada, mas Ele existia. Era um período sem tempo, por que Ele criou o tempo, mas isso foi bem depois. No inicio só havia um, e esse era Ele.

Ele caminhava pelo vácuo, estava vazio, mas pra se distrair começou a criar.

Com a ponta dos dedos tocou tudo a sua volta e a cada ponto tocado um ponto de luz se formava, assim se fizeram estrelas. Envolta delas ele colocou pequenos grãos de pó, e aquelas que eram estrelas tornaram-se sois, e esses poucos grãos planetas.

Não satisfeito começou a dar formas diferentes a cada planeta. Alguns foram feitos apenas de gás, outros de puro gelo, em alguns os mares governavam, outros eram apenas um deserto sem fim. Alguns tão quentes que os metais se evaporavam para depois choverem de seu céu vermelho, outros tão frios que o gelo era tão duro quanto diamante. Em alguns ele deu vida animal, apenas aquática, outros terrestres. Haviam planetas habitados apenas por vegetais, outros por monstros titânicos. 

Em alguns ele semeou vida inteligente que nunca evoluiu, sendo para sempre caçadores e por fim extintos por animais e monstros mais fortes, e em outros ele criou vida tão inteligente que ela mesma de extinguiu.

Pensou e notou que algo não estava certo. Sentia-se só. Então se separou de si mesmo e criou outro com um poder igual ao seu, e essa criação não teve nome.

Não tinha por que não precisava. Ele era a consciência do criador.

Um dia conversavam.

- Quero criar pra mim um reino, não quero mais vagar.  disse o Criador  Me sinto só.

- Não está só, por que eu estou aqui, sou sua consciência e seu amigo, mas acho boa ideia que crie mais amigos.

- Não quero amigos, quero ser senhor por que sou eu o todo poderoso, então farei pra mim servos.

E assim criou a Cidade de Prata. E nela habitou os anjos. E os anjos adoravam ao seu Senhor. Mas isso não é o bastante.

- Quero que eles me amem.

- Mas eles já te adoram  dizia a Consciência  Não se pode amar aquilo que é seu dono. Da serventia pode vir à amizade, o amor somente virá daquele que tem vinculo e não criação.

- Criarei então filhos, e eles me amaram.

E de sua essência ele criou dois um feito de seu amor e piedade outro feito de sua força e habilidade.

Porem da energia que criará seus dois filhos, surgiu uma ferida e dela nasceu um pequeno ser, esse era feito de sua santidade e equilíbrio. Mas esse, com asas, feito uma pomba voou e pousou no ombro de sua Consciência e esse foi conhecido como equilíbrio e sanidade.

E seus filhos o amaram com toda a sua força. Mas isso não era o suficiente.

Entre sua caminhada ele viu um planeta, dentre tantos outros observou esse e voltou a criar. Moldou esse planeta pra comportar agua e terra, fez criar plantas e animais e deu vida a um animal nunca visto. Eram seres imensos, repteis. Animais que poderiam evoluir sozinhos. Então os observou por eras, criou cataclismos, queria vê-los sobreviver, mas não conseguiram, eram frágeis.

- Vou criar um ser, de minha imagem e semelhança  Ele disse  eles serão meus filhos e servos, vãos me amar e me servir.

- Não faça isso gritou a Consciência, se os fizer semelhante a ti, se tornaram o que você é. Se der a eles seu poder, criaram coisas mais poderosas que você, se eles tiverem o direito de escolha, eles não te servirão, se puderem amar alguém será a eles mesmos e não a você.

- Está me contrariando?  os olhos do Criador ficaram vermelhos de cólera  Eu sou seu criador, Seu Deus. Se não pode me apoiar Eu te destruirei.

A Consciência do Criador fugiu e se escondeu dentro do abismo que foi feito seu lar, ele observava, aquele que um dia era apenas o Criador e agora se intitulava Deus.

Observou quando esse criou o Homem e uma companheira. Seres semelhantes a ele e observou. Mas o abismo não podia ser seu refugio pra sempre. Enquanto descansava ouviu um sussurrar, e ao abrir os olhos em um canto viu o Criador sentado, olhando pra ele. Seus olhos em lagrimas demonstrava a decepção por ter criado algo como o Homem. Porem ele amava o ser que havia criado.

- O que farei?  perguntou o Criador  Não posso destruí-los.

- Se acalme criador, eu te ajudarei.

- Lilith não me obedece, não se submete a Adão. O que farei? E se Adão não mais se submeter a mim?

- Calma  dizia a consciência enquanto abraçava aquele que o criou  Tudo dará certo. Pediu ajuda ao equilíbrio?

- Não. Ele enlouqueceu. Está preso.

- Tudo bem. Leve-me ao lugar onde está o homem.

Ao chegarem ao Éden, o homem estava só.

- Onde está Lilith?   ele perguntou  não a vejo.

- Expulsei-a do paraíso.

- E o que fez com o Homem?

- Tirei dele todo o conhecimento. Tentei tirar o livre arbítrio e a fé, porem não seria possível sem mata-lo. O que tirei fiz uma semente, que foi plantada e sua arvore guardada por Samael.

- Entendo. Direi o que deverá ser feito.

E conversaram. Assim subiu o criador aos céus e começou a dar inicio aos seus planos.

Então retornou a Consciência ao abismo. Passado pouco tempo após a conversa que tiveram, enquanto caminhava na escuridão, ele viu uma luz e essa vinha de um anjo. Era um dos filhos do Criador. Seus planos estavam funcionando perfeitamente.

Tomou aquele anjo pela mão.

- Helel?

- Não mais.  Disse o anjo  Agora é Lúcifer.

- Seja bem vindo. Construa aqui o meu reino e eu te darei uma rainha e um lugar pra governar, conforme acordado com seu Pai.

E Lúcifer assim o fez. Em pouco ele deu Lilith como esposa a Lúcifer, por que eram os dois rebeldes e sábios.

Assim que foi preciso, foi a Samael e pediu que esse entregasse ao Homem o fruto do conhecimento. E como havia de acontecer o Homem também foi expulso do paraíso.

Enquanto observava o caminhar de seus planos ele olhou para seu Criador e pela primeira vez como igual O ouviu dizer.

- Agora o Homem é como nós.

Crônicas do Céu e o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora