Em busca de respostas

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  Os olhos de Xainã pareciam hipinotizados pelo que via,era um enorme casarão ao longe e luzes brilhavam de seu interior mas de onde surgirá tal monumento?,o índio parecia impressionado porque nunca virá algo igual na vida a não ser nos livros que os coletores traziam das embrenhas da floresta quando saiam da margem,o Xamã sempre os ensinava tudo que sabia sobre aqueles objetos e tinha total entendimento.Ele retomou ânimo deveria seguir em frente,contudo se lembrou das histórias que sempre ouviu dos "brancos" homens sem caráter que exploravam dos pobres índios desde a "Tomada" muitos dos seus se perderam,a terra pacifica se caracterizou por medo e escuridão,ainda se lembrava do dia que alguns coletores saíram da margem em busca de alimento e muitos não voltaram e os que retonaram sendo um deles seu pai possuíam terror nos olhos e uma tristeza incomum,então o melhor era ficar ao longe.

Sua face se suavesou ao avistar seu amiguinho novamente se reconher sobre seu ombro,o que ele realmente queria era um abrigo naquele momento,seu corpo quase não suportava o frio que abalava até sua alma e se ele seguisse em frente?,seria uma boa se aconchegar em algum lugar daquela casa ou ao menos encontrar um abrigo para passar o resto da noite,seu temor era abalado naquele momento por meras recaídas do corpo,em seu pensamento confuso era melhor seguir e se manter o mas invisível possível.Sua rota se trasou mentalmente começou a segui-lá,seus pés se amorteciam cada vez que pisava naquela terra molhada e escorregadia aquilo lhe trazia lembranças daquele sonho sutil e da sua jornada repentina poderia ser seu fim contudo não iria se abater pelo medo.

°°°°

A lamparina era o único objeto que emitia luz no corredor por onde Pierre e Júlia passavam,silenciosamente eles cruzaram o quarto da Eunice a sala e logo já estavam na cozinha onde a Rita os esperava pacientemente tomando um bom copo de café.

- Pensei que não viriam!.-Falou pegando uma especie de bolsa e jogou-á sobre o ombro esquerdo e uma cesta entregando ao garoto.-Vamos não temos a noite toda!

Pierre parecia confuso para onde iriam uma hora daquelas!,e ainda por cima estava caindo uma leve garoa,era melhor não questionar e segui-lá.

Levantando-se foram diretamente até a porta dos fundos,o céu estava totalmente tomado por nuvens os olhares eram comprimidos a Rita que seguia rapidamente apenas os guiando por meio do terreiro, tinham que ficar próximo uns dos outros por conta dos feitores que sempre estavam a espreitar porém as vigílias era tarefas quase nulas a noite onde todos estavam recolhidos nos seus lares ou nos pés de uma pobre negrinha.

- Vamos em silêncio não queremos que os homens nos vejam!.Retrucou a garota meio desconfiada.

Pierre aumentou os passos se aproximando de Rita olhando diretamente em seus olhos ásperos.

- Onde estamos indo realmente?

Um sorriso sarcástico brotou no rosto da mulher que continuava andando.

- O sinhôzinho tá com medo é?

O rapaz respirou fundo rindo com semblante preocupado olhando para Júlia que vinha logo atrás de si,balançou a cabeça negativamente para a mulher,se recuando atrás da garota.

- Fica tranquilo...a gente vai até o bosque apenas!.-Em um tom baixo falou a moça acalmando o rapaz.

O ar estava balançando calmamente as folhas das árvores enquanto as gotas da garoa fazia um requinte barulho de som de chuva andaram até o tal lugar passaram por uma porteira velha e seguiram um pouco mas adentro da pequena mata,as roupas de Pierre e Júlia estavam com aspectos molhado e em suas faces já pálidas pelo frio da noite possuíam curiosidade ao avistarem o que parecia ser um cemitério,Rita parecia conhecer aquele lugar muito bem olhou para o alto pronunciando algumas palavras incompreensíveis,fez um sinal de reverência e seguiu até um mosteiro de de terra batida onde haviam flores,penas de aves,grãos,tecidos coloridos entre outras infinidades de objetos e por incrível que parecesse estava tudo enxuto onde eles estavam.Rita tirou da bolsa uma toalha fina a forrando no chão e logo depois pegou o cesto da mão do rapaz foi na direção de um alto pé de carvalho se ajoelhou e começou a fazer preces.A moça fez sinal para que o outro se sentasse sobre o pano que havia sido posto enquanto sua mãe se preparava.

- Júlia o que realmente ela está fazendo?.Retrucou Pierre observando a mulher.

- Está falando com os Orixás nossos espíritos protetores!.-Indagou Júlia abaixando a cabeça em reverência mesmo não tendo muita crença naquilo.

Pierre não sabia do que se tratava os tais Orixás porém sentia uma força estranha envolver seu corpo nunca sentiu algo igual na vida,voltou a tona quando Rita se aproximou novamente, nas mãos possuía velas vermelhas com espessura fina só que longas,essas não apagavam e tinham chamas extremamente azuis e algumas pedras coloridas a mesma foi pondo uma vela e uma pedra nas pontas da toalha e fez com que Júlia e Pierre se aproximasse do centro,logo depois sentou-se próximo deles.

- Fechem os olhos!.-Falou Rita com a voz ofegante e trêmula.

Ele apenas obedeceu a mulher e logo emergiu numa espécie de transe.

- Respire fundo e mentalise sua visão...

[***]

_Tudo havia ficado escuro a única coisa que conseguia ver era a fumaça sair de minha boca,escutei um barulho vindo do chão parecia de água corrente.Olhei novamente em volta quando uma luz surgiu ao longe iluminando aquele lugar,era uma cachoeira a frente, parecia que estava em uma caverna não sabia dizer.Andei por um certo tempo até ouvir um barulho de pássaro e sons de passos,me assustei por um instante quando vejo um homem alto que não possuía face vir em minha direção , aquilo me assustou ternamente,comecei a correr quando tropeço e caio no chão de bruços até que sinto uma pontada dolorosa em meu peito...

- Não!...

Abrir meus olhos estava completamente suado,com uma pressão enorme sobre meu peito,minha cabeça parecia que ia explodir me levantei mas fui contido pela Júlia porém queria sair o mais rápido dali acabei empurrando-a e comecei a correr por instinto,escutei a Rita me gritar não dei a mínima.Meus pés me levaram pelo mesmo caminho que nós tínhamos vindo,cada passo que eu dava era um som diferente que eu escutava meus sentidos estavam aflorados.Olhei para frente avistando uma figura parada continuei não me importando,fui chegando cada vez mas perto quando vejo a face do mesmo...Não podia ser!

- Quem é você?

Não obtive resposta alguma, apenas fiz assustar aquele rapaz,precisava de uma explicação e ele parecia possuí-lá...e si aquilo fosse apenas coisa de minha imaginação!.Parecia que minha mente queria pregar-me uma peça.

- Pierre espere!.Não deixe se levar pelo seu medo!.-Falou uma voz ao longe fazendo com que eu me virasse por um segundo era Júlia que já chegou segurando-me pelo braço.-Se acalme!

- Eu vi Júlia!.-Olhei para o lugar onde a figura estava e num piscar de olhos havia sumido no breo da noite.

- Você viu o quê?me explica!

- O garoto estava confuso sem saber o que dizer pois apenas palavras de loucura saíam de sua boca naquele exato momento,seus reflexos brutos se acalmaram e sua respiração começou a se controlar dentro dos seus pulmões,somente seu coração ainda pulsava acelerado pelas emoções e pelo medo.

- Eu quero ir para casa e por favor vamos fingir que nada disso aconteceu aqui.

A moça assentiu com a cabeça,porém ainda com um semblante curioso e triste ao mesmo tempo.

  Ambos retornaram o caminho de volta deixando a Rita para trás que se camuflava ao longe com os olhos burburantes de angústia pois sabia que coisas boas não iriam acontecer aquele garoto naquele lugar tinha plena certeza que algo iria prendê-ló ali.

Nada Além...(Conto gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora