don't do this

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Jade Walker | P. O. V
L. A, Califórnia

Impossível negar que eu estava me cagando de medo do que estava prestes a acontecer. É lógico que não quero presenciar a morte das minhas amigas, mas não vou impedir, vou tentar convencê-lo, porque sei que ele não quer matar elas. A conversa com a minha mãe me fez pensar um pouco, e eu quero ter a mesma calma que ela teve comigo. Esse pensamento não ajudou muito ontem, na boate. Mas hoje está dando certo.

Abri a porta e as meninas olharam para o Justin, imediatamente, não sei se por medo, porque agora elas sabem que ele é um traficante, e ele está com uma arma na cintura, ou só por ele está sem camisa. Pelo que eu estou vendo, a segunda opção se encaixa muito mais.

— Oi, garotas! Vocês estão lindas. — Cheguei perto delas e sussurrei. — Apenas siga o que eu estou fazendo. — Elas estranharam e concordaram com a cabeça levemente.

— Oi, amiga. Não sabia que estava acompanhada. — Emily falou. — Então, você é o gostoso dono da boate. — Justin bufou, ele não estava nem para brincadeiras obscenas hoje. — Nossa, desculpa.

— Acho engraçado as mulheres. Se eu falasse isso, seria eu, o cara taxado de assediador verbal, mas quando as mulheres fazem isso, é super normal, e legal. — Justin falou, travando o maxilar, andando e tirando a arma da calça. Por que ele do nada tocou nesse assunto? Nem pareceu ele falando. Seria por respeito à Caitlin? — Vamos direto ao ponto...

— Primeiro de tudo... — O interrompi. — Me dê essa arma. Quero falar uma coisa antes. — Estendi a mão, esperando que ele colocasse a mesma, mas claro, ele não fez isso. — Vem aqui, Justin. Quero falar com você. — As meninas se sentaram no sofá e fecharam a porta, enquanto eu pegava a mão de Justin e subia as escadas com ele.

— O que é que você quer? — Ele falou rude.

— Cara, abaixa a guarda pelo menos 5 minutos. Eu só quero conversar. — Falei, respirando fundo. — Certo. Quando você matou, você disse à ele o motivo? Disse que não queria fazer aquilo? — Perguntei.

— Claro que não. Jeremy estava do meu lado, eu nem pensei na hora, peguei a arma e atirei. Para ir mais rápido. — Ele falou.

— Okay. Você já tinha falado com ele antes? Tinha algum sentimento por ele? — Ele estava detestando o interrogatório, mas não posso fazer nada, aquilo era necessário.

— Já tinha falado, eu ia pra casa dela às vezes... Pra jogar... — Ele bufou e olhou pro teto, tentando ao máximo esconder qualquer coisa que seja dentro dele. — Pra jogar vídeo-game. Ele parecia um homem bom. — Eu o abracei. Pude sentir não só a tristeza dele ao falar. Mas também a necessidade do abraço. E desta vez, ele não se afastou. Ele abaixou a cabeça no meu ombro e me apertou forte.

— Justin, é o seguinte. Você vai me dar essa arma, eu vou mandar Emily e Jasmine subirem. Você vai conversar com ela, vai deixar toda a verdade, e se você não suportar a resposta dela, pegue a arma e faça o que quiser. Mas lembra, a Jasmine, vai estar aqui em cima, imagina seu irmão ou sua irmã, presenciando sua morte. É desse jeito que ela vai se sentir. Indefesa, porque sabe que não vai poder fazer nada pra ajudar. — Apertei ele forte, em meio ao abraço. Ainda muito calma, mas nessa hora queria sentar e chorar, não teria cabeça pra vivenciar isso. Seja forte, Jade.

— Não estou comendo merda, Johnson. Não vou fazer isso. Ela nunca vai me perdoar. — Bieber disse.

— Como sabe? Você tinha 11 anos. Foi obrigado a fazer aquilo. Preferiu se matar do que matar ele. O puto do Jeremy que te obrigou a matá-lo. Talvez ela não perdoe de cara, mas depois vai entender. — Ele me apertou mais uma vez e me soltou. — Você consegue, Bieber. Vou ficar aqui em cima. — Olhei nos olhos dele e peguei a arma de sua mão.

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