-𝙵𝚒𝚏𝚝𝚑-

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Me avisem qualquer erro por favor
Comentem bastante, ok?? E votem tbm, n se esqueçam 🥲
[...]

Jaehyun estava nervoso. Saber que Taeyong era gay assumido o deixava nervoso. E com uma pontada de inveja, talvez? Jaehyun estava confuso, nervoso. Ele não sabia ao certo porque se sentia assim; porque isso o abalava tanto?

"Eu não devia ter medo dele gostar de mim" Pensou.

"Pera, eu gosto dele?"Rebateu.

"Tá, não gosto, gosto, mas sinto uma atração, não posso negar" Concluiu.

- Que foi? Se não gostou pode falar, sem neura- Taeyong tirou os olhos do computador e os direcionou para a jaehyun. O maior estava parado, olhando para um ponto qualquer enquanto pensava. Aliás, desde o passeio que Jaehyun havia ficado pensativo. No almoço, tentou parecer tranquilo, mas, vez ou outra, algo o denunciava.

- Não, está tudo ok, creio que vá funcionar...- Levantou- Eu só... preciso tomar um banho, com licença- Pegou a toalha de qualquer jeito e entrou no banheiro. Queria sair um pouco daquela situação.

- Eu só preciso manter a calma e seguir como antes- Falou com as costas na porta- Mas... se ele perguntar algo sobre mim?- Gesticulou para seu reflexo no espelho- Ok, estou delirando à toa- Concluiu antes de se banhar.

Um bom banho quente fez Jaehyun relaxar e esquecer suas paranoias. Ao menos por um tempo. Quando saiu, Taeyong seguia digitando no notebook, aéreo ao redor e Jaehyun refletiu sobre si, sobre o quanto sua vida passou nessa posição.

- Nossa, então é assim que sou? Um chato que só liga para a tela do PC?- Jaehyun disse divertido ao vestir um moletom preto com estampa de desenho animado.

- Está me chamando de chato?- Taeyong o olhou rindo.

- Pelo contrário, você não passa o tempo assim, já eu... – O maior se aproximou para olhar o trabalho.

- Não devia se culpar tanto, sabe? Você faz o que precisa para entregar o melhor trabalho possível- O menos o olhou.

- Às vezes acho que estou deixando a vida passar, não sei...- Jaehyun dizia triste enquanto ajeitava a formatação do documento.

- Que isso, cara! Você é jovem, eu sou jovem.- Taeyong levantou animado.

- O quanto de vitamina você toma para ficar tão elétrico?- Jaehyun ria da empolgação alheia.

- Só tento pensar positivo, sei lá, já me ocorreu tanta merda, sabe? Mas não se acostuma porque não é todo dia.- Se aproximou do outro.- Tá bom?

- Ótimo, amanhã vamos oferecer a proposta e esperar o retorno.- Fechou o notebook.- Quer sair para comer algo?

- Agora? À noite?- Taeyong pegava suas coisas para o banho.

- Não há hora melhor, gosto das noites, me inspiram... sei lá.- Vestiu o sapato.

- Já eu prefiro o céu azulado do dia e o sol. Me trás um sanduíche qualquer, ok?- O menor entrou no banheiro e o outro saiu.

[...]

Andar à noite pelas ruas de Paris tinha suas vantagens. Além da beleza da cidade luza, ainda havia uma certa calmaria que fazia refletir. E Jaehyun refletiu. O pensamento de antes, retornando a sua cabeça ao dobrar a esquina: "As vezes acho que estou deixando a vida passar..."

"Será? Será que devo trabalhar menos? Mas... posso perder o emprego? E quanto a mim? Devo... me arriscar mais?" A cabeça girando enquanto entrava na lanchonete.

"O lance é ter orgulho de você mesmo e não se forçar a nada enquanto não estiver pronto" A fala de Taeyong pareceu pintar, de repente, na mente se Jaehyun, como se o lembrasse que toda aquela pressão momentânea não fazia sentido. A distância de sua família ajudava nos pensamentos, porque perto delas, Jaehyun jamais se permitiria dar algum indício de ser gay.

Retornou ao hotel um pouco mais leve. A noite o deixava assim. Mas, ao entrar no quarto, sentiu tudo se esvair com a cena. Taeyong estava de toalha, levemente úmido, debruçado sobre a mesa, anotando algo.

- Eh... oi.- Jaehyun disse sem graça.

- Lembrei de algo no banho, acredita? Um projeto ambiental que pode nos ajudar amanhã.- O menor estava empolgado.

- Sério? O que?- Tudo aconteceu rápido, muito rápido. Jaehyun foi na direção de Taeyong, que se virou na hora e os dois se chocaram. Com o impacto, a toalha caiu e Jaehyun sentiu que seria impossível manter seu controle.

O maior ficou vermelho e logo tratou de desviar o olhar, se desculpando, sem gerar desconfortos, olhou. Como um simples e inocente flerte, ele olhou.

Viu a flexão dos músculos do ombro quando Taeyong abriu os braços para ajeitar a toalha em sua cintura. Viu o desenho das costas, cada detalhe da pele levemente úmida. Foram segundos que pareciam uma eternidade. Uma descrição que passaria batido se Taeyong não sentisse um olhar sobre si. Uma desconfiança que o fazia crer que Jaehyun o observava.

Então, ele olhou o outro por cima do ombro e o viu, vermelho, desviando o olhar mais uma vez "Que fofo!" Pensou.

Taeyong sentia uma certa atração pelo maior, não podia negar, mas nunca alimentou seus desejos porque não sabia se era correspondido. Sentia uns olhares, porém não lhe davam certeza de um flerte. Agora, após o incidente, sua confiança parecia querer dar o ar da graça.

- Desculpa, eu...- Jaehyun seguia sem jeito.

- Tá tudo bem, é só um corpo né? Nada que você não tenha.- Taeyong buscava distrair.- Vou me vestir e depois explico a ideia.- E entrou no banheiro novamente.

"Ele gosta de me olhar." Foi a primeira coisa que Taeyong pensou, um sorriso de canto brotando "É tão ingênuo que fica fofo" Vestia suas roupas.

...

A madrugada seguia fria, mais fria do que nunca. A temperatura caiu e o ar seco invadia o pequeno quarto. Os homens teriam a segunda reunião no dia seguinte, precisavam descansar, porém a rinite não deixava.

Um ataque de espirros que, gradativamente, aumentavam. Impossibilitava Taeyong de dormir. Aquilo o deixava desconfortável, pois além de não descansar, tinha certa vergonha de atrapalhar o sono alheio. Tentava a todo modo dormir quando sentiu um leve toque nos ombros.

- Tá tudo bem?- Jaehyun o perguntava, levemente preocupado.

- Sim, é só o tempo seco.- Taeyong fungava e usava a ponta de seu moletom para travar a coriza.

- Tem algum remédio? Qualquer coisa, posso ir comprar.- Jaehyun sentou na ponta da cama do menor.

- Não precisa, sério, tomei o ultimo antialérgico ontem, mas logo os espirros passam.- Taeyong espirrou assim que terminou a fala.

- Tranquilo, vou lá rápido...- Jaehyun ameaçou levantar, porém Taeyong tocou sua mão.

- Fica.- E mais um espirro.- Não gosto de ficar sozinho.- A frase não trazia mentiras. De fato, Taeyong não gostava das noites só. Morar sem ninguém pode ser assustador às vezes. Mas, sua reluta em deixar Jaehyun ir, se dava muito mais pelo calor que a presença alheia despertava em seu corpo.

Jaehyun revezou seu olhar entre os olhos do menor e o toque de sua mão. Após um tempo, a segurou e respondeu.- Então não o deixarei.- E ficou ali, observando o outro.

Nenhum dos dois parecia ter coragem de desviar o olhar, tampouco reagir. Ficaram assim até mais um espirro atingir Taeyong e Jaehyun se levantar, trazendo um pedaço generoso de papel higiênico.

- Acho melhor ir para sua cama, aqui está com muitos germes e precisamos de alguém sadio para amanhã.- Taeyong brincou sobre sua situação.

- Ok, qualquer coisa só chamar, viu?- Jaehyun fez uma carícia na mão alheia e deu um leve riso antes de se dirigir até seu repouso.

Quantidade de palavras: 1230 palavras

𝚄𝚖 𝚚𝚞𝚊𝚛𝚝𝚘 𝚎𝚖 𝙿𝚊𝚛𝚒𝚜: 𝕁𝕒𝕖𝕪𝕠𝕟𝕘Onde histórias criam vida. Descubra agora