Capítulo Nove

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-- Você ja vem passando por isso a muito tempo? -- Edna pergunta anotando algo em seu caderno. -- Por que tem tanto medo?

-- Não é questão de ter medo, é que eu não me vejo em outra família sabe... a minha mãe faz parte da minha vida... eu não posso simplesmente joga-la de um precipício e esquecer que um dia ela ja existiu! -- Falei meio alterada, mais logo respirei fundo. -- Eu só... não quero ter que abandona-la de uma vez.

Continuava deitada de barriga pra cima, Edna ainda estava com as pernas cruzadas e em silêncio total.

-- Acho que você deveria dar uma chance para uma nova vida, Ruby. Não quer dizer que você tenha que se livrar da sua mãe para isso... ela vai estar com você sempre, você querendo ou não! -- Fiquei em silêncio pensando em tudo o que nós havíamos conversado ate agora. -- Feche os olhos. -- Fiz o que ela pediu. -- Agora coloque seus braços do lado do corpo e relaxe. Apenas escute o som da minha voz.

Eu ja estava como ela queria... abri minha mente apenas para escutar sua doce voz. -- Pense na sua mãe, não se preocupe, você vai se sentir mais presente a ela, deixe ela conversa com você... elimine seus medos, apenas desfrute da sua imaginação!!

Eu não estava tão segura de que isso iria dar certo, sempre que eu escuto minha mãe ou vejo ela, alguma coisa desperta em mim, não me deixando tranquila. Mantive os olhos fechados e a postura do mesmo jeito, respirei fundo tentando abrir realmente minha mente e relaxei... posso confessar que eu estava um pouco anciosa, mais vamos manter a calma...

-- O que te perturba tanto Ruby?

-- A morte da minha mãe!

-- E por que isso te perturba?

-- Por que causei a morte dela... por culpa minha ela foi atropelada, a cena, aquela cena... nunca saiu da minha mente.

-- Volte naquele dia Ruby, tente entender o que houve... e por que você se culpa tanto.

FLASHBACK ON:

Ok, eu sei que não deveria estar acordada até uma hora dessas, mais eu estou com uma crise terrível de insônia, acho que são essas férias, elas estão acabando comigo. Sai na ponta do pé por escada a baixo e segui até a cozinha, estou morrendo de fome, vou fazer um belo banquete. Comecei a rir sozinha e a pegar as coisas para comer... peguei uma garrafa de danone de morango, o preferido da mamãe, ela vai me matar se souber disso. Retirei os pães de forma do armário e comecei a rechea-los com presunto, queijo e maionese, eu amo maionese.

-- BUUUU!!!!

-- AAAAA... -- deixei cair algumas fatias de queijo no chão, mamãe me assustou sem dó dessa vez. -- Mãeeee! -- Cruzei os braços e ela começou uma crise de riso. -- Não tem graça, quase me matou do coração, rum!

-- Ahh minha bonequinha, não sabia que você era assustavel!? -- Fiz bico. -- Desculpinha, não faço mais...

-- Promete? -- Ela fez careta. -- Eu ja sei que isso é um não... sua sem palavra. -- Ela semi-cerrou os olhos e me abraçou, dando vários beijos pelo meu rosto, comecei a rir e a mandar ela parar. -- Você sempre faz isso né? Não é justo, eu nunca estou preparada.

-- Fica esperta da proxima então. -- Piscou. -- Eu posso saber por que a senhorita está acordada uma hora dessas da madrugada? -- Bateu os pés ritmado no chão.

-- Insônia. -- Falei por fim e voltei a preparar meus lanches.

-- Meu danone senhora? -- Acenti e dei de ombros. -- Folgadinha você né?

-- Ah mãe, você quase nunca toma ele, se deixar ele ai, ele vai acabar vencendo.

-- Mais... que pinguinho de gente hein... ta muito esperta em menina, isso não pode acontecer, você só tem 6 anos.

APENAS AME! ( RUBY ROSE)Onde histórias criam vida. Descubra agora