11.

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Josh

Eram umas oito horas da noite.

Já tinham dado os devidos remédios para mim e Noah, e agora estávamos começando a assisrir American Horror Story.

Quando o primeiro episodio chegou ao fim, soltel um suspiro entediado, e olhei para Noah, que ao ouvir meu suspiro, olhou para mim.

"Não quero ver série." Choraminguei.

"O que quer fazer?" Ele perguntou, se ajeitando na cama.

"Vamos conversar sobre alguma coisa. Mesmo que idiota." Dei de ombros.

"Por exemplo...?"

"Eu não sei, Noah!" Revirei os olhos. "Que horas são?" Perguntei.

"Oito e meia."

"Quer virar a noite?" Arqueei uma sobrancelha.

"Se você arranjar algo para fazermos. E também, se você conseguir." Disse num tom desafiador.

"Está duvidando de mim?" Me fiz de ofendido.

"Qual é, Joshy, você dorme meia hora depois de deitar." Revirou os olhos com um sorriso nos lábios.

"Aposto que fico acordado até o nascer do sol." Cruzei os braços.

"Fechado." Esticou a mão direita e eu me estiquei para apertar ela, fechando a aposta.

"Fechado."

Levantei da cama, andando até a janela.

"O que está fazendo?" Noah perguntou, levantando da cama e andando até meu lado.

"Me distraindo."

"Certo." Sentou no chão, se enrolando no cobertor que havia arrastado até ali. "Vem." Abriu um braço, me chamando para que fosse até ele.

Sentei ao seu lado, puxando parte do cobertor para cobrir meu corpo e ele sorriu,

"Vai demorar até o nascer do sol." O cacheado falou.

"Vai." Suspirei.

Ficamos em silêncio. Parecia que nos conheciamos há muito tempo, já que estávamos confortáveis assim, sem a necessidade de puxar um assunto.

"Eu já. Eu já fui adotado." Noah fala baixinho e eu olho pra ele, para que continuem. "Eu tinha chegado ao orfanato tinham seis meses. Um casal queria um menino. Eles olharam pra mim e automaticamente sorriram. Conversaram comigo, eles eram incriveis. Foram simpáticos, e naquele dia me levaram pra casa. A assistente social visitaria eles em duas semanas, e depois, eles voltariam aonde eu estava e assinariam os papéis da minha guarda. Foram pais incríveis. Eles cuidavam de mim, me davam carinho, me consolavam caso sentia falta dos meus pais aleatoriamente. Quando tiveram que voltar pra assinar os papéis...Ele suspirou. "Eles viram outro garoto. Era um pouco mais novo que eu. Eu não lembro bem dele. Mas sei que o olhar que eles me deram em seguida foi de culpa. Eu fiquei. Eles me deixaram lá. Não voltaram mais e levaram o menino. Quando apareceram de novo, eu corri tão rápido até eles, pensando que tinham vindo me buscar. Mas eles apenas me abraçaram com sorrisos tristes e disseram que logo alguém me buscaria." Falou tudo isso sem me permitir ter nenhuma reação. Respirou fundo em seguida. Olhos fechados. Ombros mais leves.

Apoiei meu queixo em seu ombro e deixei um pequeno beijo na volta do seu pescoço.

"Você é alguém muito forte, Nô." Falei baixo.

"Não sou." Sorriu fraco pra mim, passando um braço pelos meus ombros e me trazendo pra perto.

"Você é." Olhei dentro de seus olhos e ele fez o mesmo comigo. Pupilas dilatadas. Verde no azul. O clichê perfeito. Nossos lábios se aproximaram quase como imãs e nos beijamos.

Sem línguas, não foi desesperado. Foi uma troca de carinho e de sentimentos. Não demorou muito, mas foi muito bom.

Deitei minha cabeça em seu ombro e segurei sua mão, deixando um beijo nela.

"Estou aqui oficialmente agora. Para o que vier." Falo e ele sorri, beijando minha testa.

"Pode contar comigo para o mesmo."

Desculpa qualquer erro.

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