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Capítulo com 6945 palavras





 Harry curvou-se em meio a escuridão, olhos focados de forma crua através de todo o espaço a sua frente. Não havia sequer um mínimo de luz da lua, cuja a presença não estava no céu escuro e quase totalmente fora de foco pela grossa camada de nuvens, a maioria delas feita exclusivamente de poeira e gases que, em outro século, foram responsáveis por dizimar a raça humana e muitas outras formas de vida.

Não havia sequer uma fonte de luz para onde quer que olhasse.

Ainda assim, ele se moveu, impenetrável sob seus sentidos diabolicamente sensíveis ao mínimo dos estímulos. Ele não precisava de luz para enxergar, nenhum deles precisavam, podendo ver claramente as formas e traços uns dos outros através das capacidades evolutivas. A escuridão não era uma ameaça, mas sim um lar.

Os demais permaneceram em seu lugar quando Harry se adiantou, seus passos não emitindo qualquer som mesmo quando sob a pressão de todo o seu peso e tamanho. Ele contornou um raio extenso da primeira passagem encontrada por seu grupo, varrendo o local em busca das zonas de segurança que deveriam protegê-la.

Não haviam guardas nas imediações, sequer pareciam existir lá dentro, mas Harry sabia que eles estavam lá, porque, se abaixando em direção ao chão, curvando-se em seus joelhos flexionados e tocando com a ponta dos dedos a terra fria, ele precisou de apenas alguns segundos para sentir as vibrações.

Alguns segundos para focar-se um pouco mais fora da borda, fechando os olhos um segundo antes de finalmente captar o distante aroma. Com as garras crescidas por, pelo menos, cinco polegadas inteiras para fora dos tecidos de seus dedos, ele se ergueu, podendo sentir, ouvir, cada um a cerca de dois andares inteiros abaixo de si.

Ele ergueu sua espada, a pressão ao redor mudando subitamente e ele sabia que os grupos o viram em seu sinal, movendo-se de acordo com suas tarefas e ele se afastou quando dois dos seus o ultrapassaram, seguindo em direção aos portões reforçados em ferro e aço. Toda a construção emergia do chão em meio ao nada, apenas o deserto cercando-os em todas as direções, a curvatura se estendia por cerca de oito metros antes de estreitar-se e curvasse ao chão, como uma enorme porta de porão.

Ele sabia que ali, na entrada, docas o aguardavam, onde formas de adentrar completamente o lugar muito abaixo da superfície deveriam se fazer presentes.

Harry permaneceu em seu lugar na escuridão durante os momentos que sucederam a colocação hábil e estratégica dos fios ao redor de toda a entrada, o cheiro de pólvora podendo ser captado pelo seu olfato quando os responsáveis por ela se afastaram, erguendo suas mãos fechadas em punho ao alto em seu sinal.

Então ele se afastou novamente, sabendo que todo o círculo que o aguardava deveria estar fazendo o mesmo. Um minuto depois e a figura mais baixa porém grandiosa quando comparada a tantos outros cujo o DNA não carregava o que a classe de ambos possuía, pôs-se ao seu lado sem qualquer ruído ter avisado sua aproximação.

O verde em seu uniforme firme ao corpo era visível mesmo abaixo da capa negra que, assim como Harry e todos os outros, ele usava. Ele era quem Harry esperava até o momento para, finalmente, erguer suas mãos e liderar rumo ao que os aguardavam sob seus pés. Shawn dirigiu seu olhar ao alpha.

- Tudo certo, senhor. - Disse-lhe respeitosamente.

- Alguma subjeção?

- Estão apenas aguardando seu sinal, sem nenhum relatório incomum.

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