Eu apoiava as mãos na pia do banheiro, sentindo o gélido tocar as minhas palmas quentes e fazendo um choque na troca de calor. Na verdade, todo o meu corpo estava quente. Sentia que estava suando frio, como se aquela roupa que eu estava usando me sufocasse. Além disso, sentia meu coração disparado de uma forma que nunca senti na vida. Será que eu estava com alguma arritmia? Pensei enquanto levava a mão esquerda até meu peito, o apertando. Essa, que estava trêmula de uma forma que nunca vi.
Nem quando eu Hackeava site secretos, ou fazia alguma coisa considerada errada, havia me sentido tão nervoso quanto agora. Lembrar da respiração próxima de mim, dos lábios rosados, as esferas verdes brilhantes em desejo. Era isso que eu via nela, desejo; ou será que pela primeira vez na vida, meu cérebro estava enganado. Não! Meu cérebro nunca se enganava.
A vontade biológica dentro de mim estava grande e uma pequena voz desconhecida fazia o meu cérebro entrar em curto circuito, visto que ela estava o deixando louco. "Você queria ter beijado ela, por que não o fez? Sabe quando terá outra chance??". Balanço a cabeça em negativa. Abro a torneira e pego uma grande quantidade de água e jogo sobre o meu rosto, minhas bochechas queimavam de uma forma que eu sentia que tinha febre.
Ergui a cabeça, o espelho mostrou nitidamente minha imagem. As bochechas vermelhas, um brilho estranho no olho e um pequeno sorriso querendo se despontar dos meus lábios. Sakura me deixava assim, sem barreiras, sem teorias ou explicações. Apenas fazia isso.
Foi com esse pensamento na cabeça que eu tomei um fôlego grande, isso é um problema, um grande problema. Não que eu fosse imaturo o suficiente para ignorar o que minha mente e meu corpo, claramente, já sabiam.
Meu sistema límbico, que é mais conhecido como o centro das emoções, estava ativado. Isso quer dizer que, a atividade do meu córtex frontal, responsável pelo senso crítico e raciocínio lógico é diminuída. Isso explica o porque eu estava fazendo algumas coisas meio...irracionais ultimamente. Meu cérebro respondendo aos estímulos liberados, aumenta a pressão e os meus batimentos cardíacos, minhas glândulas sudoríparas produzindo mais suor por causa dos hormônios, as pupilas se dilatando.
Droga, eu sabia que estava sobre picos de endorfinas, dopamina, noradrenalina e oxitocinas: tudo isso de uma só vez! Com tantos hormônios sendo liberados ao mesmo tempo, já dá para perceber como começar a sentir atração, gostar, se apaixonar ou amar uma pessoa mexe com a gente.
Apesar de eu saber exatamente como meu corpo estava funcionando, eu ainda sentia que ia enlouquecer. A insegurança tomava cada partícula do meu ser.
Não era uma só uma garota ali, era Sakura Haruno. A denominada rainha da escola. A menina que quando entrava dentro daquela instituição, reinava de um jeito único. A ex-namorada do meu melhor amigo, quase irmão. Mas além de todas essas etiquetas colocadas em si, era Sakura. A garota gentil que ajudava as pessoas sem nem lembrar de si mesma, a menina que trabalhava até o último pingo de suas forças e tinha mil pesos sobre suas costas. Se todos que a julgassem soubessem quem ela é por detrás de sua coroa, não falariam tantas atrocidades.
Naquele momento, foi como se uma chavinha tivesse sido ligada em meu cérebro, como eu comecei a conhecer Sakura tão bem? Foram apenas três semanas. Um Sorriso mínimo começou a se abrir em meus lábios, saber mais sobre ela me agradava, atiçava minha curiosidade. Seja o que for, essa coisa que eu estou sentindo, não a impediria.
Já me impedi de muitos sentimentos e experiências ao longo da minha vida isolada e tímida, tendo como etiqueta "O gênio sem sentimentos". Não deixaria isso acontecer novamente, não como das outras vezes em que eu via a bola rolando e "colocava" uma superfície de atrito para impedi-la de andar mais.
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Clichê Reverso
FanfictionEu sou a vadia da escola. A menina padronizada que tem que gostar do capitão do time da atlética, ser a vaca mal amada que trata os nerds como lixo e tenta estragar a vida da menina boazinha com o badboy pica das galáxias do colégio. Bem, essa é a f...