Capitulo 17

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|Corvos|

Numa penumbra densa, um ponto rosado se mexia em cima de uma cama macia, de lençóis brancos e limpos. Seu corpo estava com diversos ferimentos e sua roupa estava rasgada em pontos, alinhados aos machucados da rosada, um em especial parecia latente, mas que se cicatrizava pelos cuidados do homem que tinha ajudado a Haruno, que despertava aos poucos. Suas esmeraldas estavam opacas, seu corpo estava dolorido e os espasmos de dor fazia seu rosro se contrair em agonia.

Não que nunca tivesse sentido dor, mas aquela parecia latente a um ponto que estava ficando insuportável, sentia que o antídoto tinha feito seu trabalho, mas não parecia suficiente, ainda podia sentir restos do veneno em sua circulação sanguínea, talvez em uma dosagem pequenas, mas intensa, fazendo seus músculos se contraírem como se uma lâmina os fatiassem sem dó.

- Não se mexa muito_ Sakura enrijeseu ao ouvir uma voz grossa na penumbra, seus olhos não conseguiam ver nada na frente de seu nariz, não tinha se acostumado a aquela escuridão e ouvir alguém tão perto e desconhecido fazia os pelos de sua nuca se arrepiarem. Quem estava ali?

- Q-qu...._ e gasgou, tossindo sangue, com sua garganta arranhando como se fosse lixa. A voz se aquietou, mas barulhos de coisas se movendo despertou ainda mais a curiosidade da jovem, que respirava com o peiro apertado, sentindo suas costelas apertando seus pulmões como se fosse uma corda. Sentiu alguém perto demais, lhe dando algo na boca que tinha um gosto amargo de ervas, mas não teve como negar que conhecia aquela substância, relembrando de suas breves aulas como Ayame, sobre medicamento que tinham poder de cicatrização. Tomou até quando sua garganta suportou, tossindo de leve, sentindo o gosto amargo descer pela garganta, devagar.

- Descanse_ a voz soou autoritária, mas no fundo tinha preocupação no tom, bem escondido, a rosada apenas acatou aquela ordem, apenas por que sabia que precisava descansar, mesmo que sua curiosidade falasse mais alto. Se aconchegou na cama, fechando os olhos pesados, mas não conseguindo dormir.

Se atentou a ouvir ao redor, mas sem muito sucesso, estava quieto, no fundo do quarto conseguia apenas distinguir apenas a respiração de quem estava ali, além disso apenas o nada. Sakura suspirou pesadamente, movendo os braços devagar, apoiando o corpo nos cotovelos, sentando na cama macia, sentindo cada ossos latejando, seu chakra estava minimamente estável, mas não era suficiente pra sair dali caso estivesse em perigo.

- Já disse que precisa descansar_ a voz voltou grossa, mas tranquila, não parecia indiferente com a saúde da rosada, o que fazia menos sentido ainda, por que ele tinha ajudado ela?

- Por que está preocupado? _ jogou, tentando enxergar quem fosse, mas apenas vou um vulto entre as sombras, se movendo de um lado pro outro.

- Não estou_ Sakura estreitou os olhos, conseguindo visualizar traços em um tecido negro que ele usava, nuvens em um tom escalarte alertaram seus nervos, sinalizando perigo imediato, fazendo a rosada apertar o lençol, não tirando o olhar da figura encapuzada, que estava de costas pra ela.

- Você é da Akatsuki....

-...._ silêncio foi o que a Haruno recebeu, nada além de nada, deixando sua paciência no limite, queria sair dali antes que morresse pra um membro daquela organização sanguinária, mesmo que ainda estivesse curiosa sobre as pretensões daquele cara, se realmente fosse um homem, pela voz era evidente, mas até isso a mesma duvidava.

- Por que me salvou? Quem você é? Apareça!_ insistiu em sua falta de paciência, mordendo a parte interna da bochecha com força, ansiosa de quem fosse, e se fosse da Akatsuki, por que.

Da penumbra uma pequena chama amarelada apareceu em uma vela de cera branca encardida, em baixo da fina luz olhos negros me encaravam de canto, como se fosse um lobo perante sua presa; em baixo dos olhos estreitos um par de olheiras grandes sinalizaram um aspecto curioso de uma figura grande, não parecia cansado, mas seu aspecto era triste e melancólico, mesmo pra alguém que Sakura mal conseguia enxergar, mas os detalhes que pegava era o suficiente pra sentir que aquele homem parecia amargurado.

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