Capítulo 23

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|Traição|

Narradora On

Pessoas vem e vão, elas não pedem licença e nem se despedem quando chega a hora de partirem, mas no rosto de Ayame, a Haruno sabia que ainda não tinha chegado sua hora. Depois do desjejum na sala de jantar da sede da casa do clã, Sakura esbarrou com Yui, que estava devorando amoras enquanto andava de volta pro laboratório, se enfiar em seus experimentos doentios. Por falta de gente que estava sendo escalada pros planos de Konan, Yui precisava de gente, precisava de pessoas que a ajudassem com seus experimentos e, mesmo que detestasse, estaria mais perto de Ayame e dos outros se estivesse dentro do laboratório.

Sua shishou respirava num ritmo tranquilo, o peito subia e descia aos poucos, mantendo uma expressão neutra no rosto magro. Sakura limpava os braços quase esqueléticos da mais velha, tendo cuidado com os fios de tubos finos que a ligavam nas maquinas de ventilação mecânica e das que arrancavam seu sangue da fonte, como um ladrão perverso. Seus cabelos estavam mais longos que de costume, mais prateados e brancos do que nunca, sua pele mais pálida e o mesmo tom roxo na raiz das unhas parecia que tinha piorado, tomando parte dos dedos, como uma doença. Sakura suspirou, aconchegando a cabeça da mulher no travesseiro, ouvindo gritos ecoando de pontos mais profundos do laboratório, onde a rosada não tinha acesso a ir. Aquilo arrepiava os pelos da Haruno, que olhava ao redor, tentando achar a origem dos sons guturais, sem sucesso, estava sozinha naquela sala, com sua mestra desacordada e seus sentimentos a mil, mas no fundo, estava sobressaltada a qualquer movimento ao redor, como se alguma coisa fosse sair de dentro das paredes pra lhe atacar.

- Volto mais tarde..._ os dedos da Haruno se enrolaram nos fios longos de Ayame, que suspirou profundamente, como se respondesse a rosada, que segurava as lagrimas o máximo que podia. Levou a bandeja com as coisas e subiu as escadas, exitante, passando pelas celas, observando todas que estavam ocupadas.

A adolescente de antes, estava em sua cama, como se nada atrapalhasse seu sono, na cama bem posta, com lençóis limpos e vestes cheirosas, os cabelos verdes estavam espalhados pelo travesseiro, enquanto mantinha-se num sono profundo. Na testa o selo desconhecido. Sakura já tinha anotado os símbolos na cabeça, se prontificando em anota-los as escondidas. Mas sua missão ainda era encontrar Itachi, precisava da ajuda dele, ainda mais quando seu chakra estava sendo contido, ainda não podia agir livremente pra e livrar aquilo então necessitava de mais braços pra quando colocasse aquele lugar a baixo.

Continuou o trajeto, chegando ao inicio do laboratório, jogando as gases fora e limpando as bacias sujas de sangue e água suja, deixando o lugar organizado. Já estava acostumada com aquela rotina, não era diferente de outros hospitais que passou ou vilas sem muita paramentação, se resumindo a métodos antigos para tratar e higienizar os pacientes. Sempre trabalhou no improviso, se perguntava quando podia usufruir do minimo para seu trabalho e para seus amados pacientes.

- Sakura! Nos ajude!_ a rosada se virou assustada, vendo a porta dupla ser, literalmente, destruída por uma força exorbitante de um homem grande, de armadura escarlate e olhos castanhos, quase num alaranjado. Seus braços estavam sendo contidos por grossos braceletes de ferro, com uma gema inibidora no meio, impedindo o uso de chakra, mas parece que isso não impedia sua agressividade e sua força indescritivel.

Yui segurava uma corrente grossa, que ligava aos braceletes do homem, puxando o corpo do homem agitado, enquanto Itachi segurava seus ombros largos. Sakura correu, ajudando o moreno, tentando mobilizar a cabeça do homem, que lançou um olhar agressivo a rosada, que sentiu a imponência do jinchuuriki sobre si, deixando suas pernas bambas. Não podia superestimar aquele ninja, qualquer deslize, poderia ser seu fim, ainda mais naquelas condições. Han se debatia, falando coisas que não podiam ser compreendidas, devido a mordaça em sua boca, sendo conduzido pelo corredor de celas.

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