ANDREW

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    Assim que acordo um milhão de imagens da noite passada voltam com tudo. Viro para o lado e vejo a garota morena que trouxe para casa ontem, ela está mexendo no celular.

- Ei gata, você precisa ir - ela me olha. Espero ser xingado, mas nada. Ela levanta cata suas roupas espalhadas pelo chão a veste, lança um beijo no ar e sai rebolando os quadris. Assim que escuto a porta do meu apartamento bater, levanto e vou para a cozinha.

    Ser jogador de hockey e transar a noite toda feito um coelho me dá uma fome de monstro. Michael está apagado no meu sofá, do jeito que o deixei ontem. Jogo uma almofada na cara dele. Quando eu acordo quero todo mundo acordado também

- Mas que porra - ele murmura com o rosto amassado - cara porque eu to aqui?

- Porque não sou um cuzão de deixar você caindo de bêbado no bar com o resto do time. Mas pode me agradecer depois - pego uma garrafa de suco na geladeira - cara você precisa sair desse buraco de merda

- E você acha que eu não sei? - Michael ou Mike, foi chifrado pela namorada depois de 6 meses de namoro e ele não ta sabendo superar.

- De qualquer forma, sou um bom capitão e não abandono meus homens chifrudos por aí - falo rindo e ele me mostra o dedo do meio.

    Em geral domingo é nosso dia do foda-se. não treinamos, nem fazemos nada de útil, e hoje não seria diferente. Eu e meus companheiros de time nos reunimos na casa de um de nós para beber, e hoje é na minha cobertura. Quando me mudei para cá achei que seria difícil se acostumar com o apartamento enorme e solitário, já que antes eu dividia um ape minúsculo com três colegas do time de hockey da faculdade, mas quem não se acostuma com luxo? Fora que sempre tem um amigo ou uma garota diferente por aqui. Desde a faculdade sou um vagabundo para falar a verdade, mas sendo jogador as gatas caem em cima mesmo, e não sou burro a ponto de recusar. Mas as vezes penso que seria bom dar uma maneirada, sossegar talvez?

      Mike, que acordou virado no meu sofá aparece revigorado com um fardinho de cerveja no meio da tarde. Estou na varanda fumando um cigarro, vício que eu devia ter largado há tempos para melhorar meu fôlego durante o jogo, mas enquanto eu não me fuder por isso, acho difícil conseguir parar, é aquela coisa, você se mexe pra resolver um problema, quando o problema te fode.

- Eai capitão - ele fala enquanto abre minha geladeira e coloca suas garrafas.

- Eai cara - digo olhando meu celular. Uma fã do Dallas não para de me mandar mensagem e me ligar, já estou ficando puto com isso. Pelas mensagens que manda ela é daquelas fãs que colecionam transas com jogadores, mal sabe ela que não pego fãs. Na verdade depende - que merda!

- Oque?

- Essa garota, não sei como ela conseguiu meu número e.... - ele dá um riso abafado - foram vocês né seus filhos da puta? - Me levanto e peito ele

- Calma cara - ele se dobra de rir - ela encheu o nosso saco também, e falou que nunca mais ia nos incomodar se passássemos seu número - ele dá de ombros

- Eu devia quebrar a cara de todos vocês por isso. Não sei como me livrar dela

- Arranja uma namorada ué - ele dá um sorriso perverso

- Uhmm, passo - outros caras do time chegam e começamos a beber de verdade.

    Nosso treinador sempre diz que sabe quando estamos de ressaca e pega 3 vezes mais pesado como castigo, mas hoje ele está comendo nosso cu com o treino. Passamos o começo da manhã estudando os últimos jogos dos oilers na sala de vídeo e depois no gelo fazendo gols altos, contra-ataques violentos e jogadas planejadas. como capitão ainda tenho que monitorar o que os outros estão fazendo e ainda incentivá-los ao nosso único objetivo: vencer. Saio do rinque depois que todo mundo e o treinador me espera.

Frosty HeartsOnde histórias criam vida. Descubra agora