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Dulce María Saviñón||👿😎

Minha relação com Soraya nunca foi das melhores. Na verdade, é a pior que uma mãe e filha poderiam ter. Desde cedo, fui alvo de suas críticas, que destruíram minha autoestima. Ela sempre apontava defeitos enquanto tentava sabotar meu namoro com Lucas, mas não conseguiu, porque o amor entre nós era forte o suficiente para enfrentar as adversidades.

Infelizmente, ela estava de volta ao México após uma longa temporada na Europa. E, para piorar, Fernando decidiu organizar um jantar hoje à noite. Fui avisada com antecedência quando recebi sua ligação inesperada na quarta de manhã, o que só aumentou meu desconforto. Ele sempre tentava bancar o pai do ano quando precisava de mim, o que me indignava. Porque, nas vezes em que eu realmente precisava da sua atenção, ele simplesmente não se importava.

 
Eu não tinha a atenção dele, nem dela, a mulher que se dizia minha mãe, mas que nunca exerceu seu papel. Éramos a típica família de comercial de margarina, exibindo sorrisos nas festas da alta sociedade, enquanto a frieza reinava entre os muros da nossa mansão.

 
Estava terminando de me preparar para mais uma aventura na Transilvânia, quando o barulho da porta me fez sobressaltar. Ao me virar, vi Joanna em sua beca sofisticada, com os cabelos impecavelmente presos em um rabo de cavalo.

 
— O carro já chegou e está te esperando. — Revirei os olhos, entediada, enquanto um nó se formava na garganta e uma ânsia familiar se instalava no estômago. Aquele desconforto me lembrava da vontade de vomitar, uma necessidade urgente de expulsar tudo, mas que, de alguma forma, eu não conseguia.

 
Sem me importar em sorrir para agradecer, puxei minha mala de rodinhas em direção à porta, e esperei ela fecha-la antes de seguir para a saída. Ao entrar no carro, cumprimentei Vicente, nosso motorista, com um meio sorriso, e me afundei no banco de trás. Peguei o celular para enviar uma mensagem a Zoé, já que não tinha falado nada sobre o jantar.

 
 Estou indo para forca, nos vemos na segunda. Beijos!!! ಥ⁠‿⁠ಥ

Envie a mensagem logo recebendo a sua resposta.

Por que forca? E essa carinha de choro?

Na mensagem, percebi uma preocupação.

 
Vou passar o fim de semana no castelo do conde Drácula com a minha incrível família de comercial de margarina.

 
Ironizei ao responder a mensagem e guardei o celular no bolso, voltando a atenção para a paisagem que passava pela janela do carro.

A nossa mansão se erguia imponente no fim da longa alameda, cercada por altos portões de ferro forjado que, embora elegantes, estavam levemente desgastados pelo tempo. A fachada era clássica, com grandes colunas de mármore branco sustentando uma varanda decorativa que se estendia ao longo do andar superior. As janelas de guilhotina, emolduradas por cortinas pesadas, refletiam a luz do sol, criando um jogo de sombras e luzes que dançava sobre o gramado perfeitamente cuidado. No jardim, haviam alguns arbustos podados em formas geométricas que cercavam canteiros de flores coloridas, enquanto uma fonte de mármore, com águas jorrando suavemente, completava a  “cena distópica”

 
Ao sair do carro, caminhei em direção à entrada. A porta de madeira maciça, com detalhes em bronze, evocava lembranças boas e ruins da minha vida aqui. Fazia tempo que não pisava nesta casa, e sempre que venho, sinto uma estranha sensação, mesmo sendo o meu lar. O aroma de lavanda e rosas perfumava o ar, enquanto o vento sussurrava entre as árvores. Tudo ao redor me lembrava da vovó, especialmente nossos piqueniques e brincadeiras no jardim, momentos que pareciam estar imortalizados neste lugar.

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𝑂𝑑𝑒𝑖𝑜 𝑎𝑚𝑎𝑟 𝑣𝑜𝑐𝑒 -𝑉𝑜𝑛𝑑𝑦. Onde histórias criam vida. Descubra agora