Ainda tinha esperança?

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O raiar do sol era fervente os pássaros,gafanhotos e os animais domésticos como o gado,cavalos e galinhas restringiam uma espécie de 'bom dia' para os habitates do casarão. Os raios leves cobriam a fachada despertando as crianças e seus pais para mais um dia estressante de trabalho braçal.O jovem Pierre dormia tranquilamente porém todo aquele barulho era inevitável fazendo o acordar,estava restaurado,na noite seguinte havia sido saudado com um jantar fortificado e delicioso,tinha contado sobre sua viagem para sua tia e retomando seus principais ensinos de como se portar, Eunice já sabia de tudo o que havia acontecido e ele deveria se portar o mas restrito possível,era apenas questão de obediência e ele sabia disso. Levantou-se abrindo a janela sentindo o sol tocar em sua face,virou-se tirando suas vestes e indo para banheiro que ficava ali mesmo em seu quarto a água limpa já estava posta na banheira,apenas entrou, se banhando e se ensaboado com seus caros sabonetes,saiu enrolou-se em uma toalha,vestiu-se com uma camisa branca leve com cordames entre o peito,uma calça justa com suporte aos ombros e uma espécie de bota longa.Logo em seguida voltou seu olhar para a janela avistando o bosque e alguns animais pastando.

 _O ar puro me atraía além das cores vibrantes daquele lugar,as vezes lembranças do Brendo vinham a minha mente era vital,pretendia fugir, antes da nossa separação tínhamos planejado que a primeira coisa que faria era buscar por ele na França,o medo e a insegurança era meus principais inimigos, as vezes pensava arduamente se realmente teria a coragem necessária para retomar meu objetivismo por respostas ou me habituaria aquilo. 

 °°°

 Na cozinha  Rita a mãe de Júlia e sua ajudante Maria cuidavam do café com a chegada do hóspede novo era obrigatória uma dedicação maior,em meio fumaça do fogão a lenha a rápida e atenta Júlia apenas ajudava sua mãe cortando alguns legumes,ajudando com os afazeres da casa e agora com a obrigação de cuidar dos desejos do Pierre,era moça diferenciada e que graças ao trabalho da mãe na cozinha e bem a "cor" da sua pele não precisava ter uma vida amargurada como das outras garotas,se alimentava bem,e a Eunice lhe proporcionava as melhores vestes,vivia feito uma princesa comparado a suas pobres colegas da senzala,e era a única a saber ler entre eles,o Luís que tinha a ensinado,porém a solidão era viável as outras meninas a desprezavam por achavam ela muito diferente e requintada para ficarem próximas,contudo não vivia completamente sozinha tinha os livros como companhia e claro o Tino o filho do meio da Maria era seu real amigo desde a infância agora era homem feito,viril e sua primeira paixão trabalhava por ali cuidando dos animais,sempre que podia vinha vê-lá e naquelas horas ele já estava se aproximando para o café.

 - Bom dia!.-Disse o Tino abrandando o interior da cozinha com a gamela de leite entregando a sua mãe,em coro todos saldaram o rapaz.

O sorriso e olhares entre a Júlia e o mesmo não eram segredos para ambas as mulheres que estavam ali.

 - Como está Júlia?.-Disse o rapaz tímido retirando o chapéu de palha da cabeça. - Vou bem!. 

 A Rita sabia que o Tino era o homem certo para a filha porém viver um romance naquelas condições não eram satisfatórias, nunca poderiam ter uma casa,família ou algo do tipo,então evitava ilusões. 

 - Anda menina vai pondo os pratos na mesa antes que a sinhá acorde!.-Ressaltou dando a Júlia alguns talheres.

 Tino recuou dando uns passos para trás,ao avistar uma presença indiferente na sala e Júlia toda tímida ao ver o Pierre descer as escadas,a moça voltou da sala como num raio. 

 - O Pierre já se levantou.-Constantou a mãe que se apressou. 

 Antes que a Rita fizesse algo o moço cruzou a cozinha com um vasto sorriso intimidando a todos.

Nada Além...(Conto gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora