— Está tão quieto, Chris. — Lamentou, enfiando o garfo no último pedaço de panqueca em seu prato. — Por acaso falei algo que deixou você chateado?
— O que você acha? — dei mais um gole no café, enquanto afastava a sua mão do meu joelho. — Já conversamos sobre isso, mas estou vendo que não adiantou de nada.
— Desculpa! — totalmente envergonhada, ela afastou a mão, e logo depois de recolher o prato, foi para a cozinha.
— Você está de olho em alguém, não é? Por isso, anda me evitando.
Da cozinha, escutei sua voz sair meio entristecida. Ela estava prestes a chorar e eu me senti culpado por isso.
— Ainda não, mas um dia você vai ter que estar preparada para...
— Te ver com outra. — Ela apareceu na sala apoiando o corpo no batente da porta, com o seu nariz levemente avermelhado e os olhos tomados por lágrimas. — Sinto muito, mas eu nunca estarei preparada para isso. Eu te amo e sempre vou te amar. Você foi o único homem que trouxe um pouco de magia para a minha vida.
— Mas tem outros caras legais que também podem trazer essa magia... — já de pé, dei alguns passos na sua direção.
— Por que não pode ser com você? Não gosta de mim, é isso.
— Claro que eu gosto, mas de uma outra forma entendi.
— Sempre me viu como uma irmãzinha, não é?
— Exatamente! Olha, eu nunca quis me envolver contigo dessa forma porque te via como uma amiga. Mas você sabe...
— Entendi, não preciso de mais explicações, Christopher, eu sei que só rolou algo naquele dia por pressão dos seus amigos... Claro, como eu fui tão idiota de não ter percebido isso antes de me deitar contigo... Você estava de olho naquela loirinha. — A decepção tomou conta do seu olhar.
— A Marian. — conclui. — Sim, foi com ela que eu quis ficar, mas ao vê-la nos braços de outro, acabei...
— Me usando como válvula de escape porque não tinha nada melhor para fazer, e por isso decidiu usar a garota que você apenas via como sua amiguinha. — completou. — Será que o seu egocentrismo te cegou tanto ao ponto de não enxergar que a sua "amiguinha" te amava! — se exaltou enquanto secava as lágrimas que caíam incessantemente pelo rosto. — Você não tinha o direito de me usar.
— Eu sempre fui honesto contigo, Anna. — justifiquei. — E você sabia o tempo todo que estava sendo usada, portanto, não banque a inocente. — Também me exaltei.
— Se for para nós dois entrarmos em uma discussão, Christopher, é melhor você ir logo para o trabalho. — Secou as lágrimas do rosto com força.
— Também acho, pelo menos lá eu terei um pouquinho de paz.
— Com aquela doce aluna? — ironizou. — Chega de hipocrisia, Christopher, eu sei o verdadeiro motivo de querer se enfiar no colégio logo cedo. Com certeza está enrabichado por alguma professora que certamente deve fazer o seu tipo; loira, delicada e magra.
— Como você é patética, Anna!
Virando as costas para ela, caminhei rapidamente até o quarto para pegar a bolsa. Durante o trajeto até o colégio, apertei o volante repetidamente, sentindo raiva de mim mesmo por ser tão fraco. Precisava tomar uma atitude antes que as coisas piorasse. Estacionei o carro na mesma vaga ao chegar no colégio e nem percebi que as nuvens haviam sumido, dando lugar a um céu completamente azul e ensolarado. Apesar do dia maravilhoso, isso não mudaria meu estado de espírito, que estava em seu tom mais cinzento. Apenas Anna tinha o poder de arruinar meu dia em questão de segundos, e esperava que uma certa pessoa não fizesse o mesmo. Falando nela, a indivídua estava parada entre o campo de golfe e o estacionamento, com a Srta. Solaris ao lado. Ambas tinham um cigarro meio suspeito entre os lábios, e aproveitavam da brisa que soprava seus cabelos. Apenas torcia para que a Saviñón estivesse calma, pois enfrentar a fera no meu pior dia não seria uma tarefa fácil.
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𝑂𝑑𝑒𝑖𝑜 𝑎𝑚𝑎𝑟 𝑣𝑜𝑐𝑒 -𝑉𝑜𝑛𝑑𝑦.
RomanceNova versão +18|| Considerada a aluna problema do internato San Diego, Dulce María fará de tudo para ser expulsa da instituição. No entanto, por ser filha de um renomado empresário, dono da famosa marca de bolsas e sapatos RS, ela desfrutará de to...