Capitulo 20

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|Nohara|

A cavalaria da organização tinha se dissipado da mesma maneira que apareceu, os braceletes de ferro inibidor de chakra eram um acessório que deixava Sakura incomodada, ainda mais quando impatava diretamente no selo do Byakugou, mas era o preço que tinha que pagar pra seguir em frente por aquele caminho.

Itachi deu um breve relato por um dos guardas Haruno, que usava capas inteiramente vermelhas, sem nuvens ou emblema do próprio clã, entregando o relatório do Uchiha a líder assim que entraram no armazém.

Além do quarto escuro, o lugar era bem amplo, um túnel curto era a entrada, que dava acesso a um salão amplo, com muitos homens e mulheres transitando, segurando ou levando caixas, papeis, pastas e afins pra la e pra cá, trajando roupas vermelhas com o simbolo do Clã Haruno nas costas, deixando Sakura com o estomago revirado, existiam tantos assim? Na parede de pedra o simbolo da Akatsuki se destacava, sinalizando o obvio para a rosada, que era guiada pela multidão, arrancando comentários ou expressões de surpresa com quem estava ali.

- É ela.

- A filha da lider!

- Ela não tinha morrido?

- Pensei que tinha sido rejeitada...

Sakura foi guiada por um corredor estreito, ignorando os comentários de vozes maldosas, com Mebuki na frente e Kizashi quase ao lado da filha, que não conseguia desviar o olhar das costas da loira, exibindo o simbolo que ela achava que era seu orgulho; imaginava que era originaria de um clã pequeno, sem muita importância como o Hyuuga ou o Uchiha, mas que poderia ter honra em sua simplicidade, mas estava enganada, puramente enganada, e isso lhe doía, lhe doía no intimo, sendo engolido pelo ódio puro daquelas pessoas, que achava que conhecia.

Apertou as mãos em punhos, sentindo o suor descer pela sua costa, tão lentamente quanto os passos que dava no meio daquele antro de mentiras.

- Aqui_ a loira indicou uma sala de portas duplas, na qual os guardas guiaram a rosada assim que sua líder deu passagem, entrando em seguida, deixando o marido emcubido de fechar a porta atrás de si, sem perder o foco na filha que tinha retornado.

Sakura desviou o olhar dos olhos verdes da mãe, analisando o local onde estava. A sala não era grande, tinha um formato oval, tal como a mesa que separava ela da mais velha, que sentava em uma das cadeiras de ferro, com o símbolo do clã Haruno trabalhado no material frio, assim como as esmeraldas intensas de Mebuki; as paredes eram escuras, como se fosse de propósito pra deixar o ambiente mergulhado na penumbra, exalando uma energia tenebrosa, que fez a rosada imaginar mil coisas que poderiam ter acontecido ali. Uma lâmpada fraca era o único ponto de luz, a única coisa que permitia olhar a mãe mais claramente.

As rugas em seu rosto pálido estavam mais nítidas, sinalizando o tempo que tinha passado, inevitavelmente, diferente da última vez que tinha visto a matriarca, ainda na Vila. Seu penteado de costume, com as madeixas loiras, lisas, escovadas pra trás como se tivessem sido pregadas com alguma coisa pra deixar os fios alinhados; os ombros magros pareciam pedaços de pedra, firmes, que nem quando respirava ousavam se abaixar, sua arrogância e orgulho poderia ser sentida de longe, relembrando a rosada da figura nada gentil da mãe quando era mais nova. Nem a velhice deixava a loira mais maleável, conseguia sentir.

- Podem ir, estão dispensados_ Mebuki os expulsou com as mãos, lançando um olhar frívolo em direção aos ninjas que apenas engoliram em seco e se retiraram, não queriam instigar o lado mais negro daquela mulher, nem em um milhão de anos. Sakura seguiu os passos dos soldados enquanto se retiraram, ouvindo o som metálico da porta quando se fechou em um estalo.

- Querida..._ Kizashi se aproximou da filha assim que deixou a pose fria cair por terra, recebendo apenas um olhar afiado da esposa, que se remexeu no banco, não tendo paciência pro sentimentalismo do marido.

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