Infinite Pain

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Penúltimo capítulo

8832 palavras

Capítulo editado e corrigido por @dayandrann





Nada dura para sempre, ou ao menos a maioria das coisas não duram para sempre. O fato é que os humanos não faziam parte da pequena porção de organismos capazes de apenas permanecer existindo permanentemente ao longo dos anos, décadas e séculos. Como uma versão modificada desse mesmo organismo poderia, então, permanecer viva para sempre?

Existem vários fatores que, separadamente ou em conjunto, levam um ser vivo à velhice e, consequentemente, à morte. Quando listados, é possível analisar alguns desses fatores em uma ordem crescente ou decrescente de agravos, e sem perceber Louis passou a fazer exatamente isso, pensando em uma série desses fatores isoladamente, como por exemplo as mudanças mais perceptíveis a olho nu, que indicam a velhice existente e iminente.

A flacidez surge com os anos graças a baixa produção da proteína – colágeno – responsável por sustentar e manter a pele firme.

A redução progressiva do melanócito - célula responsável pela produção de melanina e pigmentação natural dos cabelos – originando fios brancos até que todos os cabelos se tornem grisalhos.

E existem formas de listar as mudanças internas e imperceptíveis a olho nu, que marcam o envelhecimento dos organismos vivos. Como o esgotamento das células-tronco, reduzindo o potencial regenerativo dos tecidos.

A fragilidade que alcança o corpo desde os tecidos ósseos, onde os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea – colágeno tipo I, proteoglicanas e glicoproteínas – participando da mineralização da matriz e concentrando fosfato de cálcio. Além dos osteoclastos, que absorvem e remodelam o tecido ósseo. E então, com os anos, o equilíbrio do sistema esquelético se torna comprometido, a perda de massa óssea sendo uma realidade alcançada. E se há o domínio dos osteoclastos, ocorrerá a reabsorção patológica, tornando o sistema esquelético cada vez mais frágil.

A produção de energia realizada pelas mitocôndrias em seu processo de respiração celular, o que acaba gerando radicais livres – moléculas instáveis com um elétron a menos e que reagem com facilidade – danificando assim a própria célula, causam danos que vão se acumulando com o tempo, ocasionando o envelhecimento do organismo, além de que, com a ineficácia das células, o funcionamento das mitocôndrias é comprometido, podendo ocasionar danos ao DNA.

A instabilidade genômica relacionada ao acúmulo de danos nas células, provocados pelos erros durante o processo de replicação do DNA ao longo dos anos, acarretando no envelhecimento, principalmente quando o dano no DNA afeta as células-tronco, dificultando significativamente no processo de renovação dos tecidos.

O encurtamento dos telômeros – sequências repetitivas de DNA nas extremidades dos cromossomos humanos – limitando a replicação e divisão celular, pois, quando os telômeros se tornam muito curtos, são incapazes de proteger o DNA, e então as células param de se reproduzir. Os telômeros, quando extremamente curtos, também encaminham as células à morte celular, acabando por comprometer as funções do organismo.

E não é necessário pensar ou saber muito a respeito de cada processo que ocorre em seu corpo, lidando direta ou indiretamente com cada coisa relacionado ao seu organismo, o envelhecimento e a morte é sempre uma realidade notável, concreta e absoluta. A senescência celular era algo existente na condição humana e não importa o quanto eles haviam evoluído, ainda eram humanos.

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