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Morte

Oro para que seja só a música e tudo revirado, oro para que eu não encontre ninguém.

Não encontre Simon.

Pego o Taco de baseball atrás da porta e ando calmamente em direção do som.

A casa está impecável e o cheiro de minha vela aromatizada de baunilha está saindo pelo corredor.

Entro no quarto com a guarda levantada, pronta pra bater com essa coisa na cabeça de qualquer um.

Mas não há nada.

Ninguém.

Olho no banheiro e também não tem ninguém, solto a respiração que eu nem percebi que estava prendendo.

Desligo a maldita música e apago a vela num sopro:

-Ah amor, não estraga o clima.- ouço logo atrás de mim.

E num movimento rápido Simon tampa minha boca e me imobiliza:

-Você não achou que eu iria embora sem te buscar, achou?-

O taco já está completamente longe, e não tenho como mover os braços, então mordo sua mão com a minha maior força:

-AAH VAGABUNDA.- grita e me dá um tapa com as costas da mão.

Não era a primeira vez que Simon fez isso, sua mão continua pesada como da última vez que eu me lembro.

Eu jurei pra mim mesma que não deixaria mais ninguém levantar a mão pra mim, a primeira vez que ele me bateu eu passei a madrugada chorando e de manhã desapareci, voltei pra Charming.

Eu jurei pra mim mesma e olha eu agora, movimentando minha mandíbula pra ver se alivia a dor.

-Olha Storm...- diz tentando se aproximar.

-NÃO CHEGA PERTO! NÃO ENCOSTE EM MIM!-

-Inocente Storm, minha tempestade na calmaria, eu posso fazer o que quiser com você. Porque você é minha!- sussurra e me puxa com força.

Dou um tapa em seu rosto e corro pelo corredor:

-Sua piranha, vou te mostrar o que você está merecendo!- diz calmo demais pro meu gosto enquanto me arrasta de volta pro quarto.

Puxa meu cabelo e sorri maléfico pra mim.

-Mas antes, vamos conversar amor, dar um clima. Eu quero ser bom pra você, mas você me faz perder a cabeça... O que podemos fazer sobre isso?- diz enquanto volta a acender a vela e colocar a música.

Juro por Deus que se eu sobreviver eu não quero nunca mais senti o cheiro de vela aromática de baunilha.

-STORM EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ.- grita em meu rosto enquanto minhas lágrimas caem, quando que eu comecei a chorar?

-Okay... Okay Simon.- digo.

Eu preciso entrar no jogo até pensar em como fugir daqui.

-Você me assustou. - digo - lá em Washington. Você ficou agressivo.- digo e logo desvio o olhar dele, fingindo inocência mas consigo ver seu coldre e sua Glock em cima da mesinha.

-Amor você sabe que eu não fiz por mal, seus amigos... Eles não eram boa influência, eu fiz aquilo pra você perceber que eu sou bom, eles não.- diz suspirando - talvez eu tenha pego pesado com você.-

-Acho que sim, não era necessário aquilo, e também porque me seguir por lá? Não confia em mim? - pergunto e pego sua mão.

-Confio, claro que sim...- meu celular está no chão perto da porta.

Perfeito.

-Vamos curtir hoje, e amanhã bem cedo vamos embora.- digo - eu nunca gostei desse lugar mesmo.- faço uma cara debochada.

Simon ri, e tira a camisa revelando seu abdômen sarado no qual só sinto nojo e repulsa.

-Vou fazer você se sentir bem.- diz e começa a beijar meu pescoço.

A Nausea sobe mas tenho que me segurar se quero sair viva, sei do que ele é capaz.

Simon tira minha camisa e logo minha calça me deixando com peças íntimas, tento ao máximo não deixá-lo beijar minha boca, mas o mesmo se diverte em meu pescoço e meus seios por cima do sutiã.

-Você vai ser a mulher mais feliz do mundo ao meu lado, somente ao meu lado.- diz e quando tenta beijar minha boca eu nos viro na cama.

Ficando por cima e beijando seu pescoço:

-você confia em mim?- pergunto. E estico a mão pegando a arma.

-Confio.-

-Não deveria.- digo e aponto a arma para Simon.

-Sua filha da puta desgraçada.- diz avançando mas eu dou uma coronhada em seu olho.

Corro e pego meu celular, tiro a chave do porta trancando por fora e empurro um móvel aleatório pra emperrar mais a porta.

Disco o número de Jax e rezo para que ele atenda rápido:

-Fala.- com certeza atendeu sem ver.

-Jax, Jax pelo amor de deus.- digo com a adrenalina a mil.- Ele está aqui.- digo.

-Storm você ta bem?-

-N-não, quer dizer tô. Jax vem pra cá, eu tranquei ele no quarto não sei quanto tempo a porta vai aguentar.- minha voz fica confusa, quero chorar. - Jax eu tô com a arma dele.-

-Eu tô indo praí.- concordo. -Se ele aparecer, atira.- diz e desliga.

Menos de dez minutos se passam quando ouço as batidas desesperadas na porta.

Abro e Jax me olha, checando se não tem nenhum estrago em meu rosto, mas tem as exatas marcas vermelhas causado pela mão de Simon e um belo corte em minha boca.

Jax também me vê de lingerie, e trava o maxilar:

-Eu vou matar ele.- diz enquanto me abraça apertado. - toma. - diz me entregando seu moletom azul do SAMCRO.

Pega a arma da minha mão e segue em direção ao quarto, afasta o móvel e abre a porta:

-Sabia que você voltaria amor, claro que não resiste a mim.- diz Simon saindo do meu banheiro.

-Oi amor.- Jax diz sarcástico e atira na perna do homem.

-Mas o que é isso?! Só podia ser não é Storm. Uma vez vadia de motoqueiro sempre vadia de motoqueir... - sua voz é calada por um tiro certeiro em sua crânio.

E meu grito ensurdecedor.

Jax se senta na cama enquanto eu desabo alí mesmo, no corredor tremendo.

Ficamos alguns momentos em silêncio quando o choro não cabe mais em mim, acabo colocando tudo pra fora:

-Acabou, acabou, acabou, acabou.- digo num sussurro pra mim mesma.

-Ta tudo bem, vai ficar tudo bem.- diz Jax, agora do meu lado me abraçando, o abraço dele sempre cura tudo, pelo menos eu sinto isso.

-Me leva daqui, por favor.- digo e o mesmo concorda.

Me levando pra casa dele, e deixando que meio saco, Chibs e Happy limpem o estrago em minha casa.

After the Storm - Jax TellerOnde histórias criam vida. Descubra agora