05.

682 82 7
                                    

Josh P.O.V.

"Quem deixa a cortina aberta desse jeito? Que merda." Bufo, me levantando, depois de ter recém-acordado, fechando a cortina e suspirando aliviado ao que a luz do quarto diminui bastante. Okay, eu agradeço muito por poder levantar e ver o sol, mas, por favor, respeita meu sono sua bola de luz enorme.

Me viro e volto pra cama, notando que Noah não está na dele, dando de ombros e pegando meu celular e vendo algumas mensagens.

Ouço um barulho de porta abrindo e logo Noah sai de dentro do banheiro com uma bermuda branca molhada e cabelos úmidos, secando seu rosto com uma toalha azul e com algumas gotas de água escorrendo em seu corpo, descendo pela sua V line, seu corpo coberto por tatuagens e músculos me fazendo me perder um pouco na dimensão que eu estava. Engoli em seco."Por que posta de hospital não tranca no banheiro? Que bosta! Nunca vou ter privacidade nos meus banhos." Resmunga ele, andando pelo quarto e eu pisco atordoado, voltando para o mundo.

"Ahn? A-ah, é porque os pacientes podem passar mal ou tentar algo na hora do banho ou coisa assim." Disse, me enrolando um pouco nas palavras.

Noah me olha, arqueando uma sobrancelha e voltando seu olhar pra mala que haviam trago pra ele, tirando uma boxer de lå e voltando para o banheiro, e depois de alguns segundos, voltando vestido com ela, e eu continuo vidrado em seu corpo esculpido.

"Certo, você está me olhando." Ele solta uma risadinha.

Sinto minhas bochechas queimarem e desvio o olhar.

"N-não, desculpa."

"Está com vergonha por isso? Josh, uma pessoa olhar pro corpo da outra é normal, ainda mais se, modéstia parte, se tem o que olhar." Ele negou com a cabeça. "Sinceramente? Você não sente o olhar de todo mundo queimar na sua bunda?"

"O quê?" Pergunto, meus olhos arregalados e Noah sorri de lado, dando de ombros.

"Qual é, Josh." Rolou os olhos.

"Desculpa se eu fico surpreso quando alguém fica olhando pra minha bunda?"

"Não fique, acredite em mim, todo mundo olha." Acenou com a cabeça e deitou novamente na cama.

Ficamos alguns minutos em silêncio, não diria que estava um clima pesado, porque eu era o único que estava meio aéreo.

"O que suas tatuagens significam?" Perguntei depois de alguns minutos em silêncio, e Noah desviou o olhar da TV para mim.

"A psicóloga perguntou a mesma coisa pra mim ontem." Ele disse. "Você quer a minha resposta, ou a que eu dei pra ela?"

"As duas?" Falei como uma pergunta e ele se ajeitou melhor na cama.

"Apenas traços. Foi o que eu respondi pra ela. Mas, algumas realmente são apenas uns rabiscos, pelo fato de que eu realmente adoro elas e a sensação de fazê-las, mas outras tem realmente significado. Vamos, me pergunte sobre alguma." Falou, abrindo os braços e se virando pra mim, deixando suas tatuagens expostas.

"Hmmm, a borboleta."

"A que mais chama a atenção, não é?" Ele riu e eu assenti. "Transformação. As mudanças que passei, que me tornaram quem sou, mesmo não sendo a melhor pessoa do mundo, ou a com mais alegria para viver e contar as histórias dessas experiências de mudanças. E as suas? Vejo que também tem algumas."

"Escolha alguma."

"A xicara." Apontou para meu antebraço.

"Sem especificações, mas é absolutamente uma de chá. É sobre o que me acalma, toda vez que eu olhar pra essa tatuagem eu vou lembrar da minha mãe levando uma pra mim no meio da noite quando eu tinha insônia, ou Krystian apertando minha mão durante a primeira tatuagem, ou até mesmo Taylor me tranquilizando sobre minha formatura no colégio. Me remete à tudo que me acalma."

"Eu e minhas tatuagens sem significado vamos sair daqui depois disso." Noah disse e eu soltei uma gargalhada.

"Qual é, até parece que eu não tenho tatuagens idiotas que fiz enquanto estava bêbado." Revirei os olhos.

"Você também tem?" Noah gargalhou.

"O que um boneco andando de skate poderia significar?" Apontei pra tatuagem e ele riu mais alto ainda.

"Eu tenho uma sereia, do que você está reclamando?" Mostrou a tatuagem e continuamos rindo, até que a euforia passasse e ficássemos apenas com sorrisos enquanto ofegávamos.

"Não te faz sentir vivo?" Perguntei.

"O quê?"

"Rir, se lembrar dos motivos das suas tatuagens, ou até mesmo das sem sentido. Não te faz se sentir vivo, queimando por dentro e querendo sair e ter mais dessas experiências?" Jogo a cabeça um pouco para o lado.

"Faz." Ele suspira. "Mas é momentâneo. É como a bebida. Você fica bêbado e feliz, mas em seguida acorda sóbrio e com dor de cabeça."

"Mas a vida é feita de dias bons e ruins. De recaidas e de acertos. Você entende? Tatuagens também são um motivo para que viva." Falei, olhando diretamente em seus olhos.

"Não pare."

"Não parar com o quê?"

"De me dar esses motivos. Não pare. Ao mesmo tempo que me sinto ignorante por não perceber eles, eu me sinto um pouco melhor." Ele disse e eu sorri largo.

"Quer dizer que você não sente mais vontade de... Você sabe." Olhei para os seus braços enfaixados e ele os tirou de minha visão.

"Vamos com mais calma. Não é assim."

"Certo. Ao menos se sente melhor? Um pouquinho?" Perguntei, fazendo um sinal de pouco com os dedos e ele riu.

"Um pouquinho só." O moreno disse e eu sorri largo.

Só preciso continuar com esses pouquinhos.

Desculpa qualquer erro.

The Greatest Things || N.B Onde histórias criam vida. Descubra agora