Outra Pessoa

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O que eu estava pensando?

Primeiro eu fui burra em escrever aquela história sobre o Henry Cavill, muito burra mesmo. Era uma boa história mas eu podia ter tomado cuidado com os detalhes que revelavam que o personagem era ele. Mas principalmente eu não devia ter vindo, devia ter pedido para o Pedro vim sozinho ou ter ouvido ele e evitado me entregar daquela forma.
Mas o pior nisso tudo era que eu não entendi a mudança, ele estava magoado porque sai de sua casa sem um aviso? Ou ele estava com ciúmes? Eu vi quando ele olhou para a minha mão com a do Pedro. Deveria ter parado de correr quando ele me gritou?

Esperneava na cama do hotel, não consegui dormir novamente e as malas já estavam arrumadas e eu já tinha me trocado, apenas esperando pelo Pedro para sairmos do hotel.
Sempre me disseram que não devíamos conhecer nossos ídolos porque eles não eram exatamente como a gente imagina. Mas nunca pensei que eu realmente fosse sentir o que estava sentindo em meu coração.
A lembrança do olhar dele nos meus, como sorria feliz e o som de sua voz, já tinha visto aquilo tudo através de uma tela, mas pessoalmente causava sensações que eu não conseguia explicar com outras palavras além de que eu estava perdidamente apaixonada.

Mas queria que ele estivesse apaixonado por mim também.

Por volta das 5 horas da manhã, Pedro apareceu na porta do quarto e sai com ele em direção ao elevador.

- Sorria, conseguimos evitar um desastre. - Ele bate seu ombro no meu.

Não conseguia sorrir, apenas ajeito o óculos de sol em meu rosto e erguia os ombros em desdém.

- Isso é pelo Henry? - Ele suspira e passa um braço em meus ombros. - Eduarda, eu te avisei para não se envolver, esses artistas são volúveis, mudam de cabeça como a gente muda de roupa.

EU vou Matá-lo.

- Cala a boca, Pedro. - Rosno e ele se afasta de mim.

Passamos pelo loby do hotel, fechando a conta e rumando para a saída, entramos em um taxi e eu retiro os óculos apenas para pegar meu corretivo na bolsa de mão e passar um pouco nas olheiras.

- Se serve de consolo. - Pedro começa e eu o encaro, ele me ignora e continua. - Quando eu conheci minha namorada foi tipo isso, na verdade a empresa de advocacia do meu pai estava processando a empresa de modelo dela, mas acabamos nos conhecendo e se apaixonando, vamos nos casar esse ano.

- Que bom que deu certo para vocês.

- As vezes dá certo. - Então ele dá uma tossidinha. - E ela namorava um cantor famoso e trocou ele por mim, um simples advogado incompetente.

Suspiro, fechando meu pó compacto e o guardando na bolsa.

- Você não é incompetente. - Suspiro novamente, pondo os óculos de volta e encostando a cabeça no assento. - Você é o melhor advogado que eu conheci e uma boa pessoa.

- Acho que vai chover. - O ouço dizer e dou uma cotovelada nele enquanto ria. - Aí! Mas é sério, acho que vai chover.

Olho pela janela e vejo nuvens escuros no céu. É realmente estava começando a chover.
Um típico cenário de Londres, cheguei em um dia de chuva e iria embora da mesma forma.

O táxi parou no aeroporto e eu desci mais o Pedro, entrando e seguindo para o check-in. Não demora para conseguirmos embarcar no avião que nos levaria para casa.

Sento na minha poltrona, aperto os cintos e olho pela janela ansiosa para o momento que o avião iria alçar voo e eu me despediria de Londres, da Inglaterra e do breve contos de fadas que eu tinha conseguido viver naqueles 3 dias.

Processada pelo meu Ídolo (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora