After the Storm - Jax Teller

5

Ligação inesperada

Acordo mais cedo do que o normal, resmungo e reviro na cama enquanto ouço a porta bater incansavelmente.

Levanto xingando quem é que seja nessa maldita porta essa hora da manhã:

-Bom dia!- Diz Donna sorrindo bem animada.

-Bom dia? O que faz aqui?- e como descobriu onde eu moro, quis perguntar.

-Vim trazer seu carro, novinho em folha. Jajá Opie passa aqui pra me pegar.- diz e entra. -Não está esquecendo de nada?-

-Não?- digo e então olho pro relógio, não é cedo, e eu tenho pouco tempo, meu deus não posso chegar atrasada no primeiro dia de emprego novo. -JESUS.- grito correndo de volta pro quarto.

-Vou fazer seu café.- avisa Donna.

Pela primeira vez, salvando minha vida.

Tomo um banho gelado e rápido, visto uma calça jeans preta básica, uma bota de couro, cano curto e salto quadrado, e uma camiseta branca básica. Não me dou ao luxo de passar maquiagem então capricho no perfume fresco e levemente adocicado.

Graças a Donna tenho tempo de comer algo:

-Muito obrigada.- digo quase ajoelhando aos pés da pequena mulher.

Donna é linda, sua baixa estatura a deixa meiga, mas sinto que de meiga não tem nada, seus cabelos curtos e lisos a deixam mais séria.

-Coma logo. - Diz rindo.

Conversamos por pouco tempo enquanto como de forma rápida os ovos mexidos que ela preparou, logo Opie chega pra pegar Donna e eu entro no carro e viu em direção ao pequeno Café.

O estabelecimento se encontra mais adorável do que ontem, o cheiro agradável e a sensação de conforto dentro é palpável. O letreiro em led vermelho indica que o lugar está aberto.

Olho no relógio, em ponto!

-Chegou na hora certa Storm.- diz Briana, outra garçonete que conheci ontem.

-Primeiro dia, tenho que fazer bonito.- digo brincando fazendo a mesma rir.

-Suas coisas estão no armário com seu nome, aqui a chave, depois passa na sala do chefe pra terminar de organizar as coisas.-

Concordo e sigo para os fundos, meu uniforme é num tom de verde e branco, e admito que ficou muito bom em mim.

Depois de tudo nos conformes vou em direção a sala do chefe, seu nome é Máximus:

-Com licença.- digo entrando.

-Olá Storm, entra.-

-Briana disse que o senhor gostaria de falar comigo.- digo gentil.

-Senhor não, não sou tão velho assim.- na verdade não mesmo, ele é tão lindo que me faz perder as palavras. -Queria esclarecer algumas coisas, senta fique a vontade. Então Storm, você vai trabalhar cinco dias por semana, das nove da manhã às cinco da tarde. Gorjetas são completamente sua, além do salário e café grátis. alguma dúvida?-

-Nenhuma senh... Máximus, obrigada.-

-Por nada, bom trabalho.- diz e logo volta sua atenção na papelada em sua frente.

Quando saio da sala a Cafeteria se encontra cheia, sorrio, que os trabalhos conhecem.

-

Finalmente uma pausa, não sabia que trabalhar em uma cafeteria cansaria tanto. Mas estou feliz, o salário é bom e vou ter café de graça.

O fundo do estabelecimento parece um bom lugar pra relaxar e descansar.

O barulho da Harley não me engana, então logo levanto o olhar do joguinho do celular e encaro o Loiro vindo em minha direção:

-Como está sendo o primeiro dia?- pergunta despretensioso sentando do meu lado e pegando um cigarro.

-Bom, e cansativo.- digo e rimos - O que faz aqui Jax?-

-vim fazer duas coisas na verdade, a primeira é pegar seu número.-

-Então você falhou na missão descobrir o número de Storm.- digo zombando. -Não daria seu jeito?-

-O segundo ... - Diz ignorando totalmente e pegando o celular de volta, já com meu número. - Gemma armou uma festa comunitária pra arrecadar grana pro orfanato. Passei aqui pra avisar que ela quer todos nós lá.-

-Quando?-

-Sábado.-

-Okay estarei lá.- digo sorrindo.

Logo nos despedimos, observo Jax andar de conta pra moto, todo maloqueiro com essa calça larga e caída.

Bom Storm, de volta ao trabalho.

Mas antes que eu possa entrar uma ligação no meu celular, atendo:

-Conseguiu meu número e não perdeu tempo em me ligar né?!- digo brincalhona.

-Você é difícil de encontrar, minha querida.- a voz diz.

A voz que eu queria ter esquecido, a voz que eu tenho nojo e repulsa.
Sem conseguir responder, desligo a ligação e me perco em pensamentos que eu não queria ter.