11.O jantar - parte 1

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         CLAUDIA SCHULZE

   Eu saí do meu apartamento, tranquei a porta e fui em direção ao elevador. Meu coração estava acelerado, minhas mãos tremiam,minha boca estava seca de tão nervosa que eu estava. Só faziam três dias atrás que o havia conhecido,e porque ele era tão importante para mim? Tão necessário em minha vida? Eu estava muito apaixonada e encantada por Henry, e com certeza essa noite eu ficaria também mais viciada nele!

  
   Meu apartamento fica no quarto andar do prédio onde moro. Entrei no elevador e apertei o botão para descer. E essa descida para mim demorou um segundo para acontecer,e foi muito rápido, eu não me sentia preparada ainda para encarar aquele homem que estava transformando a minha vida pacata em um turbilhão de emoções. Quando saí do elevador não me sentia pronta mentalmente para vê-lo, mas não tinha mais para onde eu correr, teria que enfrenta-lo, não podia voltar atrás e correr para meu apartamento e me trancafiar lá dentro,como se fosse o lugar mais seguro do mundo, e para mim era, no momento, mas eu não poderia ser covarde. Então se apresse mulher - uma voz dentro de mim começava a me comandar. Firmei minhas pernas, que também estavam trêmulas como as minhas mãos, ergui minha cabeça, para mostrar que eu estava confiante e  comecei a andar em passos firmes para o exterior de meu prédio. E lá estava ele,o motivo de meu sorriso nos últimos dias, e o motivo de meu nervoso nesse exato  momento,do lado de fora de seu carro, e de frente para mim. Henry estava magnífico, mais ainda,ele sempre me surpreendia com sua beleza e elegância exuberante, e o que mais me chamou a atenção em sua vestimenta foi seu blazer cor de ameixa,que ousado ele era e como tudo o que ele vestia combinava tanto com a sua aparência!

   Fui andando em sua direção tentando manter meu equilíbrio em cima dos saltos altos, rezando para não tropeçar em nada, porque se tivesse uma pena no chão era capaz de me desequilibrar e cair, de tão tensa que eu estava. Mas deu tudo certo,pelo menos até eu chegar nele. Seu olhar em mim era de admiração, e sempre com aquele sorriso perfeito em seu rosto tão másculo. Nos cumprimentamos com beijinhos no rosto, e já senti a fragrância de seu perfume inundando o ar a nossa volta. Antes de eu entrar dentro de seu carro, ele me disse que não havia palavras que ele pudesse falar ,para expressar o quão linda eu estava. Qualquer palavra que fosse usada seria pouco para descrever como eu estava radiante. Ele é muito gentil e exagerado também em relação aos elogios que direciona à mim. Mas não perdi a oportunidade de elogia- lo também, disse que estava muito elegante, e que esse blazer cor de ameixa era majestoso. Eu amei sua ousadia, saindo do clássico que as pessoas costumam se vestir.

   Quando já estávamos no interior de seu carro, ele me falou que o meu perfume (Lilás e Groselha)era de uma fragrância inebriante, que permanecia em seu carro mesmo depois que eu já não estava mais em sua presença, e que ele adorava ficar sentindo esse aroma adocicado. Fiquei muito lisonjeada e excitada também, quando me falou isso de uma forma tão bonita, e como eu já estava envergonhada, começando a esquentar minhas bochechas, resolvi mudar de assunto e perguntei se sabia  em qual restaurante nós íamos jantar. Ele disse que sim,estava tudo planejado em sua mente,e eu poderia ficar tranquila, que  tinha quase certeza que eu ia amar. O restaurante era no centro de Londres, demoraria um pouco para chegarmos, mas isso não nos incomodava nem um pouco, sempre tínhamos assuntos para conversar. No trajeto, apesar do clima amigável, senti Henry um pouco diferente, notei que estava tenso, mais que nos outros dias, eu também estava tensa,com certeza,porque imaginava que naquela noite ia ter que acontecer algo,nem que fosse um beijo,ah eu estava esperando muito por isso. Mas estava aflita,fazia muito tempo que não ficava assim tão próxima de um homem,eu nem sabia beijar mais, será que esqueci ou isso não se esquece? Bom,eu seguiria o seu  ritmo. E se ele não gostar do meu beijo, e pensar que não sei beijar mesmo? Ele deve ter ficado sempre com muitas mulheres, nunca perdeu a prática e deve ter até aprendido coisas novas. Eu vou beijar por instinto e seguir o ritmo dele, tá resolvido! Será que ele está tão nervoso quanto eu?

Quando o amor surpreende ( em pausa )Onde histórias criam vida. Descubra agora