Prólogo

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— Namjoon, venha me encontrar!— A voz brincou suavemente. Namjoon olhou ao redor; ele estava na floresta entre o Alfa e Beta. Tropeçando cegamente ao redor, ele não conseguia ver onde ele estava escondido. A crescente sensação de medo fez seu coração bater descontroladamente.

— Pare de brincar e saia.— Ele gritou.

— Surpresa!— Sua risada ecoou pelas árvores.

— Vamos, eu não quero mais brincar.— Ele chamou.. Mas não houve nada além de silêncio como resposta. — Isso não é engraçado, apareça!

— Namjoon!— O grito dele quebrou o silêncio. Ele correu em direção a sua voz. Quando chegou à clareira, ele gritou sua raiva. Ele estava deitado em uma poça de sangue. Seus cabelos castanhos emolduravam seu corpo. Ele usava um a calça de verão e uma blusa de crochê, e era o homem mais bonito que ele já tinha visto. Ele era seu companheiro, e estava morrendo. Ele correu e caiu de joelhos, erguendo seu corpo em seus braços.

— Fique comigo bebê, por favor!— Ele implorou.

— Por que você não procurou por mim?— Seus grandes olhos pretos mostravam tanta dor.

— Eu não sabia.— Ele engasgou com as palavras.

— Eu teria te amado para sempre.— E então seus olhos se fecharam.


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Namjoon se sentou na cama apertando o peito. Ele havia sonhado com esse homem nas últimas duas semanas, com seu cabelo longo, macio e castanho, seus expressivos olhos pretos. Ele parecia tão inocente e frágil. Na maioria das noites os sonhos foram maravilhosos, mas há três noites os pesadelos começaram, e ele estava morrendo de medo que seu companheiro estivesse lá fora quando ele não tinha ideia de onde encontrá-lo.

Ele jogou as pernas sobre a borda da cama e se inclinou para frente, apoiando os cotovelos sobre os joelhos e o rosto nas mãos, e tentou se livrar da sensação de que algo estava terrivelmente errado. Suspirando, sentou-se e esfregou as mãos sobre o rosto. Ele então se levantou e decidiu contra a ideia de tomar um banho - eles teriam treinamento hoje, e ele estaria suado e fedendo em menos de uma hora, de qualquer maneira. Vestiu seu uniforme de treinamento e desceu.

Seokjin estava na mesa, franzindo a testa para sua caneca de café.

— Você também?— Perguntou Namjoon.

Seokjin olhou para cima e balançou a cabeça.

Até agora, eles eram os únicos em sua unidade que tinham começado a sonhar com seus companheiros. Em teoria, ele entendia as preocupações dos anciões para com a próxima geração. Num primeiro momento, lançar um feitiço para trazer seus companheiros para eles lhe pareceu extremo, mas com seus pesadelos veio também um crescente sentimento de urgência. Talvez eles tivessem razão, afinal, ele admitiu. Droga.

— Ruim?— Namjoon perguntou, voltando sua atenção para seu segundo em comando.

— Eu acho que meu companheiro pode ter um grave desequilíbrio do ouvido interno. Toda noite eu o observo de longe, e eu nunca vi alguém mais propenso a sofrer acidentes em toda a minha vida. Temo que ele se mate antes que eu possa encontrá-lo. — Seokjin fez uma careta. Namjoon estremeceu. Seokjin era um dos homens mais graciosos e elegantes que ele conhecia. O que poderia ter pensado o destino ao associá-lo com um homem assim?

— Você?— Perguntou Seokjin.

— Ele foi assassinado novamente, pois eu não cheguei a tempo.— Namjoon sussurrou.

Seokjin baixou seu copo à mesa.

— Namjoon, você diz a palavra e nós vamos começar a procurar por ele.

— Obrigado. Eu aceitaria, mas não tenho ideia de por onde começar.

— Vocês dois parecem especialmente tristes esta manhã.— Hoseok disse, entrando na cozinha e indo diretamente para o pote de café.

— Tive problemas para dormir.— Seokjin disse suavemente, assentindo para Namjoon com um olhar compreensivo. Namjoon sorriu de volta; ele estava grato por não ter mais que discutir seu pesadelo.

— Então, o que está na agenda de hoje?— Hoseok virou, segurando sua caneca favorita. Era uma caricatura de uma donzela peituda segurando duas canecas de cerveja, e a legenda dizia 'Eu gosto de jarros grandes, não posso negar'. Namjoon sentiu que começava a sorrir. Só Hoseok poderia tirá-lo de seus maus humores tão facilmente.

— Estaremos fazendo exercícios.— Namjoon tomou um gole de café.

— Quais?

— Todos eles.

Hoseok se engasgou com seu café. — Todos eles?

— Todos eles. Cada filho da puta deles. Vamos treinar ate cair.— Namjoon decidiu que, se tivesse que se empurrar até a exaustão para evitar sonhar, arrastaria os homens para o passeio miserável consigo.

— Posso dizer que estou doente?— Hoseok fingiu uma tosse.

— Não. Chame Changbin e Gyeom; estamos treinando com Beta e Gamma hoje. Deixe-os saber que estaremos usando nossas instalações.— Namjoon esvaziou o copo de café enquanto Seokjin terminava o que restava do dele. Ambos saíram para os campos de treinamento da unidade, deixando Hoseok gemendo atrás deles. Namjoon começou a designar exercícios para os primeiros a chegar, e então virou-se para olhar para a floresta.

Era apenas um sonho. Não era real.

Namjoon exalou e se concentrou nos homens. Ele não precisava de um homem bagunçando sua vida, e com certeza não precisava da distração.

Encanto e Confusão 1 - Meu ComandanteOnde histórias criam vida. Descubra agora