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Depressão pós parto, querido Jax e aceitação.

POV Storm

Se eu fosse partir, eu deixaria uma carta. Essa sempre foi minha única condição, um motivo, uma explicação.

Uma carta bem feita, escrita a punho, com minha melhor letra, talvez minhas lágrimas manchassem um pouco a tinta da caneta mas isso eu não seria capaz de evitar.

Eu escreveria uma carta de amor, de luto, de felicidade e tristeza. Eu contaria sobre a minha vida e meus sentimentos, todos eles.

Deixaria um P.S. no final, dizendo algo especial, só para não esquecerem de mim.

Eu escreveria uma carta para Jax, dizendo o quanto eu o amo, e escreveria cada coisa que eu seria capaz para vê-lo feliz.

Eu quis salvar a gente, quis me salvar, eu juro. Mas essa sensação é agoniante demais. O que sinto por Abel? É grande! Mas esse sentimento ruim é maior ainda e eu não sei como lutar.

Eu morri, nos braços do homem que eu amo, e desde então ele não é o mesmo. Não o culpo.

Meu filho, está entubado, entre a vida e a morte, e eu não posso fazer nada.

Então, eu comecei a escrever essa carta. A maldita carta, não de despedida, mas uma pior.

Mal amanheceu quando peço para Layla vir e pegar a carta, ela prometeu não abrir antes da hora, infelizmente ela vai saber o exato momento em que abrir e mostrar para Jax.

Estou indo embora, essa é a verdade.

E mais uma vez a enfermeira entra com uma alta dose de morfina, me fazendo dormir.

3 dias depois

-Storm?- Jax entra calmo no quarto.

Estou acordada, como uma sonâmbula, olhando para as árvores em frente a janela, não posso fazer muito daqui da cama, há dias não saio dela.

Também não respondo:

-Carinho?- a voz de Jax é trêmula e frágil. - Eu queria me desculpar por ter gritado com você, o dia em que Abel nasceu deveria ser o melhor dia das nossas vidas mas, eu quase perdi você, e surtei...-

Olho em sua direção, para ele saber que estou ouvindo cada palavra:

-Eu não suportaria te perder Storm, você é minha alma gêmea, meu coração e minha alma. Por favor, não me deixe.-

Abro a boca para falar, e vejo um vulto de esperança em seus olhos. Apenas fecho a boca e volto a me encostar no travesseiro:

-Eu entendo o que está acontecendo agora, juro que sim, e leve o tempo que precisar para voltar a ser o meu carinho, estarei cuidando do nosso filho por enquanto... Ele foi extubado sabia? A cirurgia ocorreu bem, ele chora e sorri.- Jax conta com o pensamento longe - tem o seu queixo e sua boca.- sorri.

Seus movimentos são rápidos quando Jax fecha a porta do quarto e coloca o violão apoiado na poltrona ( agora no pé da minha cama) só percebi o instrumento agora.

After the Storm - Jax TellerOnde histórias criam vida. Descubra agora