The Night We Met

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I had all and then most of you
Some and now none of you
Take me back to the night we met
I don't know what I'm supposed to do
Haunted by the ghost of you
Take me back to the night we met

Pierre fechou a porta atrás de si lentamente, um sorriso enorme no rosto.

Ele não conseguia acreditar que depois de tanto tempo finalmente estava recebendo a chance que queria. O fato de escrever sabendo que seu artigo seria publicado já era algo incrível, mas saber que seu supervisor seria o próprio Lewis Hamilton... era surreal.

Obviamente, ele estava acostumado com a presença do homem, afinal, trabalhava para ele. Mas escrever um artigo e ainda por cima o ter publicado no site da emissora? Aquilo era bom demais para ser verdade.

Pierre estava exalando felicidade quando olhou no relógio em seu pulso as horas, e viu que seu expediente tinha acabado.

Ele não via a hora de contar para Charles, e provavelmente o expediente dele também já tinha terminado. Por isso, apressou o passo, indo para o elevador e apertando o botão do andar de Sebastian e do monegasco. As portas se abriram e ele saiu quase saltitante do elevador.

Passou pela secretária, que o conhecia e deixou que ele entrasse. Ser ficante (ele não gostava muito dessa palavra, mas era o melhor para definir o que eles tinham) de Charles tinha seus privilégios. Os passos de seu sapato faziam barulho enquanto ele andava até a mesa de Charles, passando por uma porta fechada, que julgou ser o escritório de Sebastian.

Mas Charles não estava lá. Provavelmente havia ido buscar algo sem que a secretária percebesse que havia saído. Pierre girou, voltando a andar para o elevador.

E ele iria continuar, até porque, podia contar outra hora a novidade. Naquele dia mesmo, por exemplo, e aí aproveitaria e diria que estava pronto para avançar para algo mais sério.

Mas seu ouvido captou algo estranho dentro da sala de Sebastian. Pierre não era curioso, mas o que ele ouviu o fez obrigar a verificar os arredores e colar o ouvido na parede.

- Podemos nos encontrar hoje? Tem que ser rápido, Lewis irá pra minha casa e não sei que horas ele sai. Charles me ajuda às vezes, não contei especificamente, mas acho que ele já percebeu. Certo. Também estou com saudade. Tchau. - Apesar da voz abafada de Sebastian, Pierre conseguiu entender cada palavra muito bem. Bem até demais.

Desnorteado, com a cabeça rodando se de tantas teorias e a mais provável sendo uma que ele se recusava a acreditar, Pierre correu de volta para o elevador. Não disse tchau para a mulher na recepção. Pegou suas coisas rapidamente no escritório e também não se despediu de Lewis e dos outros funcionários.

Ao chegar em casa, se jogou na cama. O brilho da lua começava a serpentear por entre as cortinas quando ele se tocou do que Charles "provavelmente já havia percebido", como o alemão havia dito.

Sebastian estava traindo Lewis. E Charles estava encobrindo.

...

Charles assobiava uma música que havia escutado na rua enquanto subia o último degrau. Já estava anoitecendo, e como mais um dia normal, Pierre provavelmente já estava em casa. Mas aquele não era mais um dia normal, e ele ainda não havia descoberto isso.

Charles pegou a chave do esconderijo e abriu a porta. O apartamento parecia frio e triste, e ele franziu o cenho. Até que viu Pierre encolhido no sofá, os olhos desfocados e levemente vermelhos. O francês o olhou, e nas orbes azuis havia um sentimento que ele iria até o inferno para não precisar ver de novo nos olhos de Pierre: desprezo e tristeza.

O Plano (im)perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora