Chegadas

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Mais um planeta de vermes. Eles gritaram, eles se espalharam e, o que é mais lamentável, alguns deles tentaram revidar. Era para ser um expurgo de alto nível e esses habitantes eram pouco mais evoluídos do que besouros. Vegeta destruiu a todos, sentindo nada além de desprezo por sua fraqueza. Eles eram imundos. Eles eram patéticos. Eles mereciam isso.

A paisagem estava em chamas. Fogo e fumaça sufocavam o ar em seus pulmões, mas ele não se importou. Esta foi a única vez que ele se sentiu vivo. Em um movimento fluido, ele agarrou um alienígena atacante, rasgou a infeliz criatura em dois e usou os membros agonizantes para golpear outro dos pequenos bastardos para no ar, atordoando-o e esmagando seu crânio sob os pés enquanto espiava a próxima vítima. Sua armadura estava coberta de sangue úmido e coagulado, nem a cor nem a forma visíveis sob aquele brilho horrível.

Que porra de planeta era esse? Em que universo isso foi um expurgo de nível 4? Radditz poderia ter feito isso com uma mão só.

O solo tremeu sob os pés, uma ocorrência comum nestas ocasiões, embora nem tanto tenha sido a repentina fenda que se abriu entre os pés de Vegeta. Imperturbado, ele disparou levemente para um lado dela. A terra marrom-avermelhada estava se derramando nele e, em meio aos gases sulfurosos que emanavam dela, um grito sobrenatural saiu. O gás ardeu em seu nariz e fez seus olhos lacrimejarem, mas ele não deu a mínima; ele antecipou um desafio.

Mais tarde ele se lembrou do grande antebraço com garras que ergueram o corpo irregular em pé até a superfície, algo a ver com dentes e uma súbita falta de outros adversários no campo de batalha. Ele se lembrava de sangue, muito do seu próprio, e se lembrava do sucesso de arrancar um coração enorme com as duas mãos enquanto jorrava sua essência de vida furiosamente no chão em chamas. Ele pode ter dado uma mordida nele, ou talvez ele tenha sonhado. Ele sempre teve muito tempo para sonhar nos tanques de regeneração.

Ele entrava e saia de seu estado de consciência, observado por médicos entediados.

-De novo? - Um deles perguntou.

-Evidentemente – Foi a resposta concisa. – Ele está se tornando mais e mais descuidado a cada missão. Algo serio?

-Não, o idiota não usou seu aparelho de respiração e quase sufocou até a morte pela fumaça. Eles não foram instruídos sobre isso?

-Há! Como se ele seguisse instruções.

Vegeta sonhava, e sonhos costumavam durar para sempre. Tudo estava tão normal, tudo fazia sentido. Se alistar em uma nova missão, a preparação para partir, Radditz e Nappa o acompanhando como sempre. Tudo estava como sempre. Eles fizeram piada sobre a vez que Vegeta os matou.

Ele os matou.

Ele tinha feito isso?

E agora ele estava de volta no Planeta Vegeta, e isso também fez sentido. Sua família estava lá, Radditz também. Mas ninguém falava com ele. Todos disseram que ele não havia assassinado seus companheiros como um verdadeiro Saiyan, que ele teria que voltar e fazer de novo.

Assassina-los.

Ele estava submerso. Ele não conseguia respirar. Ele não sentia nada. Ele não sentiu nenhum medo, nenhuma angustia. Ele abriu seus braços para a morte e tentou se afogar. Seus pulmões se encheram de agua e ele descobriu que podia respira-la.

É claro, que bobagem a dele, isso era normal.

Perfeitamente normal.

Nada para se preocupar...

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