— Sério? Que chatice! — resmungava Nishinoya, balançando a cabeça em negação.
Tanaka ainda estava em choque.
— Nenhuma?
— Nenhuma — afirmou Hinata, achando graça da frustração dos dois amigos.
Sugawara estava ao meu lado, eu me mantinha no batente da porta vez ou outra lançando olhares para dentro do quarto e ouvindo Sugawara brigar com os garotos por conta do barulho.
A reação dos três garotos quando entraram dentro do quarto foi quase a mesma. Eles sorriram sem mostrar os dentes e se aproximaram com cautela como se Hinata pudesse explodir a qualquer momento. Sugawara segurou nas mãos do ruivo e as apertou. Nishinoya e Tanaka deram um high-Five rápido e começaram a contar as diversas coisas que haviam acontecido no colégio.
Sugawara quis se aproximar de mim e deixar os dois aproveitarem a visita. Ele também queria me perguntar algumas coisas discretamente, aproveitando que os dois estavam distraindo Hinata o suficiente.
— Impossível não ter uma única enfermeira bonita! — Noya se agitou, aumentando o tom de voz e recebendo uma encarada de Sugawara e um "shhhh".
Se voltou para mim, querendo fazer mais perguntas. Ver o ruivo havia acionado algum alerta na mente de Sugawara. Uma preocupação ainda maior pela saúde alheia. Possivelmente, foi um resultado de o ver acamado e em um hospital com seus braços repletos de agulhas.
Eu tinha sentido esse alerta quando o vi tossir sangue diante dos meus olhos.
— Acha que ele pode sair daqui?
Balanço a cabeça e encaro Hinata rindo de algo e sendo acompanhado pelos dois.
— Ele tem que ficar constantemente sendo hidratado e recebendo os nutrientes necessários pelo intravenoso. Então, acho que é complicado ele sair daqui.
— O Hinata sente dor?
Demorei a responder.
— Sente — digo, encarando o ruivo sendo atualizado de todas as fofocas que ocorreram no período que está longe. — Só que ele não me fala isso. A única merda que ele diz sobre a doença é, "é só uma doença".
— Você não se cansa de vir ao hospital?
Eu suspiro, sentindo a exaustão da rotina tomar conta de meus ombros. Três meses repetindo a mesma rotina constantemente, fora meu sono que acabou ficando cada vez mais leve por causa da precaução caso Hinata me mandasse mensagem. Eu acordava com as notificações e o fazia companhia mesmo de longe.
— Sim. Mas é o que posso fazer por ele. Não posso me cansar porque isso seria dizer que estou cansado de vir visitá-lo. E não estou. Eu gosto de fazer companhia para Hinata.
Sugawara sorriu com aquela declaração.
(...)
Sentado na cadeira ao lado do ruivo, eu o analisava. A expressão dele só confirmava que — por incrível que pareça — a energia de Hinata tinha sido drenada. Aquela simples visita fez isso com ele. Não que Hinata não tenha gostado de ver os amigos ontem, ele gostou dava para perceber. Ver gente diferente e conversar com outras pessoas é ótimo. A questão é que a animação dele sumia a cada dia que se passava.
O hospital estava fazendo isso.
A doença estava fazendo isso.
E eu não sabia o que fazer para reverter a situação.
A Senhora Hinata me alertou sobre a situação real do ruivo. As dores no estômago haviam piorado, se tornado um imenso fardo para ele. E naquela madrugada, ele convulsionou. A enfermeira explicou que as convulsões poderiam ser frequentes nesse estágio. Era um caminho sem volta.
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Era só uma doença - KageHina
FanficNunca havia visto ele assim, e o ver desse jeito só me fez pensar como sou egoísta. Só queria ser feliz como ele, mas ele não era realmente feliz. "É só uma doença", vivia dizendo. Isso com certeza me deixava irritado, mas não queria discutir, só qu...