CAPITULO 7

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Os enfeites de Natal apareceram

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Os enfeites de Natal apareceram. E com eles o fim do prazo para a matrícula. Minha mãe mal tocava no assunto e quando falava alguma coisa, ela dizia que ia dar um jeito. Eu não queria um jeito, queria a porcaria da matrícula efetivada.

Eu parecia um disco arranhado. Mas tudo isso internamente, por fora eu sorria e não falava nada sobre meus planos futuros.

Num dia, após o jantar, dona Lena pediu que eu perguntasse Leo se ele viria para o Natal. Falei que antes de deitar mandaria uma mensagem para ele.

Leo sempre vinha para as festa de fim de ano, porque sempre foi criado junto com a família. E depois que a vó dele morreu e ele ficou sem ninguém, nós nos tornamos a família dele. Então, a mensagem para saber se ele vinha, era uma mera formalidade, mais para ele não se esquecer do quanto ele era querido por aqui.

Minha mãe saiu para ligar para minha avó para decidir as coisas das festas de final de ano e eu fiquei encarregada de tirar a mesa e cuidar da cozinha. Coisa que eu secretamente gostava de fazer.

Terminei de ajeitar tudo e antes de tomar banho, mandei um “oi” para Leo. Como ele não respondeu de imediato, fui para o banheiro.

Quando voltei, ele havia respondido “oi” também.

“Tá podendo falar?”, perguntei.

“Tô. Aconteceu alguma coisa?”

“Não. Era sobre o Natal.”

“Tenho trabalhado tanto que quase me esqueci.”

“Por isso eu estou aqui.” (carinha sorridente)

“Não sei o que seria de mim sem você, Eduarda.” (carinha sorridente)

Sabia que ele estava entrando na brincadeira, mas meu coração não pode deixar de dar cambalhotas no peito.

“Preciso levar alguma coisa?”

“Meu primeiro Natal maior de idade. Então quero uma daquelas bebidas alcoólicas que você costuma beber.”

“Seu pedido é uma ordem. Que dona Lena não me mate.”

“Ela tem preocupações demais para isso.”

“Tá tudo bem por aí?”

“Sim e não.”

“Fala comigo.”

“Não quero ficar me lamentando, Leonardo.”

“Então não se lamente, Eduarda.”

“Passei na faculdade.”

“Uau, parabéns. Ainda é o mesmo curso?”

“É sim e obrigada.”

“Em qual faculdade?”

“Nessa perto da sua casa.”

“Que bom que vou te ver com mais frequência.”

“É...”

“Qual o problema?”

“Não tenho grana para a matrícula.” (carinha triste)

“É muito?”

“É uma mensalidade.”

“E quanto é uma mensalidade?”

“1200.”

Leo demorou um pouco para responder e o arrependimento de ter entrado naquele assunto já começava a me dominar.

“Quando você tem que ir lá na faculdade?”

Já era pra eu ter ido.

“Tenho até amanhã.”

“Ok. Te pego aí as oito.”

“O quê?!”

“Desaprendeu a ler”

“Leonardo!”

“Nada de Leonardo. Se arruma, pega seus documentos que às oito em ponto eu passo aí.”

“Obrigada, Leo. De verdade.”

“Eu faria qualquer coisa por você, Duda.”

Graças a Deus eu não era cardíaca.

“Agora, boa noite. O trabalho me chama.”

“Boa noite, Leo. Se cuida.”

“Eu sempre me cuido.”

Deixei o celular de lado e afundei o rosto no travesseiro para abafar meus gritinhos de felicidade. Leo não poderia me fazer mais feliz... Aliás, poderia sim. Mas isso era uma outra questão, para uma outra hora.

Agora eu só queria agradecer a Deus por essa oportunidade, por Leo, até por minha mãe ter me pedido para mandar mensagem para ele.

Respirei fundo algumas vezes antes de ir até a sala, onde dona Lena ainda estava falando ao telefone com minha avó. Entrei no campo de visão da minha mãe e fiz um sinal de positivo. Leo ia vir para o Natal.

Peguei meu livro e me deitei fingindo ler. Estava eufórica demais para conseguir entender alguma coisa escrita nas páginas amareladas da fantasia histórica que eu segurava.


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💋


(DEGUSTAÇÃO) SEMPRE TE AMEIOnde histórias criam vida. Descubra agora