Ao acordar, Hinata foi até um pote de barro onde guardava algumas ervas específicas. Começou a preparar o chá matinal, que bebia todos os dias para inibir a fertilidade. Muitas das nativas faziam uso da bebida que funcionava como um contraceptivo natural, impedindo a fecundação e a gravidez.
— Orochimaru andou dizendo que isso é pecado. — Ela sobressaltou-se ao ouvir a voz do amigo.
— Kiba! Não chegue assim sem avisar!
— Desculpe — falou, entrando no quarto da princesa.
A Hyuuga continuou a amassar as folhas e raízes em um pequeno pilão, pensando nas palavras do rapaz.
— Quer dizer que somos obrigadas a ter filhos? — questionou de repente.
— Parece que sim. Aquele cara anda proclamando muitas coisas absurdas, Hina.
— Nem me fale. Precisamos dar um jeito nele, mas é complicado. Estou pensando em usar os deuses... Se eles falarem, o povo talvez escute. Não creio que os seguidores do sacerdote irão ignorar as palavras de nossas divindades.
— Divindades... — debochou e ambos riram.
— Sabemos que tudo não passa de uma farsa proporcionada pelo acaso, mas por que não aproveitar? Certo?
— Claro! Estou contigo desde o início.
— Vem comigo até a cozinha, preciso aquecer água — chamou, levando consigo a pasta esverdeada que havia feito. — Adivinha só o que andei aprontando essa noite... — comentou insinuante, sorrindo para o moreno.
— Ah, sua safada! Não me diga que pegou o Sasuke!
A resposta foi um sorriso ainda mais largo e cheio de malícia, seguida por um cutucão inesperado.
— Ai!
— Não chame-o de Sasuke apenas. Alguém pode ouvir.
— Tem razão. Eu quis dizer deus Sasuke... — concordou esfregando o braço onde a amiga havia batido. — Aliás, o que me diz de facilitar um encontro meu com o deus Naruto?
— Você vai assustá-lo.
— Ah, Hina, qual é? Eu estou apaixonado! — Sorriu animadamente, recebendo um olhar de descrença. — Juro que vou com calma. Imagino que meu pequeno raio de sol nunca tenha estado com homens...
— Talvez nem com mulheres pelo que demonstra. Ele me parece um tanto ingênuo. Sakura também — murmurou enquanto colocava água esquentar.
— Prometo que não vou ser tão direto. Vou seduzir meu deus de cabelos dourados — cantarolou.
— Você é um cachorro, Kiba.
— Nós dois somos, querida. Veja só, você seduziu o deus da lua. Não pode falar nadinha de mim.
— Está bem! Você tem razão. — Revirou os olhos enquanto misturava sua bebida. — Podemos pensar em algo para separar os três, assim você pode conversar a sós com o Naruto — cochichou. — Pode deixar o Sasuke comigo, mas e quanto à Sakura?
— Neji.
— O quê?! Que pedir que meu irmão colabore? Ele acredita nos deuses, Kiba...
— Ele não precisa saber nossos motivos secretos. E Sakura não é uma deusa. Não notou como seu irmão fica na presença dela?
— Agora que você falou... — Pensou por um instante. — Certo, vou sugerir que Neji convide a serva dos deuses para um passeio, alegando que precisamos realizar um importante ritual de purificação. Neji vai acreditar em mim, sem nem questionar. E ainda vai poder passar um tempo com a garota, o que pode ser bom para ele.
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Os deuses de Konoha - O paraíso perdido
أدب الهواةApós escaparem do navio que levava-os para a prisão, fugindo num bote, Naruto, Sakura e Sasuke desembarcam numa ilha desconhecida em algum lugar do mar do Japão. Ao explorarem o local em busca da própria sobrevivência, os três amigos se deparam com...