Os deuses abençoam aqueles cujo destino é entrelaçado ao equilíbrio. Porém, num mundo onde a maior parte dos territórios é unida por uma fé intolerante, os conectados aos deuses são perseguidos e suas existências são negadas.
Uma resistência formad...
Rose se lembrou de um ocorrido há muito tempo esquecido. Houve um momento em sua vida onde reuniu forças para enfrentar os seus captores e participar de um motim. Entretanto, essas lembranças trouxeram à tona mais dúvidas do passado e um diário, que pela época em que foi escrito, pode conter informações únicas.
A capitã Zenabu e sua frota, o Oculto da Névoa, estão sendo provocados pela antiga facção pirata da qual pertencia: a Frota de Ouro. O novo líder colocou uma paixão do passado da capitã contra ela a bordo do navio de fuga Sorriso da Virgem.
Zenabu finalmente teve conhecimento da guerra do Leste e decide interferir, por hora, ignorando a Frota de Ouro.
A principal cidade da Planície, Grom, se retirou da guerra do Leste. A balança da vitória está pesando para a Península enquanto os cidadãos de Ponta Madeira se despedem de seus mortos.
Íris começa a aceitar as suas conexões. Aos poucos está descobrindo que as suas habilidades ainda tem muito a desenvolver.
Natos prometeu a si mesmo ser alguém de valor, será que ele irá cumprir?
Os navios da Península se preparam, entre eles está o Fúria do Leste.
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Ilhas Escuras, Chapada Fantasma
ZENABU V
As tripulações do Lágrima e do Estrela se acomodaram na casa de Ery. Alguns na grande sala de estar, alguns nos quartos, outros do lado de fora, mal acostumados com o conforto. Estavam cansados e não houve festa dessa vez.
Zenabu retornou ao Lágrima, não conseguia dormir em outro lugar senão ali. Toda vez que pisava em terra firme era a mesma coisa: um monte de conflitos para resolver. Já fazia dezessete anos desde a sua primeira expedição ao Norte-e-além e, desde esse dia, não houve um em que dormisse sem pensar no dia seguinte. Nos tesouros que encontraria, nos inimigos, nos amigos e... em Ponta Madeira. Seu corpo se contraiu involuntariamente.
— Rose! — gritou para o feio horizonte da Baía da Morte.
Nenhuma resposta.
— Merda... Vinho-Rose, o que você está fazendo?
Não havia nenhum som exceto o vento traiçoeiro do lugar. As rajadas batiam fortemente contra a madeira e as velas bem dobradas do Lágrima do Mar. Faziam ruídos sinistros conforme os pequenos redemoinhos invisíveis dançavam sobre os mortos naufragados às bases das montanhas.
— Não vai funcionar, eu tentei falar com ela durante toda a tarde.
Jaco se encostou na mureta do convés ao lado de Zenabu. Vestia o típico sobretudo preto da tripulação e uma bandana vermelha na cabeça que ocultava parcialmente as cicatrizes de queimadura.
