08.

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Noah

Depois que Samuel, Krystian e Ryan foram embora, eu e Josh subimos rindo de volta para o nosso quarto.

"Como foi?" Ele pergunta com um sorriso.

"Incrivel. Obrigado." Sorri de volta. "Eu nunca tive um aniversário assim, o qual eu passasse sorrindo e... Bem."

"Bom, daqui pra frente, tenho certeza que serão um melhor que o outro."

"Espero que sim." Suspirei.

"Hey, vem cá." Ele acena com a cabeça e eu me aproximo. Suas mãos passam pelo meu pescoço em um abraço e eu passo meus braços pela sua cintura.

De alguma forma estranha, Josh me faz sentir diferente. Seguro? Como se mesmo que meus demônios venham tentar me perturbar, ele bloqueasse isso falando sobre algum assunto aleatório ou me dando esses motivos para viver.

"Eu quero te contar algo." Eu disse abafado pelo meu rosto estar em seu pescoço.

"Okay." Ele concordou, separando nossos corpos e indo em direção à cama.

"Certo..." Respirei fundo. "Eu não me sinto... Pronto. Pra te contar tudo. Mas, vamos lá-"

"Noah, você não precisa-"

"Eu quero. Eu tinha seis anos quando... Coisas ruins, aconteceram. Eu fui parar em um orfanato apenas de garotos. Minhas memórias são vagas de coisas antes de ir para lá, mas lembro de ter aniversários incríveis. Parece meio bobo, mas eu tive algum tipo de trauma com isso? Eu nunca mais tive um aniversário incrivel desde então. O máximo foi algumas vezes que fugi nesse dia e passei ele passeando. Mas Deus, nunca foi a mesma coisa. Conforme eu fui ficando mais velho, a dor do dia do meu aniversário foi ficando pior, a um ponto que eu não podia mais suportar. Eu tinha gente pra me ajudar, gente que estava ali comigo, mas a dor continuava e, eu não consigo." Meus olhos já estão marejados a esse ponto da conversa e Josh está apertando minha mão. "E era um sentimento diário. Angústia, dor, desánimo. E, eu vim pra cá e as coisas parecem estar tão mais fáceis, sua companhia me parece fazer tão bem, como se cicatrizasse tudo que dói." Funguei e ele me deu um sorriso triste. "Um dos motivos que eu vim parar aqui é porque eu queria acabar com tudo antes do meu aniversário, antes da pressão ficar maior."

"Oh, Noah." Ele me abraçou mais uma vez, suas mãos passeando pelas minhas costas. "Esse não foi o único motivo de você estar aqui, não?" Perguntou e eu neguei. "Mas é a última vez que chora por isso, ok?"

"Josh, não é assim"

"Tente. Por favor." Suplicou e eu assinto. "Sua presença também me faz bem. Me deixa leve." Passou o polegar por uma lágrima que escorria. "E você vai sair daqui bem, eu prometo." Sorriu pra mim e eu fiz o mesmo.

Ele levantou e começou a ir pra sua cama, mas o chamei antes.

"Joshy?" Uso o apelido e ele se vira pra mim com um sorriso largo.

"Yeah?"

"Sem razões hoje?" Pergunto e ele ri fraco, chegando mais perto de onde eu estava.

Segurou meu queixo e deixou um selinho longo em meus lábios e voltou pra sua cama, me deixando com um sorriso bobo.

"Boa noite."

"Boa noite, Nô."

Desculpa qualquer erro.

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