Dourado como o sol

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Naruto andou um longo caminho pela cidade, acompanhando seu novo amigo que se recusava em dizer aonde estavam indo. Kiba apenas repetia que seria uma surpresa.

Por onde passava, o loiro recebia reverências e saudações. Era o "deus" deles, afinal. Entretanto, Kiba alegava que estavam em missão, afastando os curiosos e mantendo o mais novo só para si.

Estamos chegando, meu sol.

Acabaram saindo em um lugarzinho simples, cheio de cabanas pequenas. Em volta delas, hortas eram cultivadas, fazendo com que cada residência fosse bem afastada das outras.

O moreno o guiou para uma daquelas singelas casas e anunciou:

Esse é meu lar, Naruto.

Você mora sozinho? — perguntou curioso, pois naquele pequeno cômodo só havia uma cama e poucos móveis de madeira, além do fogão a lenha que servia de lareira.

Desde que tinha dezesseis anos. É tradição que nós, homens plebeus, vivamos por nossa conta o quanto antes. Pelo menos até nos casarmos, então aumentamos a casa.

E sua família?

Moram aqui perto. Agora são só meu pai e mãe na casinha deles. Não tive irmãos, infelizmente — falou dando de ombros.

E você não se casou ainda...

Não encontrei o cara certo, sabe? — comentou sorrindo.

Ah, sim... Aqui vocês podem se casar com quem desejam.

O que quer dizer?

De onde venho, homens não podem ficar juntos. É... errado, ou algo assim.

Pensei que você vinha do paraíso, meu sol — disse com certo deboche contido.

Ah, é que... Bem, eu vivi em outro lugar também... porque...

Shh! — Colocou o indicador nos lábios do outro. — Não se preocupe com isso, gatinho. Não importa para mim — falou, deixando algo nas entrelinhas.

Naruto ficou pensando se Kiba sabia da verdade, mas preferiu encerrar o assunto por hora. Naquele momento, estava concentrado em outras coisas, uma delas era o carinho discreto que recebeu nas bochechas que ele tinha certeza que haviam corado.

Você é muito lindo, Naruto. Quer sentar um pouco? Sentir como eu vivo aqui — sugeriu, tentando parecer indiferente e não assustar o rapaz.

Tudo bem. — Deu um sorriso iluminado que só ele tinha, sentando-se na cama de palha. — Como você e a princesa se tornaram amigos?

Longa história. Mas posso dizer que Hinata sempre foi uma garota encrenqueira. Ela escapava do palácio e vinha ter com os plebeus quando pequena. Depois que foi crescendo, recusou-se a se afastar do povo. Por algum motivo, tínhamos algo em comum e ela fez questão de me manter por perto.

Ela é legal. E bonita.

Sim, Hina é uma gatinha. Foi com ela que fiquei primeiro.

O que quer dizer?

Em certa época, misturamos as coisas. Acabamos... Você sabe. Mas depois vimos que somos apenas amigos. Além disso, eu percebi que prefiro homens — concluiu com um sorriso sacana e insinuante que fez Naruto desviar o olhar para o chão.

Notando que o loiro parecia não estar tão à vontade, Kiba tratou de mudar o assunto:

Mas e você? Não se parece com o deus Sasuke, né?

Os deuses de Konoha - O paraíso perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora