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Noah

Aquele dia foi dificil.

As lágrimas que eu derramei vieram com tanta força, e em uma quantidade tão grande, que em algum momento, eu não tinha mais o que chorar. Só doía.

E como doia.

Doeu ver o seu corpo com uma expressão tão serena, você deitado sem vida, com os olhos suavemente fechados, você tão pálido.

Doeu ver sua mãe chorando sem saber o que fazer.

Doeu ver suas irmās mais novas segurando em suas mãos, esperando por respostas e você não apertava as mãos pequenas delas de volta.

Doeu ver Krystian desolado e chorando compulsivamente em cima do seu corpo, murmurando coisas que não eram capazes de expressar o que ele sentia.

Doeu viver aquele dia.

Doeu ver pessoas falando coisas bonitas sobre você e abraçando sua familia, desejando um conforto para seus corações.

Sentir sua falta dola.

Quando enterraram seu corpo, a dor foi insuportável.

Talvez ali caiu a minha ficha de que eu nunca mais veria seus sorrisos, sentiria seu cheiro ou seguraria suas mãos. Eu nunca mais sentiria o calor dos seus toques e a suavidade dos seus lábios.

Eu nunca mais teria você.

Eu tive que ficar no hospital por um tempo ainda.

Você não estava lá para dormir comigo toda noite, foi dificil acostumar.

Eu tive recaidas.

Eu abri minha pele onde ela já estava quase cicatrizada.

Eu gritei por você.

Passou um mês.

Krystian veio me ver toda a semana. Ele me ajudou, eu o ajudei. Nós nos ajudamos a ter força.

Sua mãe me mandava mensagens todos os dias.

Joalin me abraçava com um sorriso triste toda vez que me via.

Samuel e Ryan tentaram me animar com sorvete, eles conseguiram me arrancar alguns sorrisos, sou muito grato à eles.

Eu chorei por todas as noites sentindo sua falta.

Passaram dois meses.

Sua mãe veio me ver.

Foi muito bom ter ela para conversar. Os dois se parecem muito, você e ela, e acho que algo seu ainda está vivo nessa mulher.

Eu sai. Respirei. Consegui passar pelas ruas onde caminhamos juntos pela última vez. Não consegui dormir nessa noite e chorei durante ela o tempo todo.

Não me machuquei.

Dois meses ainda eram muito recentes para o que tinha acontecido.

Três meses e eu sorri por lembrar de você.

Eu estava vendo os bebés, queria que pudéssemos ter visto eles mais vezes. Talvez pudéssemos ter o nosso.

Não chorei em todas as noites, mas ainda, em todas as semanas.

Poucas noites em claro.

O buraco que deixou quando você se foi ainda estava muito aberto.

Foram quatro meses.

Os médicos começaram a pensar em me dar alta.

E eu comecei a pensar mais.

Eu dormi na sua casa. Enrolado nos seus cobertores e sentindo o seu cheiro. Sendo apoiado por suas irmãs e por Ursula.

The Greatest Things || N.B Onde histórias criam vida. Descubra agora