ANDREW

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    Sinto saudade. Não consigo lembrar quando exatamente comecei a gostar dela de verdade, só sei que ela faz falta. Quase um mês depois sem dar as caras, Sabrina se despede de mim hoje de manhã e vai embora. Suspiro alto e passo as mãos pelo cabelo tentando entender como consegui manter o controle. Sai com algumas garotas, mas nenhuma se compara a ela. Não gosto só do sexo com ela, gosto de conversar, gosto de vê-la patinando, de ver ela dormir ao meu lado. Gosto até do mau humor matinal dela. Droga. Meu celular toca desligando minha mente desses pensamentos. Pelo identificador de chamadas vejo que é minha mãe.

- Oi mãe - digo indo pelo corredor até meu quarto.

- Oi Andy - só ela me chama assim - como você ta? Vi que ganharam ontem! Parabéns!

- To bem mãe, e obrigada. Foi difícil mas ganhamos

- Eu queria ter ligado antes mas imaginei que você fosse sair pra comemorar

- Fui com os caras num bar aqui perto, mas nada demais. Temos que esperar até ano que vem agora para jogar na final desse campeonato

- Ué, mas porquê?

- Ah rolou uns atrasos aí com a NHL, aí só vamos jogar o um tomo da temporada depois das festas de fim de ano - digo lembrando como isso me deixou puto

- Entendi... falando em fim de ano, eu e seu pai estávamos pensando em te visitar - posso sentir que ela está sorrindo e sorrio também

- Serio? – Digo animado

- Serio filho. Tudo bem por você?

- Claro mãe! Meu deus nem precisa perguntar, vocês podem ficar aqui em casa - sugiro

- Pode ser, vai poder cozinhar pra mim e arrumar minha cama - ela brinca - seu pai te manda mensagem com o dia que iremos ta bom?

- Tudo bem. Te amo - digo

- Também amo você Andy - e desliga

    Faz dois dias que minha mãe ligou e hoje recebi uma mensagem do meu pai, dizendo que eles chegam no aeroporto de Dallas amanhã pela manhã, o que me dá menos de 24 horas para achar pelo menos um enfeite de natal para colocar na mesa de jantar, para minha mãe não pensar que não tenho espirito natalino. Minha mãe sempre foi uma pessoa que enfeita a casa um mês antes do natal, tudo é vermelho, verde e dourado e tem um milhão de papais noeis pela casa com suas renas e o trenó. Eu por outro lado não dou a mínima, mas a ideia de ter ela fazendo a ceia de natal da minha infância me deixa animado. Convidei Nate para passar o natal aqui, já que a família dele vai viajar e ele disse estar sem dinheiro, mas sei que Nate evita a família toda, menos a irmã mais nova. claro que ele vai trazer Carol e tenho pelo menos 1% de esperança que ela traga Sabrina. Por mais idiota que seja, já que ela me deu um pé na bunda e não deu nem sinal de que queria voltar.

    Chego da loja de departamentos com duas velas douradas e vermelhas e as deixo em cima da mesa, jogo o sobretudo preto na cadeira ficando apenas com a camisa e calça social que coloquei para a reunião de emergência com o técnico do nosso time, para falar de contratos e sobre a final do campeonato. Está frio de congelar as bolas e tudo indica que vai nevar até a véspera do natal, que é amanhã.

- Cara já te falei que esse prédio é um tesão? - Nate diz ao passar pela porta. Ele se mudou para o 15 andar, 5 abaixo do meu.

- É, eu meio que percebi já que moro aqui. Cadê a Carol?

- Que mau humor é esse capitão? - Ele deixa uma garrafa de vinho malbec em cima do balcão da cozinha - ela vem mais tarde, ia tentar convencer a sua ex de vir também

- Foi mal - processo oque ele disse - ela não é minha ex! - Protesto, o que só faz com que ele ria da minha cara. Minha mãe aparece bem na hora. Ótimo.

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