❤ Capítulo 11 - Agora foi!! ❤

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Meus passos eram apressados pela calçada, eu caminhava rápido desviando das pessoas, enquanto tentava equilibrar o copo de café e a bolsa pesada que carregava nas minhas costas. A única coisa que se passava na minha mente era, atrasada, estou muito, muito atrasada! Os professores vão me matar, eles só estão procurando um meio de dividir nota e eu já faltei o suficiente nesse semestre. Deus, estou tão ferrada!!

Assim que atravesso a rua e chego na entrada principal da escola (acho que uns quinze minutos antes do sinal bater), um suspiro de alívio sai pelos meus lábios. Ajeito a minha bolsa melhor nas costas e tento puxar o meu cabelo que ficou preso entre ela e minha coluna torácica. Odiava quando isso acontecia, quem manda ter cabelo longo.

Eu amava meu cabelo dessa forma, confesso. Apesar de dar um trabalho absurdo para cuidar e lidar com ele, por exemplo, quando vou escovar os dentes e ele fica toda hora caindo na pia e não, mesmo se eu prender ele, continua caindo no meu rosto. Além disso, ele embaraça fácil, prende nas coisas e quando eu me afasto ele puxa. Uma dor horrível, por sinal. Isso que nem vou contar como ele acorda na manhã. Sim, como ele acorda, porque às vezes parece que essa coisa tem vida própria.

Outra coisa é a dificuldade para matizar ele de rosa. Meu Deus. O banheiro branco, parece que foi pintado com tinta rosa, literalmente! Principalmente porque as paredes e o chão são de uma cor clara, tirar toda a bagunça é bem difícil. Mas confesso que apesar do meu pouco tempo e de toda essa trabalheira, eu ainda gosto de cuidar dele. 

Era uma das coisas que meu pai amava nele, o comprimento e sua cor loira. Apesar dele não estar mais loiro. No entanto, é uma das únicas lembranças que tenho com ele. Meu pai adorava pentear meus cabelos, quando eu era pequena, e era sempre a mesma batalha para colocar todos aqueles elásticos, para no fim eles sempre ficarem tortos em minha cabeça. Soltei outro suspiro ao lembrar dele, sinto tanto sua falta.

— O que faz aí parada? — Uma voz diz atrás de mim. Meu corpo salta e o café que estava na minha mão é solto de forma brusca no chão, e respinga nos meus sapatos e na meia do uniforme. Ambos da cor branca.— Desatenta — Sasuke resmungou ao ver o estrago que o café com leite havia feito, eu apenas respiro fundo. 

Calma, Sakura, Calma. Conta até 10.

1...2...3...4...5...6...7...8...9..

— Devia prestar mais atenção nas coisas que faz —  Sasuke diz. Eu respiro fundo de novo, esquece o "Contar até 10",  quero matar ele. 

Eu viro pronta para brigar com ele, espernear, falando que não podia simplesmente chegar por trás das pessoas. No entanto, assim que fiz tal ato, trombo com olhos negros mais escuros, por trás de um par de óculos e um sorriso que eu rotularia como cafajeste. 

Minhas pernas bambearam, meu corpo bambeou, tudo girou e a única coisa que vinha em minha mente era o dia de ontem. Dia esse que a gente não só quase se beijou, como também fomos flagrados. Já conseguia sentir meu rosto esquentando, e cada momento de ontem já estava passando em minha cabeça desvairada.

No primeiro momento nossa aproximação era quente. Macia. Aconchegante. Sensível. Muito sensível. Meus pelos estavam eriçados e meu rosto, com certeza, estava da cor do farol de um carro. Em compensação, minha mente apitava como louca, dizendo que queria aquele beijo, queria muito.

Minha mão estava presa no pescoço mais quente ainda, e eu mexia meu dedo indicador formando cachos grossos nos cabelos negros. Da mesma forma que ele segurava minha cintura com afinco, e os olhos brilhantes pareciam ter se tornado escuros, ainda mais quando seu rosto começou a ficar cada vez mais próximo. Era uma bagunça, minha mente, meus sentimentos e meu corpo, tudo estava em um descontrole que eu não fazia a mínima ideia de como organizar. E confesso que nem queria.

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