After the Storm - Jax Teller

25

Perdão e cuidado

pi...pi...pi...pi..

é o som que ouço assim que me torno consciente:

-Jax...- falo baixo sem abrir os olhos.

-Estou aqui.- sinto seu aperto mais firme em minha mão.- Abre os olhos, olha pra mim.- diz com a voz imbreagada de choro.

faço força e abro os olhos, encarando o loiro na minha frente, parecendo tão vulnerável emocionalmente, capaz de desabar a qualquer momento:

-Porque você está me olhando assim?- pergunto baixo.

Minha garganta dói. Tento me virar mas não consigo, o que está acontecendo? Não sinto meu braço, meu corpo todo dói, menos ele, não sinto formigação. Nada.:

-Jax... Jax, meu braço!- me desespero.- eu não sinto. Porra Jax!- minhas lágrimas escorrem.

Porque tem algo atrapalhando minha visão? Como uma grande placa branca que me impede de ver meu braço:

-Amor calma, tá tudo bem. Vai ficar tudo bem.-

-O que houve?-

-A ferida foi muito grave e profunda, fizeram uma cirurgia de emergência.- olho pra ele segurando a respiração. - Storm você quase perdeu o braço...-

-O que? Não, não!-

-Eles conseguiram salvar, tá tudo bem amor. -

Respiro fundo:.

-Então porque isso?- pergunto da placa.

-É pra você não mover, seu braço está com uma tala. Você não sente dor, na verdade não sente nada, por causa dos medicamentos.- diz.

-Eu preciso ver.- engasgo um pouco com a garganta seca.

Jax não perde tempo em me dar um copo plástico com água fresca:

-Não confia em mim?- pergunta tentando descontrair. Quando vê meu rosto sério concorda - okay...-

Ele tira a fala rapidamente, meu braço está com curativos, mas mesmo assim consigo ver o tom roxo e meio verde:

-Eles disseram que está inchado e dessa cor por causa da choque, foi muito forte. Mas vai melhorar.-

-Que sorte eu tenho né.- ironizo.

-Storm, me perdoa?- pergunta Jax depois de alguns minutos sem total silêncio.

-Por?-

-Por tudo, te fazer sofrer e chorar, por perder você de vista, por dormir com uma vadia, por não estar lá quando aconteceu. Se eu não fosse um otário nada disse teria acontecido.- fiz me olhando nos olhos.

-Você salvou minha vida, mais uma vez... Acho que isso anula toda a merda que você fez.- digo abrindo um pequeno sorriso. - mas um dia eu vou me vingar.- fecho a cara.

-Pode fazer o que quiser contando que não me deixe.- se aproxima e me dá um beijo delicado.

Jax? Delicado?

Eu devo estar muito mal.

Logo apago.

(...) Dois dias depois

-Tudo o que você precisa está aqui querida, qualquer coisa me ligue! Vou deixar que Jax cuide de você.- Gemma logo se despede e sai.

Finalmente depois de dois dias de medicamentos amargos, furos na veia e Gemma ou Donna me levar ao banheiro e me secar, finalmente, estou em casa.

Sei que Jax está conversando com Bobby do lado de fora do casa pra me dar um tempo, ele sabe que eu preciso.

A casa está limpa, mas o cheiro de Jax não está nos lençóis como o de costume.

Claro, ele dormiu desconfortavelmente ao seu lado todas as duas noites.

Me levanto com calma apoiando meu braço enfaixado contra o corpo, agora pouco dolorido e muito menos inchado, com sua tonalidade voltando ao normal.

Vou em direção ao corredor e logo encontro Jax tirando o colete:

-Acho que agora você está em meus cuidados.- Jax sorri.

-Deus lhe ajude.- sorrio de volta.

Estou me recuperando emocionalmente aos poucos, Donna e Layla foram me visitar no hospital e estão melhorando também.

Aos poucos.

Toda vez que fecho os olhos revivo o acidente e todo o resto.

-Porque você não vai tomar um banho bem quente enquanto eu faço um chá?- jax pergunta me olhando nos olhos.

Já passa das dez da noite.

-Vem comigo?- pergunto.

-Amor, você precisa desse tempo. Toma um banho quente, passa aquele seu negócio de Amêndoas doces que você tanto gosta, veste um daqueles seus pijamas broxantes que ficam uma graça em você. Eu vou fazer um chá e te paparicar a noite inteira.- Jax diz me fazendo sorrir.

Minha sorte.

Tomo meu banho, e passo meu óleo de Amêndoas doces, acho que jax gosta mais disso do que eu.

Coloco meu pijama e novamente o enfaixe, vou pra sala:

-Bem na hora.- Jax se encontra com duas xícaras na mão, sem camisa alguma, e com as malditas calças três números maior caindo sobre a V line.

Sorrio e pego o chá de hortelã.

Jax coloca sua xícara de lado e me apoia contra seu corpo, me aconchego sentindo seu cheiro gostoso, e logo ele pega um livro e começa a folhe-a-lo.

-Se prepare pra leitura amor.- diz, ele sabe o quanto eu gosto de ler.

-Que livro é esse?- pergunto.

-Papillon.- responde e logo começa a leitura.

Depois de alguns capítulos e alguns selinhos roubados apago contra seu corpo.