02.

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Josh

"Onde está Samuel?" Ele pergunta, sua voz é rouca e lenta e eu me arrepio por um segundo. Deve ser o ar condicionado.

"Hun, Samuel é o garoto que estava com você?" Pergunto baixo e ele assente. "Ele foi fazer umas ligações, acabou de sair, pediu para que te avisasse."

"Oh, certo. Obrigado." Ele dá um sorriso leve, mostrando uma marca em cada uma de suas bochechas. Que adorável.

"Sou Josh." Sorri pra ele.

"Noah."

"Se não for ser indiscreto, Noah, posso lhe perguntar o que faz aqui?" Perguntei de forma suave. Eu realmente não sei o seu motivo e ele pode não gostar de falar sobre isso.

Seu sorriso pareceu cair no mesmo momento, e suas feições viraram uma carranca.

"Prefiro não falar sobre isso." Disse seco e grosso e eu mordi os lábios.

"Desculpe." Falei baixo, abaixando o olhar pro meu livro. É claro que ele não fez por querer, mas eu nãoconsigo me dar be com grosseria. Machuca.

"Josh?" Ele me chama e eu o olho, ele suspira. "Não se desculpe. Eu.." Respirou fundo, fechando os olhos. "É que é dificil falar sobre isso pra mim." Ele fala, dessa vez mais calmo e eu sorrio fraco.

"Tudo bem. Não precisa contar se não quiser."

"Obrigado."

Alguns minutos depois, Samuel volta para o quarto junto com um doutor, que segurava uma prancheta.

"Noah, muito prazer, sou o Doutor Oliver." Eles apertaram as mãos. "Bem, você perdeu bastante sangue e seu corpo parece intoxicado, os exames vão mostrar exatamente o que foi, mas.." Ele olha para os braços de Noah, que estão enfaixados e eu arregalo os olhos, entendendo o porquê de ele estar aqui. "Acho que minhas suspeitas vão estar certas. Bem, eu espero que você faça amizade com Josh, porque é aqui que você vai ficar nos próximos dias. Semanas, na verdade. Não é a primeira vez que isso acontece, Noah, temos suas fichas por aqui e seu amigo nos contou. Não posso te liberar até ter uma garantia de que vai estar seguro quando sair. Até lá, espero que fique à vontade. Com licença." Ele disse, acenando com a cabeça e se retirando do quarto, e Noah está com os olhos fechados com força, parece com dor. Ou irritado.

Olho pra Samuel, que também está olhando pra Noah, seus olhos estão marejados e sua mão no ombro do moreno.

"Nô..." Ele chamou baixo, sua voz vacila. Noah apenas estica os braços e Samuel o abraça forte.

Paro de os olhar, me sentindo invasivo sobre suas privacidades. Mas sei que estão chorando pelos soluços baixos que ouço. De algum modo, dói em mim, mesmo não sabendo o que aconteceu. Bem, os motivos, na verdade.

Mas, eu vou descobrir. Ou tentar.

Samuel já tinha ido embora e mais outro garoto tinha vindo o ver, e, assim como Samuel, o abraçou, mas não choraram.

"Noah?" Chamei baixinho.

"Hun?" Ele responde, não tirando os olhos da TV. "Por quê?" Perguntei. Minha curiosidade não permite que eu fique de boca fechada.

"Eu não quero falar sobre isso." Ele suspira, olhando pra mim. "Olha, você parece ser alguém muito doce e legal, e eu realmente não quero soar grosso com você, mas eu não quero mesmo falar sobre isso." Passa a mão pelo rosto. "Tudo bem? Eunão consigo."

"Tudo bem." Assinto. "Desculpe por perguntar, é que sou muito curioso." Eu disse e ele riu nasalado.

"E pede bastante desculpas, não?"

"Desculpe. Espera. Droga, eu fiz de novo." Bato em minha própria testa e ele ri novamente. Sua risada é bonita. Mas logo sua feição fica séria de novo e ele volta a olhar pra TV.

Estranho.

Resolvo dormir. Amanhã é um novo dia, talvez eu consiga conversar mais com Noah.

É, eu vou.

Desculpa qualquer erro.

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