Capítulo Um

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-- Ruby? -- Ergo minha cabeça tendo a vista perfeita de papai vindo em minha direção. Ele continha um sorriso largo nos lábios. O que será que aconteceu? -- Tenho uma novidade, querida! -- Molho os lábios com o delicioso vinho que Papai comprou hoje mais cedo. Aprecio aquele sabor maravilhoso de uva cara misturado com pouco álcool. -- Preparada?

-- Anciosa eu diria. -- Ele se senta ao meu lado na mesa de Jantar e sorri amarelado. O que será de tão especial para um sorriso tão doce quanto esse? -- Estou esperando.

-- Acho que encontrei filha! -- Franzi o cenho não entendendo o que ele queria me dizer. -- Eu acho que estou apaixonado!

Papai sorria alegre com a notícia, mais... apaixonado? Ele nunca fica apaixonado. Não tão de repente assim! Mordi os lábios não sabendo o que responder. Eu realmente fiquei chocada com a notícia. Papai nunca mais se relacionou com nenhuma mulher depois que mamãe se foi. Perdemos ela quando eu ainda era uma criança... uma doce e inocente criança.

Sua partida me abalou muito. Ainda mais por que eramos tão próximas! Não aceitei a morte dela e ainda não aceito... ainda mais por que foi uma cena tão cruel e maldosa. A culpa foi minha, foi toda minha. Se eu não tivesse deixado a bola cair no meio da rua. Ela não teria sido atropelada por um caminhão. Minha consciência pesa muito. Não é algo que da pra esquecer do dia pra noite... ja faz 12 anos e eu ainda não me sinto bem. Eu causei a morte da minha Mãe... só eu causei isso!!!

-- Filha, ta tudo bem? -- Me recuperei do tranzi e voltei a encara-lo. Seus olhos brilhavam e eu senti um leve aperto no peito. Não quero estragar a felicidade dele. Não agora. -- Eu sei, foi um choque né? Desculpa.

-- Não Pai, ta tudo bem. Só...

-- Só lembrou da sua mãe? -- Apertei minhas unhas contra a carne da minha mão. Talvez eu realmente não esteja preparada pra uma nova família. Ainda encarava aquele doce olhar e de novo a culpa subia pela minha mente. Você precisa ficar feliz por ele Ruby, você deve isso a ele. -- Filha.

-- Não pai, eu não lembrei dela... quer dizer, talvez sim, mais isso não importa. Você está feliz ne? -- Ele concordou me olhando com carinho e tristeza. Não queria deixar ele tão abalado. Eu sempre acabo estragando tudo. -- Então eu estou feliz. É a unica coisa que importa aqui Pai, sua felicidade! -- Sorri passando conforto pra ele que me deu um abraço de urso. Não é fácil aceitar isso de cara. Mais eu vou tentar, por ele.

-- Preciso descansar um pouco minha joia, você pode tirar a mesa? -- Acenti ja me levantando e indo até a pia. -- Não precisa lavar, Clarita vem amanhã de manhã, ela limpa. -- Ele sorriu e me deu as costas indo até seu quarto.

Limpei a mesa de jantar e apaguei as luzes assim que acabei. Retirei meus chinelos e deixei eles do lado da escada. Acho que não vou precisar deles. Subi para meu quarto e me joguei na cama. Uma nova mãe, Ruby! Pelo menos eu espero que ela seja.

-- Ruby acorda! -- Chacoalhos e mais chacoalhos eram depositados em meu corpo. Não pretendo abrir os olhos. -- Anda Ruby, acorda filha!

-- To acordada Pai! O que foi? -- Abri meus olhos preguiçosamente e levei um susto vendo o rosto de Papai bem colado aos meus. Seus olhos estavam arregalados. -- Meu Deus Pai, quer me matar do coração? -- Perguentei saindo da cama e ficando ja em pé com a mão direta no peito.

-- Desculpa Filha, mais hoje você estava difícil de acorda. Se arruma, se vai chegar atrasada na aula hoje. -- Bati a mão na testa e corri pro banheiro. Ja era o quinto dia que eu ia chegar a trasada. To ferrada. -- Tenha um otimo dia de aula minha joia!

Depositei um beijo em sua bochecha e sai até meu carro. A escola não fica tão distante de casa, é no fim da rua na verdade. Cheguei e estacionei meu carro no lugar de sempre, em frente as bicicletas. Sai e caminhei até a entrada, por incrível que pareça eu não estava tão atrasada assim. Tinha pessoas ainda do lado de fora.

APENAS AME! ( RUBY ROSE)Onde histórias criam vida. Descubra agora