Recepção calorosa

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Os três amigos foram levados de seus aposentos até o palácio. Por onde passavam recebiam reverências e, ao chegarem no local, foram recepcionados calorosamente pelo rei e outros nobres. Obviamente, ainda não entendiam muito do que lhes era dito, mas uma comunicação rudimentar foi estabelecida, fazendo uso de gestos e, quando possível, desenhos.

O povo de Konoha possuía uma sistema de escrita ideográfico e pictográfico, com símbolos cheios de arabescos e floreios. Sakura ficou particularmente interessada em aprendê-lo e esperava ter oportunidade para isso, porém, nesse momento, estavam indo para um salão onde aconteceria um verdadeiro banquete.

Espero que a comida seja digna dos deuses! — Hiashi proclamou antes de indicar para que todos se servissem.

Reconhecendo a palavra comida que aprendeu com Hinata, Naruto não tardou para tomar a iniciativa e encher um prato com carnes e legumes variados. Vendo o olhar de aprovação do rei e dos demais, Sasuke se serviu também, seguido por Sakura.

Só então os mortais presentes tiveram sua vez, afinal, deuses tinham prioridade em tudo. Contudo, o sacerdote Orochimaru fez questão de se servir antes dos demais, pondo-se acima do próprio rei, o que não foi do agrado do príncipe e das princesas Hyuuga.

Sabem, como grande servo direto de nossas divindades, tenho o direito de estar logo abaixo dos deuses. Em seguida, é claro, vem nosso rei — disse com um sorriso de cobra que só ele possuía.

Desfrute da refeição, sacerdote — Hiashi falou calmamente. — Felizmente, os deuses estão entre nós, o que torna seu porta-voz desnecessário.

A alfinetada foi certeira, transformando o sorriso numa careta. Dos filhos do rei, Hinata foi a única que conteve a própria satisfação. Ela ainda queria a confiança de Orochimaru para vigiar seus passos e se preparar contra as artimanhas do sacerdote. A princesa lançou um olhar severo aos irmãos, principalmente para Neji, pois haviam falado sobre esse assunto há pouco tempo. Irritar a cobra traiçoeira seria a coisa mais idiota a se fazer, e ela sabia. Por isso só contara a Kiba anteriormente.

Isso é o que veremos, meu rei — resmungou de volta. Pensou ter sido baixo o suficiente, mas Hinata pôde ouvir.

A princesa suspirou aliviada por seus irmãos não terem ouvido, pois, do contrário, aquele banquete se transformaria em um campo de batalha. Dos três, apenas Hinata era mais diplomática e menos pavio curto.

Pensando nisso, a morena tomou a palavra, buscando mudar de assunto e manter o clima ameno:

Sabem, tive a honra de ensinar um pouco de nosso idioma aos deuses ainda nesta manhã. Eles aprendem rápido e, creio eu, em poucos dias estarão se comunicando devidamente.

Isso é maravilhoso, irmã! — Hanabi exclamou contente. — Espero ter a oportunidade de me redimir por ter os confundido. Quero lhes pedir perdão pessoalmente.

Ah, não se culpe tanto, Hana. Tenho certeza que eles são bondosos, não vingativos — Hinata comentou sorrindo.

São deuses! — Orochimaru sibilou. — Não tente menosprezá-los, ou... tomá-los por mortais patéticos e passivos. Devemos nos ajoelhar e servi-los. Hanabi está correta.

Hinata revirou os olhos, pensando em como alguns de seus conterrâneos podiam ser idiotas. Nesse meio tempo, pequenas conversas paralelas aconteciam à grande mesa de madeira. O que incluía o cochicho entre os três forasteiros:

— Queria muito entender o que estão dizendo — Naruto resmungou.

— Não sou nenhum especialista, mas me parece que o cara de cobra traz uma tensão ao ambiente cada vez que fala — Sasuke ponderou. — Só não sei o quê exatamente...

Os deuses de Konoha - O paraíso perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora