6 - Um passo de cada vez

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Oi, amores, estou de volta depois de séculos. Eu sei que custei a atualizar essa história, mas a verdade é que eu estava com um bloqueio horrível!!! Acho que meu inconsciente não está preparado para finalizar essa fanfic... mas tudo chega a um fim, não é mesmo? Enfim, espero que gostem e nos vemos lá no final, ok?

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Três dias. Esse é o tempo que os atracadores precisam ficar na mansão antes de poderem fugir definitivamente do país.

O ouro que não havia sido distribuído para a população durante a fuga foi meticulosamente escoado por túneis e galerias até um ponto específico onde os sérvios já estavam esperando.

Na manhã do primeiro dia, o ouro e os sérvios já estavam em águas internacionais enquanto os paquistaneses divulgavam documentos e provas falsas, sinais irredutíveis de que os atracadores haviam conseguido escapar ainda na mesma madrugada em que fugiram.

No entanto, por mais que três dias pareçam pouco tempo, todas essas pessoas juntas lembram mais uma panela de pressão prestes a explodir do que qualquer outra coisa.

E considerando que na madrugada do primeiro dia a Tokio já havia tentado matar a Alicia e esta já havia colocado uma faca no pescoço da atracadora, a expectativa para o que pode acontecer até o fim desses três dias só aumenta.

Mas, tendo em vista que até o momento ainda não houve nenhuma morte dentro da mansão, bem, pode-se dizer que já é um bom começo.

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Alicia está sentada no chão do quarto, dobrando - pelo que parece ser a centésima vez - algumas das roupinhas que Marsella havia comprado para Letícia, enquanto sua mente viaja longe.

A ruiva se vê, não pela primeira vez desde que chegara à mansão, fazendo planos de buscar o Comissário e de ir até o apartamento que dividia com Germán para pegar algumas coisas antes de fugir do país e, mesmo sabendo ser arriscado, sua mente não consegue parar de bolar um e outro plano.

No entanto, o som de batidas na porta do quarto interrompe esses pensamentos.

— Ei. — Raquel sussurra ao ver Letícia dormindo. — O Marsella me disse que vocês tomaram café da manhã agora há pouco, mas eu trouxe o almoço mesmo assim.

— Obrigada. — Alicia responde sem desviar o olhar do que está fazendo.

Em silêncio, a ex-inspetora observa a ruiva por alguns segundos e é tudo o que ela precisa para saber que está sendo intencionalmente ignorada. De imediato, memórias das duas mulheres na época da Academia invadem sua mente e ela não consegue evitar, revira os olhos e sorri.

Ela sabe muito bem que Alicia ainda está chateada – e com razão – devido ao ataque de Tokio, por isso ela simplesmente caminha até a pequena mesa localizada no canto do quarto e deixa o prato de comida lá.

Mas é só quando ela começa a caminhar em direção à recém-nascida que os olhos da ruiva recaem sobre ela atentamente, como uma leoa protegendo seu filhote. Com cuidado para não acordar a menina, ela se senta na cama e a olha com carinho.

— O Germán ficaria louco por ela. — Raquel deixa escapar antes que possa controlar seu impulso.

Como se tivesse sido pega de surpresa, Alicia inspira de uma vez ao som dessas palavras e não é necessário que a ruiva fale ou faça nada, pois sua linguagem corporal grita tudo o que Raquel precisa saber: Alicia não está preparada para falar sobre o Germán. Não ainda.

Na tentativa de se desculpar ou de mudar de assunto, a ex-inspetora a chama. — Ali. — E esse é seu segundo erro.

Raquel se arrepende no instante em que o nome deixa seus lábios e franze o rosto ao chamá-la pelo apelido carinhoso que não usa há anos. Por certo, a ruiva nota a reação dela e respira fundo e alto.

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