Capítulo Trinta

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 Anos se passaram e eu fui crescendo e amadurecendo. Lembro me que completei 14 anos e eu ja não era mais uma adolescente normal... EU não me considerava normal.

Depois que perdi a pessoa mais importante da minha vida, tudo começou a mudar... meus pensamentos, sentimentos, modo de tratar alguém, a minha auto-estima.
Tudo tinha ido ralo a baixo.

Mamãe e papai resolveram me obrigar a passar por um psicólogo. Eu ia, mais não dava a mínima atenção para nada que saia da boca podre dele.

Na minha cabeça, psicólogos era pra pessoas loucas, não serviam pra mim ja que eu não era louca.

Isso fez com que meu comportamento pessoal mudasse ainda mais... Meus pais me achavam louca, isso me estressava.

Em casa era tudo um merda, eu não falava com ninguém, não comia direito, não fazia exercícios físicos e nem explorava a internet...

era como se tudo tivesse perdido o sentido, nada mais valia a pena, nada mais importava.

-- Como foi seu dia hoje Nina? -- Caio perguntava interessado, dei de ombros. -- Conheceu pessoas novas?

-- A unica coisa que eu vou conhecer é a porta dessa sala... eu quero ir embora. -- Falei brava. -- Isso aqui é perda de tempo porra. -- Caio me olhou assustado, como se não fosse normal uma garota de 14 anos reagir tão mal assim. Sorri me encostando na cadeira de braços e pernas cruzadas. -- Ja posso ir?

-- Não! -- Disse respirando fundo. -- Nina eu sei que você teve um infância turbulenta... mais...

-- Turbulenta? -- Perguntei irônica. -- A minha infância foi uma queda, a pior queda que alguém poderia ter. Eu perdi a pessoa que eu mais amava e admirava na minha vida... e sabe quem teve culpa nisso? -- ele engoliu seco. -- A PORRA DOS INÚTEIS DOS MEUS PAIS. -- Ele suspirou. -- Pra você é fácil vim aqui e me dizer e pergunta uma porrada de merdas sobre meu dia e minha vida... mais você não faz ideia do que eu passo e ja passei. -- Ele acentiu sem graça. -- Não vem me dizer que você entende e sente o que eu estou passando, por que isso é uma grande mentira. -- Falei furiosa. -- Vocês não se importam de verdade... só querem receber a porra de uma grana sem sentido. -- Falei e sai da sala batendo forte a porta.

Comecei a caminhar sem um rumo pra ir... eu só queria me jogar de uma ponte, me afogar em um rio cheio de piranhas que pudessem me esfolar toda.

Eu não estava vendo sentido de continuar vivendo aquela vida...
Era tudo um grande pesadelo, e eu queria muito acabar com ele.

...

Os dias continuaram se passando, minha vontade de viver diminuía ao extremo... cheguei até realmente tentar me matar... mais, a coragem não veio na hora... chorei de raiva por isso.

Mamãe estava atolada de serviços ja que ela passava o tempo todo comigo, o tempo todo tentando me locomover.

Papai estava diferente, depois da morte de Tracy, ele não foi mais o mesmo... era como se ele sentisse culpa nisso tudo... e ele estava certo, ele tinha muita culpa.

Eu voltei pra minha escola antiga, estava no ensino médio e com a turminha de antes... eles me aceitaram de volta, mais não foi uma coisa fácil de se conseguir.

Tive que ser linchada por todos do grupo, literalmente... logico que tinha aumentado a quantidade de jovens, as pessoas nunca permanecem só as mesma.

Pra resumir, apanhei de 12 pessoas de uma vez, eles me batiam sem dó nem piedade. Como se estivessem se libertando de uma raiva antiga.
Uma raiva não, Uma fúria.

APENAS AME! ( RUBY ROSE)Onde histórias criam vida. Descubra agora