Amanhã é o último dia do ano. Gosto de fazer uma lista de coisas que fiz durante o ano para ver se valeu a pena. Estou no sofá, com uma agenda velha apoiada na coxa, escrevendo, quando Carol vem do corredor puxando sua mala rosa de rodinhas. Ela vai viajar para Nova York com Nate, onde a família dela mora atualmente.
- Já está indo? - Pergunto me levantando
- Estou, graças a deus, só quero dar um tempo disso tudo logo. Nate já está me esperando ali embaixo - ela declara - tchau amiga! Te vejo em duas semanas - nos abraçamos com força e sorrio para ela
- Se cuida! E se comporte - digo abrindo a porta para ela -e não faça nada que eu não faria
- Sabe que isso não é um bom conselho, já que tem poucas coisas que você não faria - ela puxa os cabelos pretos por sobre os ombros e pisca para mim - vou sentir sua falta.
- Eu também - o elevador se fecha e estou sozinha de novo.
Volto para dentro do apartamento e reviso minha bolsa. As roupas estão ok, meus produtos de rosto e cabelo também. Abro uma bolsinha menor dentro da nécessaire e espio meus remédios para dor que estão lá dentro, ok tudo certo. Andrew deve estar chegando para me buscar, sento na beira da cama e respiro fundo, pensando em tudo que pode e não pode acontecer nesse feriado. Meu celular vibra e leio a mensagem. Pego minha bolsa, tranco a porta do apartamento e desço, sentindo um nervoso esquisito no estomago. Ele está encostado na BMW e vem ao meu encontro, pegando a bolsa da minha mão.
- Oi linda, trouxe documento? - Ele pergunta
- Ah... sim. Porque?
- Você vai ver - ele abre a porta do passageiro para mim, depois entra do outro lado e parte. Ele pega todas as ruas que eu não achei que fosse pegar - para onde estamos indo antes? - Pergunto
- Você é muito curiosa sabia? - Ele sorri e me olha por um momento - já estamos chegando, se acalme - ele vira na placa que diz ''aeroporto'' e meu queixo cai
- Andrew Campbell!! Oque... - exclamo e ele dá risada
- Você não achou que eu fosse dirigir até a florida né? Só de pensar já fico cansado - ele estaciona e abre a porta
- Sim, mas eu não tenho passagem - digo perto dele, que está pegando as malas no banco de trás, pego a minha de sua mão
- Eu comprei ne bobinha - ele passa um braço por meus ombros e como sempre me sinto uma formiguinha perto dele. Ele sempre consegue me deixar sem palavras.
- Eu não acredito que você fez isso - digo baixinho enquanto ele me guia para a fila.
- Tudo bem? - Ele me olha de cima
- Tudo, só fiquei muito surpresa - sorrio, e ele retribui
Passamos duas horas no avião, eu tirei um cochilo no ombro dele, que ficou paradinho para mim. Assim que chegamos em Fort Lauderdale, onde os pais dele moram, o sol nos recebe e tiro minha jaqueta, pois está abafado, como toda cidade praiana.
- Já esteve aqui? - Ele pergunta ao sentarmos no taxi
- Já estive em Miami para um festival de dança, mas não cheguei a conhecer nada - digo olhando pela janela - amo a praia, mas vim muito pouco.
- No verão a gente vem de novo - ele diz e fico quieta. Ele fala com tanta naturalidade, como se não estivesse dizendo que vê um futuro para nós.
- Eu adoraria - respondo por fim e ele segura minha mão
- Ah que bom que chegaram! - A Sra. Campbell diz abrindo a porta na varanda eles moram numa casa ampla e clara, que dá para a areia da praia. Consigo sentir o cheiro da maresia mesmo aqui da frente. Ela abraça Andrew e depois a mim, de forma calorosa - estão com fome?
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Frosty Hearts
RomanceSabrina é patinadora profissional, tem um grande futuro pela frente, mas gosta das coisas do seu jeito. e quando o time de hockey invade o seu rinque, tudo tende a desandar. até o capitão do time precisar de sua ajuda e dever um favor a ela. andando...