❤ Capítulo 5- Alguém viu minha sorte? ❤

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Quando sentimos desejos, idealizamos diversas coisas ao redor do que estamos querendo. Por exemplo, aquele sorvete de abacaxi com vinho que você tanto ama, mas no fim não tinha o mesmo gosto, ou aquele passeio que você imaginou que seria de uma forma e no fim foi um desastre. Talvez aquele dia que você se vestiu super bem e passou uma maquiagem maravilhosa, mas ninguém olhou para você. Bem, o universo é inconstante. Nada vai acontecer da forma que queremos ou esperamos.

Nada é igual.

"Ela é apenas uma garota qualquer" conseguia ouvir o eco da voz dele, de acordo que eu dava alguns passos vagarosos. Passos esses, que também ecoavam no meu ouvido.

Por mais que eu já tenha ouvido essas palavras de diversas formas e de diferentes pessoas, eu não entendia o porquê agora elas deixaram um gosto amargo na minha boca, ou o porquê eu sentia uma raiva tão grande irradiar no meu corpo. A gente mal se conhecia, mal teve contato, então porque eu me sentia tão...estranha. Talvez seja pelo fato da mente humana ser engraçada, é engraçada porque por mais que você fale que não liga para o que as pessoas vão dizer ou pensar, você liga.

A gente sempre se importa com o que dizem, até mesmo quando não queremos nos importar. Então, naquele momento eu ligava. Eu ligava para o que ele havia dito, como também me importava com o olhar de pena que as minhas amigas me dirigiam depois de sairmos daquele lugar tóxico. Aliás, essa escola inteira poderia ser comparada à Chernobyl, de tanta toxidade. A diretoria e alguns professores são o "Cherno" e o resto era o "Byl".

Estava com raiva, com muita raiva. Minha vontade era de desferir um tapa naquela cara bonita e irreverente dele e a outra era a de jogar Naruto em uma vala sem fundo.

Meus passos eram pesados de acordo que eu andava pelo corredor vazio, conseguia ouvir o toc-toc de cada passada no chão. Sabia que as meninas me seguiam, mas eu estava tão perdida em pensamentos que não disse mais nenhuma palavra depois que saí daquela muvuca, apenas continuei a andar.

— Sakura? — Karin me chama receosa e sei que nesse momento, apesar do santo dela não bater com o de Ino, as duas estavam trocando um olhar especulativo. Realmente, depois dessas duas eu não pedia mais nenhuma amizade. Elas eram as únicas verdadeiras, por mais que trocassem mais farpas que o Harry Potter e o Draco Malfoy. As duas tinham algo em comum: nossa amizade. É isso, eu sei que ambas valorizavam como um pote de ouro — Está bem? — Pergunta.

— Eu estou ótima! — Respondo e paro de andar, me viro para as duas e as vejo com um olhar receoso em minha direção — Que foi que vocês estão com essas caras? — Questiono e por incrível que pareça aquilo me irrita, parece que elas não me conheciam. Apesar do que o Sasuke me falou, aquelas palavras não me afetam tanto quanto elas acham. Bem, talvez seja isso que eu queira me convencer.

Ser a "Rainha da escola" exigia alguns costumes, como o fato de você estar preparada para lidar com a fachada da falsidade vinda de qualquer que fosse o lugar. As pessoas sentiam inveja, raiva ou qualquer sentimento ruim por você, te julgam sem nem saber o que há por detrás. Mas eu já estava acostumada com isso.

O fato é que você nunca irá saber o porque das pessoas estarem ao seu lado, se é por status ou por amizade mesmo. O meu redor era cheio de caçadores prontos para pegar o lobo mau quando ele menos esperava. E bem, talvez o meu crush não fosse o que eu tanto idealizava, mas eu queria entender o porque de eu estar tão decepcionada com isso. As pessoas me decepcionarem não é nenhuma novidade a parte, na verdade é comum desde minha infância.

Saio dos meus pensamentos e olho para as duas garotas na minha frente, apoio o meu peso na perna esquerda, inclino um pouco a cabeça para o lado e por fim, solto um suspiro longínquo. "As pessoas não alcançarem suas expectativas é normal, é normal se decepcionar. Não é mais novidade, Sakura" penso comigo mesma.

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