Há sempre um final

XV

Já passaram dois dias, o que fiz? O mesmo que estou a fazer agora, nada. Recebi uma mensagem dos meus pais simplesmente a dizer que a viajem ía-se prolongar, só vêm na próxima semana.
No entanto, eu estou só ansiosa para sair, agora tomo milhares comprimidos por dia pelo menos não tenho estado mal disposta e a dor no braço tem vindo a diminuir. Está a dirigir se para cá uma médica.

- Com licença, então como é que está a menina Joana?

- Bem, as dores no braço nunca mais desaparecem e só quero sair daqui.

- Tenho boas e más noticias, sente-se numa cadeira e venha para ao pé de mim. Amanhã já vai sair se tudo correr bem até lá. No entanto terá de levar o  braço esquerdo com a ligadura, o braço direito vai como nada tivesse ocorrido. E antes demais a menina a partir de agora vai ter de começar a frequentar um psicólogo, e a vir cá mais vezes para analisarmos se está tudo bem.

- Está bem, mas eu não quero ir ao psicólogo, recuso-me.

- Por quê? Vai-lhe fazer bem puder ter alguém para falar desconhecido, o que é preciso é ir lá sem vergonhas e sem medos -acho que ela percebe que eu não quero ir mesmo - pelo menos vá só uma vez, só para experimentar.

-Ok, eu faço-o. Mas já agora por quê que eu só posso sair amanhã e não hoje?

- Para termos a certeza que está mesmo tudo bem.

Acho um pouco absurdo, mas aceito e a médica sai.

Começo a pensar que não compreendo a razão por quer sair daqui afinal lá fora não tenho ninguém que se preocupe realmente comigo, excepto aparentemente o André.