Hey, como vcs estão?
😆
Por aqui tô só o desespero.
🤪
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🤍
Eu dedico esse
capítulo de hoje
ao meu avô.
Saudades
🤍•••
A semana entre o Natal e o ano novo é bem estranha, pelo menos é o que eu acho. Você não faz nada, parece que tá todo mundo numa ressaca, em câmera lenta, só esperando chegar a virada pra mais uma comemoração. Sei lá, acho meio complexo de explicar.
Na nossa família, a gente torce para o réveillon dar próximo ao final de semana para todo mundo ficar de boa no sítio. E esse ano não foi diferente e o melhor que dia trinta e um deu numa quinta-feira.
Camila e os pais vieram, assim como o resto da minha família. Virada de ano pra gente era bem farofa. Rolava aquele churrascão, mil e um tipos de comidas e doces. Cada um levava uma coisa diferente e quando via, a mesa estava abarrotada de comida, que esse ano iria se requentada um sem número de vezes.
Minha mãe, minha avó e eu estávamos no carro a caminho do sítio, quando dona Lia perguntou:
— Você vai estudar o que, Duda?
Lena me olhou pelo retrovisor com uma cara de poucos amigos, ela ainda estava remoendo a conversa que teve com Leo na noite de Natal. Ela não havia aceitado cem por cento que eu tivesse procurado Leo para me ajudar. E pior ainda, dona Lena tinha medo que eu não conseguisse a bolsa e o emprego e não tivesse condições de me manter estudando. Ela não falava, mas eu via, isso era óbvio.
— Biologia, vó. – falei, deixando que o vento que entrava pela janela bagunçasse meu cabelo.
— Vai mexer com bicho? – vó Lia se virou entre os bancos para me olhar.
— Bicho, planta... – respondi.— Você sempre gostou de planta. Flor, principalmente. – minha avó começou a contar. – Lembro de você pequenininha ajudando seu avô a arrumar meu canteiro de flor. Ah que saudade do meu velho. – ela suspirou.
— Eu lembro. – falei. – Eu amava passar aquele tempo com o vovô. – um bolo se formou na minha garganta e eu tratei de ignorá-lo.
Pensar no meu avô sempre me fazia querer chorar. Eu o amava tanto! Quando ele adoeceu, eu mal conseguia ir vê-lo porque me doía tanto ver aquele homem forte, sorridente, brincalhão daquela maneira, se apagando na cama. Eu sentia tanta falta dele que chegava a doer. Eu aproveitei a companhia dele o máximo que pude, mas mesmo assim eu não queria que ele tivesse ido. As vezes eu me esquecia que ele tinha partido, chegava na casa da minha avó e procurava por ele. O engraçado que acontecia o mesmo com minha mãe.
O carro ficou em silêncio enquanto cada uma de nós três relembrava os momentos com meu falecido avô.
Quando alguém conseguiu falar algo, a primeira foi a minha avó.— Fiquei sabendo que quem te levou na faculdade foi Leonardo.
Olhei pra minha mãe.
— Foi. – respondi baixo ainda não confiando na minha voz.
— Àquele menino sempre foi bom. – minha avó continuou. – Lembro dele fazendo algazarra na rua junto com seu tio. Eles eram dois demônios no bairro, mas sempre teve bom coração. Cuidava da vó, estudava, gostava de uma briga...
Eu ri. Queria ter conhecido esse Leo.
— Mas ele é bem sério. – comentei.— Rá. Sério? – minha avó debochou. – Ele pode falar pouco, mas sério? Acho que não.
— É isso que eu queria dizer. – falei me empertigando. – Caladão e tals...
Dona Lena me olhou com os olhos semi serrados pelo retrovisor.
— Ele tá de namorada nova. – soltei. – Ele vai passar a virada com ela.
— Como você sabe? – minha mãe perguntou.
— Ele me contou no natal.
— Esse rapaz sempre foi quieto em relação a namoricos. – minha avó falou. – Seu tio era um furacão no bairro, enquanto Leo era discreto.
— Ele vai adorar saber que a senhora está me contando os podres dele. – eu ri.
— Segredos de meninas, Duda. – dona Lia deu uma piscadela. – Você tem que aprender a guardar.
•••
Camila chegou quase duas horas depois da gente e já foi longo me enquadrando.
— Me conta tudo sobre Leo e a faculdade.
Por uma longa hora discorri sobre os acontecimentos tintim por tintim. Ela me fazia perguntas e eu respondia com prazer. Perguntou sobre os momentos que Leo e eu ficamos sozinhos e se tinha rolado algum clima. Camila conseguia ser mais fanfiqueira que eu.
Quando tivemos um tempo só nosso, minha mãe perguntou novamente sobre a faculdade. Conversamos por um tempo e ela me falou outra vez da poupança magra que eu tinha, mas que me ajudaria no começo.
— Eu não quero virar o ano com nenhum mal entendido entre nós duas. – ela falou depois de tudo. – Nenhuma das duas pisando em ovos com a outra. Eu quero o seu bem, quero te ver feliz. E fico feliz, por mais que me doa dizer, em te ver voar sozinha, Duda.
Eu a abracei.
— Eu te amo, mãe. – falei. – Obrigada por entender.
— A partir de agora, eu não quero mais segredos.
— Meninas têm segredos, mãe. – falei rindo. – Você ouviu a vovó mais cedo.
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(DEGUSTAÇÃO) SEMPRE TE AMEI
RomanceMaria Eduarda Oliveira, ou Duda como gosta de ser chamada, sempre foi apaixonada por Leo. Mas o que parece ser simples de se resolver, é um pesadelo para a garota. Não só pelo fato de Leo ter uma namorada e ser amigo íntimo da família. Mas por conta...