CAPITULO 8

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Custei pegar no sono e quando acordei o sol ainda não havia saído

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Custei pegar no sono e quando acordei o sol ainda não havia saído. O cheiro de café que minha mãe passava fez minha barriga roncar de maneira escandalosa e não consegui mais ficar na cama.

— Caiu da cama? – dona Lena perguntou quando apareci na cozinha.

— O cheirinho de café me acordou. – respondi bebendo meu corpo de água gelada matinal.

— Senta aqui, vamos tomar café da manhã juntas. – minha mãe como sempre preparava uma mesa simples mas bem diversa para a primeira refeição do dia. Ela dizia que essa era a refeição mais importante, aquela que te sustentava por grande parte do dia.

Lena falou que chegaria mais tarde, por que iria compensar o sábado que ela faltaria para ir ao mercado com minha avó fazer as compras de Natal e Ano Novo. Ela perguntou se eu queria ir junto para ajudar e eu respondi que sim.

Minha mãe também perguntou o que eu iria fazer durante o dia e eu dei de ombros. Listei algumas coisas que eram verdades, como lavar o cabelo, arrumar minha estante e ler um pouco. Mas o mais importante eu guardei. Olhei discretamente para o relógio do microondas e ele marcava seis e cinco.

Ela tinha tanta coisa na cabeça que havia esquecido que precisávamos ter aquela conversa sobre aquele assunto. Deixei pra lá, estava momentaneamente resolvido e se tudo desse certo, eu conseguiria uma bolsa e não precisaria gastar dinheiro além do necessário. E sobre Leo pagar a matrícula, eu já tinha tudo em mente. Economizaria o que eu pudesse, juntando o montante até dar o valor exato. E lógico, procuraria um emprego urgente.

Terminamos de tomar café e dona Lena saiu para trabalhar. Tão logo ela fechou a porta eu corri para pagar todos os documentos exigidos pela faculdade. Arrumei a cozinha, minha cama e fui tomar banho indo lavar meus cabelos.

Me vesti de maneira formal, passei uma maquiagem básica e prendi meu cabelo de maneira que ele não caísse nos olhos. Eram quinze para oito e eu estava pronta tendo  conferido a documentação pela terceira vez.

As oito em ponto Leo estacionou o carro na frente da minha casa e buzinou. Peguei minha bolsa, tranquei a porta e saí em disparada antes que alguma vizinha fofoqueira me visse.

— Oi. – Leo falou assim que eu me sentei.

Antes que eu pudesse responder, o cheiro dele me invadiu, me pegando desprevenida.

— Oi. – puxei o ar novamente. – Você sabe causar uma boa impressão.

Leo que havia botado o carro em movimento me olhou de relance.

— Não impressão? – ele perguntou sem entender.

— As roupas. – apontei para a calça jeans preta e a camisa de botão branca com as mangas dobradas próximas aos cotovelos. – E claro, o perfume.

Ele arregalou os olhos.

— Exagerei?

— Meu Deus, não. – me virei pra ele o máximo que o cinto de segurança permitiu. – Você apenas vai partir alguns corações pelo caminho.

Leo riu de maneira rouca, como se estivesse curtindo a ideia.

— Você não sabe o que um sorriso é capaz de fazer... – ele deixou frase inacabada.

Ah querido, eu sei. Você pode ter certeza que eu sei melhor que ninguém o que esse sorriso em específico é capaz de fazer.

•••

O caminho foi longo, mas eu mal vi passar. Leo fazia perguntas e eu respondia. Ele queria saber o que eu estava fazendo agora que a escola tinha terminado, sobre meus planos, garotos... Ele realmente se interessava e ouvia a resposta como se guardasse um informação preciosa.

Eu também fiz perguntas. A vida na polícia, na capital, namoradas... Esse último tópico ele desconversou.

Chegamos em frente a faculdade que era maior que eu havia imaginado. Enquanto Leo manobrava o carro na vaga, eu olhava pela janela feito uma caipira na cidade grande pela primeira vez.

— Imponente, não?! – Leo falou acompanhando meu olhar.

Apenas assenti, maravilhada.

— Pronta? – ele tocou de leve minha mão que estava gelada.

— Acho que sim. – respondi olhando nos olhos dele.

Um segundo se passou até que ele desviou o olhar.

Meu coração batia acelerado por diversos motivos.

Pensei que quanto mais o tempo passasse, aquela paixonite por Leonardo se dissiparia. Mas eu me enganei. Eu ainda continuava sentindo por ele alguma coisa bem forte.

Já dentro da faculdade, Leo conduziu toda a conversa. Fez todos os trâmites e se responsabilizou por mim, apesar da minha maioridade.

Com todos os documentos e mais importante, com o pagamento, foi tudo relativamente fácil e rápido. A mulher que nos atendia explicou sobre a bolsa e que o percentual de desconto seria informado após a entrevista que ela agendaria para a primeira quinzena de janeiro.

Era pouco mais das dez da manhã quando saímos do prédio. Eu ainda não acreditava que o kit calouro estava nas minhas mãos. Leo compartilhava da minha felicidade.

— Vamos comemorar? – ele perguntou.

Minha mente, sem vergonha que é, logo pensou em besteira.

— Um sorvete? – Leo sugeriu quando eu arregalei os olhos.

— Ah, claro. – falei com as bochechas corando.

•••

Sobremesa antes do almoço. Foi isso que a gente fez. Tomamos o melhor sorvete que eu já havia experimentado na vida e depois fomos almoçar no Outback.

Leo estava realmente feliz e sorridente. O que me contagiou. Eu fiquei assim desde a hora que ele me deixou em casa, após o almoço, para ir trabalhar até a hora que minha mãe chegou.

— Eduarda?! – dona Lena gritou me assustando. – Eduarda, me desculpa!

Estava deitada no tapete felpudo do meu quarto viajando na internet olhando coisas do meu curso e quase não tive forças para levantar pelo susto que eu tomei.

Num pulo eu estava na sala.

— O que aconteceu, mãe?

— Eu me esqueci completamente, minha filha. – ela quase chorava. – Hoje era o último dia para sua matrícula.

Ah, era isso.

— Não esquenta não, mãe. – falei indo no quarto e buscando o recibo de matrícula.

Estendi o papel para ela que abriu sem entender.

— Eu estou matriculada! – me joguei em cima dela.

— Mas como...? – ela me olhava confusa.

— Leo?

Por um longo minuto, a única coisa que eu escutava era meu coração tamborilando nos meus ouvidos.

— Eduarda.

Ela nunca me chamava assim. Isso queria dizer que eu teria muito para explicar.


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(DEGUSTAÇÃO) SEMPRE TE AMEIOnde histórias criam vida. Descubra agora