Frosty Hearts

SABRINA

3 MESES DEPOIS

- Jake! – Grito em reflexo – achei que fosse cair – digo me agarrando em seu ombro e ele me põe no chão devagar

- Você sabe que eu nunca deixaria você cair – ele diz e toca a ponta do meu nariz

- Eu sei..., mas ''nunca'' é uma palavra meio forte – sorrio

- DE NOVO! – Chad grita e bufo – eu vi isso Sabrina, se está cansada pode ir embora, só se certifique de não voltar mais!

- Meu deus ele está impossível – digo pegando a mão de Jake, deslizando ao seu lado em sincronia – isso que estamos a 1 mês do Grand Prix, imagine quando estiver mais perto – nos preparamos e ele me ergue, me mantendo acima da cabeça com os braços e rodando.

- Duvido que você não esteja um pouquinho nervosa só – ele diz depois de me colocar em segurança no chão

- Estou nervosa desde que recebi a convocação, nem percebo mais o nervosismo – o olho de lado e sorrio.

    Todo dia eu e Jake ensaiamos nossa coreografia nova das 6 às 11 da manhã, e de tarde fazemos um treino off ice, seguido de ballet e academia. Claro que uma semana depois da convocação meus pais voltaram a me sustentar para que eu pudesse focar inteiramente na patinação. Engraçado que foi por eu querer exatamente isso que eles me largaram da primeira vez. Pelo menos não preciso mais trabalhar na lanchonete e ainda moro com a Carol. Chad nos obrigou a fazer terapias alternativas para eu e Jake nos conectarmos novamente, e deu certo. Ele superou a queda que tinha por mim, eu perdi a raiva por ele e hoje somos a dupla que nascemos para ser. Depois que saio da academia vou para o apartamento de Andrew. Tento fazer isso todos os dias, mas as vezes estou tão cansada que vou direto para casa, e ele acaba aparecendo quando já estou dormindo e acordo em seus braços. Conseguimos nos ver direito nos finais de semana, quando nem eu nem ele temos treino. Depois de perder na final da NHL o treinador dele ta pegando bem pesado com o time, mas eu acho que ele está certo. Como todos os dias chego em casa tomo um banho quente e vou direto dormir. Amanhã é sábado e também aniversário da Carol, e ela vai dar uma festa enorme num clube super chique aqui de Dallas, então preciso estar preparada.

    

    Levanto e vejo que são 9 horas da manhã. Me arrasto pelo corredor e vejo a porta do quarto de Carol aberta, então ela não dormiu em casa. É até difícil nos encontrarmos em casa, ela vive no apartamento do Nate e eu no de Andrew. Na verdade, eu vejo ela mais lá, no prédio deles, do que aqui em casa. Jogo dois waffles na torradeira, pego uma nutella do armário e me sento para comer, com um copo de leite gelado. O sol entra pelas janelas, já aquecendo o dia, a primavera começou mês passado, então os dias são quentes e com noites frescas, que para mim é perfeito. Meu celular toca e vejo no visor que é meu pai. Ele me liga mais agora, então não me surpreendo tanto.

- Bom dia princesa do gelo - ele diz quando atendo. Ele me chamava assim quando eu era criança

- Bom dia pai, o que conta de bom?

- Você sabe que eu trabalho na ESPN né? - Ele diz e fico confusa

- Sei, até porque faz anos que você trabalha lá - digo desconfiando do assunto

- E nós falamos de esportes e da vida desses esportistas - sinto que todo o ar some e arregalo os olhos. Merda - então só fiquei curioso sobre você e o capitão do time de hockey de Dallas

- Pai eu... não era pra você descobrir assim

- Eu treinei esse garoto em Harvard - ele me interrompe - eu disse uma única vez que caso eles conhecessem minha filha era para ficar longe, eu sei muito bem do que esses porcos são capazes