Capítulo XIX

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O vestido comprido preto fosco justo ao corpo, com sua fenda lateral era uma grande inovação para as pessoas — e para alguns, um escândalo e afronta ao código de vestimenta padrão

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O vestido comprido preto fosco justo ao corpo, com sua fenda lateral era uma grande inovação para as pessoas — e para alguns, um escândalo e afronta ao código de vestimenta padrão. Mas para uma jovem pianista em ascensão, apenas uma forma de voltar os olhares para si em um palco, além da iluminação.

Em um baile de máscara, assumir uma identidade não é muito complicado — resta igualar-se as suas habilidades e roubar-lhe suas características, além, é claro, de convencer a pessoa, dona ou dono da verdadeira identidade, quer pelo bem, ou quer pelo mal. E nesse caso, a pianista dona da identidade em questão era conhecida pelo nome de Lauren Miller. 

Lauren ensaiara por anos em um dos teatros mais prestigiados de todo o reino e era lá onde ensaiaria para o baile, que seria em algumas horas. “La Vie” era famoso por ser palco de muitos dos artistas em ascensão e a pianista era um deles. O teatro La Vie também seria palco da grande estratégia de posse de identidade.

Na rua de trás do teatro, onde havia pouca movimentação, o duque lançava uma corda em uma das grades da varanda do andar de cima, próximo ao sótão, pendurando-se assim que a puxou, verificando se estava firme o suficiente para aguentar seu peso. Em seguida, escalou, as mãos enluvadas ágeis com cuidado e destreza, subindo rapidamente. Chegando à varanda, pulou para dentro.

— Sua vez, suba — disse para a jovem que aguardava logo abaixo. Ela então pegou a corda, forçando-a, assim como ele, em seguida deu impulso para subir. Seu capuz caiu para trás enquanto tentava chegar ao seu destino, apresentando uma certa dificuldade ao escalar, mas não era novidade para ela que por anos usava cortinas e lençóis amarrados uns aos outros para fugir de seu quarto do palácio sem ser vista ou seguida pelos guardas. Era apenas sua primeira vez escalando uma corda de verdade. Ao chegar também na varanda enfeitada de flores vermelhas enroladas nas grades da sacada, eles olharam para um lado e para o outro da rua, certificando-se que ninguém havia visto a entrada furtiva e triunfal. Acima deles estava a janela entreaberta do sótão, a porta de entrada para os dois. Alec subiu sobre a sacada, equilibrando-se para alcançar a abertura da janela sem olhar para baixo e assim que entrou, a princesa refez seus passos, subindo também na sacada e por uma fração de segundos olhou para baixo, desequilibrando-se, mas rapidamente recuperou o equilíbrio, felizmente fora apenas um susto.

— Confiança, Katherine! Não olhe para baixo, apenas confie em si. — Alec estendeu sua mão para lhe ajudar a entrar.

— C-certo, confiança! — então aceitou a ajuda ao segurar-lhe a mão, então adentrou pela janela destrancada do sótão.

Descendo as escadas era possível escutar a melodia de cada nota tocada pela pianista — que se encontrava completamente concentrada no instrumento, impossibilitava-a de prestar atenção em qualquer outra coisa ao seu redor, o cabelo longo e escuro como ébano cobria suas costas completamente, os olhos fechados apenas sentiam a música.

Katherine e Alec observavam de cima, das cadeiras vermelhas da plateia Lauren ensaiar sua performance para aquela noite. Assim que a última nota foi tocada e a pianista abriu seus olhos, levantando-se em seguida para retirar-se, palmas foram ouvidas no recinto. Ela procurou pela plateia com pouca iluminação por quem quer que fosse que estivesse ali quando seus olhos encontraram duas pessoas, o capuz sobre os seus rostos. Assim que os viu, pânico se fez presente e Katherine observou seus olhos atentos procurando pela porta mais próxima.

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